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Edo Mallmann, da Fazenda Rondon: "devemos buscar genética adequada, acreditar e investir"

postado em 23/08/2010

1 comentário
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Na 7ª FEINCO (Feira internacional de ovinos e caprinos), a analista de mercado do FarmPoint Raquel Maria Cury Rodrigues entrevistou Edo Mallmann, proprietário da Fazenda Rondon. Na entrevista, Edo fala sobre a importação de animais da Austrália, parceria da Fazenda Rondon com a Fazu e cruzamento industrial.

Destaques da entrevista

"Trazer animais vivos da Austrália é um esforço financeiro muito grande. Estamos fazendo cruzamentos com o que existe aqui no Brasil e os resultados são magníficos".

"Existe uma universidade na Austrália que tem um programa chamado Lambplan 2020, um estudo do que eles querem para o animal em 2020, desde resistência a doenças, desenvolvimento de carcaças, marmoreio, enfim, tudo de melhor para o animal. Nós tivemos a felicidade de comprar agora, recentemente, cinco animais dentre os dez primeiros dentre todas as raças tipo carne da Austrália. É uma genética invejável e que vai contribuir profundamente para o desenvolvimento da ovinocultura aqui no Brasil".

"A parceria com a FAZU está completando quase um ano. A FAZU é a Faculdade de Zootecnia de Uberaba e tem um magnífico trabalho e uma magnífica infraestrutura, pois o hospital veterinário está ali no lado, a engenharia de carnes está do lado, e ao meu ver, é o melhor que podemos ter neste momento. A FAZU tinha algumas fêmeas da raça Santa Inês e nós doamos outras, um macho da raça Texel e um macho da raça Poll Dorset. Trinta fêmeas foram cruzadas com Texel e trinta fêmeas foram cruzadas com Poll Dorset. Agora está começando os nascimentos, os machos serão abatidos oportunamente, provavelmente logo depois da desmama, e as fêmeas, nós vamos esperar o período adequado para fazermos os cruzamentos novamente. Esses cruzamentos serão tricross, ou seja, as fêmeas nascidas da raça Santa Inês x Texel vão ser cruzadas com Poll Dorset, e assim, vice e versa".

"Nós temos uma unidade em Ponta Grossa/PR onde fizemos um confinamento de produção (não de terminação) com capacidade para 1000 fêmeas. As fêmeas estão confinadas, estão suplementadas com silagem de milho, são da raça Texel, vieram do Rio Grande do Sul escolhidas a dedo e estão sendo adaptadas. Logo que tiver esse processo concluído, nós vamos pegar lotes de 100 unidades e fazer cruzamentos com machos das raças Texel, Poll Dorset, Dorper, White Dorper, enfim, com todas as raças disponíveis. Acreditamos que o "choque de sangue" é fundamental para criarmos o famoso animal industrial, ou seja, carne para o abastecimento da população".

"Nós temos que pensar na ovinocultura como qualquer outra coisa, ou seja, mercado. Qualquer coisa que você pensa em fazer, você tem que perguntar: tem mercado? Tem como desenvolver? Essa é a grande pergunta. Eu posso dizer a todos vocês que os países como Austrália e Nova Zelândia tem um consumo superior a 35 kg/per capita/ano e no Brasil, de acordo com o IBGE, nós temos um consumo de 500 gramas. Se aumentarmos 1 kg de consumo de ovinos e caprinos aqui no Brasil, nós precisaríamos de 200 mil toneladas de carne por ano. Em 10 anos, nós não teríamos nem matrizes para produzir tudo isso. Então, para nós chegarmos ao nível da Austrália e Nova Zelândia nós vamos levaríamos 50 anos. O mercado está aberto, é só trabalhar: buscar genética adequada, acreditar e investir".

"O produtor tem que pensar no dia a dia, ele não pode pensar em animais de R$ 5, R$ 10, R$ 15 mil. Isso não existe. Ninguém vai se sustentar com um investimento dessa natureza. Nós precisamos de cabanhas que façam melhoramento genético. Eu aconselho o produtor ou a pessoa que quer começar a atividade, que ele comece humildemente, com poucos animais e não se atenha a uma raça, procure animais cruzadas e tenha pé no chão, procure conversar com gente séria".



Equipe FarmPoint

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Comentários

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 23/08/2010

Muito bom Sr. Edo, Parabéns!


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