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Entrevista: Flavia de Oliveira da Epagri/SC fala sobre mulheres no mercado de trabalho x artesanato em lã

postado em 12/07/2013

2 comentários
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O FarmPoint realizou uma entrevista com Flavia Maria de Oliveira, Extensionista Rural, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Na reportagem, Flavia fala sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho por meio do artesanato em lã e sobre a cadeia do produto no Brasil. Abaixo veja a entrevista completa e participe deixando o seu comentário!

FarmPoint - Qual é a importância da lã para a inserção das mulheres no mercado de trabalho e para o desenvolvimento do artesanato?

Flavia - A atividade artesanal estimula a economia local, promovendo a inclusão social via inclusão produtiva. Essa atividade, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da comunidade vem contribuindo também para a emancipação de mulher nas suas dimensões políticas, sociais e culturais. A atividade de artesanato utilizando a lã ovina proporciona também uma satisfação pessoal, pois além de uma renda extra, possibilita a criação de peças artesanais originais para o próprio uso e da família. Além de alternativa de renda, o artesanato pode ser um importante aliado para a qualidade de vida. Necessariamente, não é preciso vender o artesanato, mas no momento em que produzimos as próprias peças, não é preciso gastar dinheiro para comprar aquele artesanato.


FarmPoint - Como encontra-se o mercado de lãs hoje no Brasil?

Flavia - A atividade da ovinocultura está presente no Oeste Catarinense desde 2005, porém, o trabalho com a lã ainda é muito pequeno. O Centro de Treinamento da Epagri de São Miguel do Oeste, desde 2011, conta com um rebanho de 30 fêmeas que produzem leite, hoje destinado à fabricação de derivados no próprio Centro. Suas instalações e os equipamentos necessários para produção de leite de ovelha fazem parte do projeto “Pesquisa e Difusão de Tecnologia em Ovinocultura Leiteira em Santa Catarina”, no qual a Epagri emprega recursos próprios e da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), para realizar pesquisa e extensão rural na atividade de ovinocultura leiteira. No país, o mercado de lã, após um longo período de crise, voltou a dar sinais de recuperação, com uma crescente demanda pela fibra natural. Além disso, essa produção, combinada com a de carne, maximiza a viabilidade econômica da ovinocultura.

 
FarmPoint - O que precisa ser feito para a cadeia da lã se estruturar no país?

Flavia - O trabalho com a lã é uma alternativa para diversificar a produção, agregando valor na produção primária. Como o artesanato em lã de ovelha dispensa máquinas e instrumentos complexos, a artesã depende apenas de destreza manual, diminuindo custos e grandes investimentos. Porém, o consumo de carne ovina ainda é limitado em comparação a outros produtos de origem animal, o que restringe o acesso à lã. Com a entrada da lã sintética diminuiu a demanda pela lã de ovelha, fazendo com que muitos produtores diminuíssem ovinos de aptidão para lã pelos ovinos de dupla aptidão, carne e lã. O Brasil possui pouco mais de 16 milhões de cabeças ovina, conforme o IBGE. Uma das alternativas para incremento da cadeia produtiva está na possibilidade de aumento de consumo do produto por parte da população. O produtor tem um papel fundamental no aumento do consumo, que é produzir um cordeiro de qualidade para ofertar ao mercado. Para estruturar a cadeia de lã, é preciso acelerar o crescimento da ovinocultura com profissionalismo no Brasil.

Raquel Maria Cury Rodrigues, Equipe FarmPoint.

 

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Comentários

sergio saretto

Sobradinho - Distrito Federal - Produção de caprinos de corte
postado em 12/07/2013


Parabéns pelo trabalho da Epagri ai em SC, em tempos de sustentabilidade não existe marketing melhor do que a sustentabilidade de recursos renovaveis como a lã de ovelha. Tenho um rebanho aqui proximo a Brasilia onde estou fazendo cruzamentos para obter animais de dupla aptidão. Apesar de tudo que falam sobre ovelhas lanadas no Centro Oeste, tenho obtido bons resultados pois aqui p, inclusive com ovelhas de lã colorida, pois possuímos um clima de altitude e as ovelhas tem se adaptado bem.

Gostaria de mais informações sobre como trabalhar com pelegos e lã de forma artesanal pois hoje a lã que produzimos tem que ser jogada fora por falta de quem queira aproveita-la.

Grato
Sergio

Jaime Alcir Vieira Prestes

São Miguel d'Oeste - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 15/07/2013

Concordo, e reforço, que a estruturação da cadeia ovina - para qualquer finalidade - é uma forma de inclusão, conforme a Flávia comenta na entrevista.
É necessário que os vários atores (Governo, instituições de extensão rural, associações de classe e iniciativa privada) envidem e somem esforços no sentido de organizar e fortalecer esta importante cadeia.
Parabéns pelo trabalho que vem sendo desenvolvido em Tunápolis, Flávia.

Jaime A. V. Prestes

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