Destaques da entrevista
"Para uma atividade ser sustentável hoje, ela precisa ser primeiramente econômica. Ninguém mais brinca de pecuária, ninguém mais brinca de agricultura, pois são investimentos muito altos e têm que ter um retorno financeiro. O segundo ponto, é que para ser sustentável, tem que causar um bem-estar para a sociedade e as pessoas envolvidas têm que se beneficiar dessa economia, com bons salários, bom padrão de vida. Por último, nós temos que ter preservação ambiental, e a integração lavoura-pecuária-floresta reduz os riscos, devido à diversificação dos sistemas produtivos. Com isso, menos riscos climáticos e menos riscos mercadológicos. Trabalhar com sistemas integrados capacita a mão-de-obra, pois exige uma qualificação maior da mão-de-obra".
"Nos sistemas integrados normalmente são utilizados mais investimentos, trabalha-se com carne, com soja, com milho, com floresta, então existe um aporte de capital bem maior para isso e exige uma competência maior de gestão. Esse sistema é sustentável principalmente para o meio ambiente, pois quando eu planto só soja sobre soja, cai a matéria orgânica do solo e eu não tenho cobertura para plantio direto. Quando eu realizo a integração com a pecuária e com as pastagens, eu vou cobrir o solo, vou fazer um plantio direto, vai reter mais água, vai sequestrar mais carbono e vai ter menor emissão de gases de efeito estufa".
"Quando eu coloco a floresta, vai dar sombra para o boi (bem-estar animal). O sistema agrosilvopastorial é positivo, é uma atividade que produz alimento com zero de emissão de efeitos poluentes e apresenta créditos. Hoje, floresta com grãos e com carne, tem créditos de carbono, tem crédito de metano e em curto prazo, esse produto precisa ser valorizado. Queremos agora que o bom produtor, que o bom sistema, seja aplaudido, seja premiado e valorizado".
"Temos vários projetos a mais de 20 anos com integração lavoura-pecuária e nos últimos anos entramos também com o sistema de florestas. Nós temos hoje um projeto chamado Integração-Lavoura-Pecuária coordenado por Brasília, que integra 34 centros da Embrapa e 08 regiões do Brasil. São ações de validação e transferência de tecnologias, e ações de pesquisa, para coletar mais dados do sistema e municiar os produtores e os ecologistas dizendo que há um sistema hoje no qual o produtor pode produzir com alta qualidade, alta quantidade e sem poluir, e ainda sim melhorar o meio ambiente".
Equipe FarmPoint
Henrico Dinapolli
Santa Maria - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 10/12/2010
Parabéns para o Sr. Armindo pela exposição dos fatos. Realmente a ILP é uma opção para a agropecuária nacional.