1 – FarmPoint: Qual é o principal diferencial da VPJ hoje no mercado de ovinos?
Walter Celani – “A VPJ tem alguns diferenciais no mercado, que a colocam em posição de liderança em produtos de qualidade tanto em ovinos com os cordeiros cruza Dorper e White Dorper, como em bovinos nos cruzamentos com Angus. Primeiramente orientamos o produtor parceiro com visitas mensais para que possam manter um padrão que favoreça tanto a indústria quanto o ovinocultor. Produzimos a genética Dorper e White Dorper adequada para atender os padrões por nós sugeridos e firmamos contrato com os produtores para que tenham segurança quanto à colocação de seus produtos no mercado”.
2 – FarmPoint: Fale sobre o Programa Cordeiro Dorper Certificado.
Walter Celani – “O Programa Cordeiro Dorper Certificado foi criado com o intuito de estabelecer padrão e qualidade à carne de cordeiro comercializada no Brasil. Utilizando as raças Dorper e White Dorper conseguimos atender os diversos envolvidos no processo: o produtor tem ganhos melhores, a indústria tem produtos com melhores rendimentos e acabamentos de carcaças e o consumidor, sempre que for à gôndola ou ao restaurante, consumirá um produto de qualidade e padronizado. Dentro do Programa Cordeiro Dorper Certificado, sugerimos um manejo que facilite plenamente o trabalho do ovinocultor e de seus colaboradores:
A) Estação de Monta – Os produtores que estão fora do Sul do país devem produzir seus cordeiros para abate em época diferente do Rio Grande do Sul para que os preços praticados sejam atraentes. A safra gaúcha nos traz excelentes animais a preços reduzidos devido à disponibilidade de alimentação em pasto com grande potencial para ganho de peso. Com isso, outras regiões devem entregar cordeiros para abate, entre os meses de abril e outubro.
B) Mamada controlada – Os cordeiros,a partir do 15º dia de vida ficam fechados em ambiente saudável com ração de creep-feeding à disposição enquanto as mães vão ao pasto voltando duas vezes ao dia para a mamada. Isso proporciona facilidade posterior na desmama, maior adaptabilidade do cordeiro ao futuro confinamento (caso necessário), aumento no ganho de peso diário, diminuição nos custos com arraçoamento, diminuição nas mortes de cordeiros e melhor acompanhamento da mão de obra.
C) Confinamento – Realizado com uso de milho grão inteiro+núcleo peletizado. Facilita a mão de obra na confecção de ração com menor índice de erro. Possibilita melhor ganho de peso. Diminui custos com arraçoamento e tempo de confinamento.
Como parte muito importante de todo o Programa, a VPJ Alimentos certifica toda a produção de carne. A empresa AUS MEAT, líder no mercado mundial em certificação de carne, através de sua subsidiária no Brasil, Genesis, acompanha todos os abates da VPJ realizados no país, e certifica todos os animais que são produtos de cruzamento com Dorper e White Dorper. Isso confere enorme credibilidade ao nosso cordeiro junto ao consumidor, que valoriza muito essa ação, já que ela garante a qualidade do produto que vai à mesa".
3 – FarmPoint: Qual é a exigência da VPJ hoje com relação à captação de animais? Como vocês realizam esse trabalho?
Walter Celani - "Na realidade a VPJ não faz as exigências junto ao produtor, e sim, solicita ao ovinocultor que disponibilize o produto que o mercado busca. Fazemos o intermédio desse processo, sem fugir da nossa responsabilidade ou apenas a transferindo ao produtor. Assim, estamos realmente realizando parcerias onde oferecemos a visita mensal de nossos técnicos para que a produção seja a melhor possível. O cordeiro a ser entregue à indústria, deve ter entre 35 e 45 quilos e máximos seis meses de idade. Quanto mais novo e melhor acabado o cordeiro, melhor é a remuneração ao produtor. Temos profissionais em locais estratégicos em todo o território por nós cobertos. Além da visita mensal, eles ainda fazem a visita para avaliação e classificação dos cordeiros".
4 - FarmPoint: Há um dois anos atrás, em entrevista ao FarmPoint, você comentou que a ovinocultura brasileira estava engatinhando. Qual é a sua percepção hoje sobre a atividade?
Walter Celani – “A ovinocultura está começando a se tornar profissional em alguns pontos do país e isso se deve muito ao tipo de orientação oriunda da indústria. A atividade deixou de ser uma possibilidade para ser uma realidade. Ainda carecemos de algumas mudanças estruturais para proporcionar melhores condições para a atividade se tornar rentável, como por exemplo o aumento na prolificidade do rebanho nacional, melhor capacitação da mão de obra, contratação de técnicos para orientação aos produtores, etc. Não tenho dúvidas do sucesso da atividade e de que em alguns anos o Brasil poderá ser tornar um grande exportador assim como ocorreu com a bovinocultura. Nosso país tem maior potencial que outros no mundo, com grande produção de grãos a custos baixos. Também ainda não atingimos números suficientes para atender a demanda interna e não padecemos do mal de termos um rebanho maior do que podemos suportar. Sendo assim, acredito que o crescimento será vertical por uns 15 anos e depois o mundo nos espera”.
Raquel Maria Cury Rodrigues, Equipe FarmPoint
Sérgio Murillo Freire Barbieri
Dom Pedrito - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 06/08/2013
Grande abraço ao Walter, a ovinocultura hoje está mais profissional e para que não pare de crescer é muito importante a fidelidade entre a indústria e produtor, sou parceiro da VPJ desde 2005 e espero que o programa cresça mais para que outros produtores tenham a comercialização de seu produto garantida!!!