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Fernando Gottardi, do Grupo Marfrig: "hoje não abatemos todos os dias porque não temos produto"

postado em 01/04/2010

6 comentários
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Raquel Maria Cury Rodrigues, analista de mercado do FarmPoint, entrevistou na 7ª FEINCO - Feira Internacional de Ovinos e Caprinos Fernando Gottardi, coordenador de produção do Grupo Marfrig. Na entrevista, Fernando fala sobre qualidade, mercado de carne ovina, custo de produção, profissionalização do setor e preços pagos ao produtor.

Destaques da entrevista

"A Marfrig iniciou o abate de ovinos em abril de 2009 e esse frigorífico era muito esperado pela ovinocultura"

"Iniciamos abatendo aproximadamente 400 cabeças/segunda-feira (o frigorífico abate ovinos às segundas-feiras) e hoje estamos abatendo 800 cabeças/segunda-feira. Não abatemos todos os dias porque não temos produto e para viabilizar a planta, abatemos bovinos nos outros dias da semana"

"Quando começamos a abater, tínhamos muitos cordeiros ruins, despadronizados e que não tinham qualidade de carne. Hoje melhorou bastante. A indústria vem forçando o profissionalismo, ajudando o produtor com acompanhamento técnico, melhorando então a qualidade dos animais, porém, ainda temos muito o que caminhar"

"Quando não conhecemos o cliente e é a 1ª vez que abateremos seus animais, nós vamos até a propriedade dele para avaliarmos o produto. Se o produto não estiver pronto, nós vamos indicar o que ele deve fazer para comprarmos esses animais num 2º momento ou então, levamos esses animais para o confinamento da Marfrig e damos o acabamento necessário"

"Hoje temos mais de 100 fornecedores e damos preferência para animais cruzados, dente de leite e com pesos que variam de 12 à 22 kg de carcaça. Remuneramos o produtor através do peso da carcaça e acima de 16 kg, premiamos o produtor"

"O mercado é enorme, mas tem que ter qualidade. O produtor tem que se profissionalizar para que possamos atender a grande demanda de carne de qualidade"

"O grande problema hoje é que o produtor não conhece o custo de produção. Para exemplificar, a indústria frigorífica neozelandesa tem um mercado enorme e ela conhece o custo do produtor, remunerando-o através desse valor. O produtor brasileiro ainda é muito ineficiente e ele pretende que o mercado corrija isso"

"Quando um produtor já apresenta um número expressivo de animais, ele passa a ter dificuldades com o abate clandestino"

"Em primeiro lugar, para a ovinocultura crescer, o produtor deve estar associado a um grupo e pensando em vender uma carne de qualidade, com inspeção, para que chegue a melhor mercadoria possível na mão do consumidor. A partir do momento que o produtor mata seus animais debaixo de uma árvore, ele não tem controle nenhum"

"Hoje o preço que o frigorífico paga é muito interessante, e o produtor tendo uma produção legal, vai fechar a sua conta e se dar muito bem"

"Acredito que 2010 seja o ano da virada da ovinocultura"

"A ovinocultura de produção é realidade hoje no Brasil, e isso não tem mais volta. Nós temos cordeiro de boa qualidade e com capacidade para competir com qualquer cordeiro do mundo, basta fazermos o dever de casa"



Equipe FarmPoint

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Comentários

Luis Fernando Bastarrica Gomes

Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Representante de Frigoríficos
postado em 01/04/2010

Achei de pessimo gosto a maneira que o Sr. Fernando Gottardi, se refere aos produtores de ovinos. É muito fácil trabalhar em uma empresa como Marfrig, que compra bovino no RS ao preço de R$ 5,00 Kg de carcaça e vende no mercado a R$ 5,30, sendo que ai entra o custo de abate, frete e muito mais, portanto isso é mágica ou outra coisa. Antes de ele falar que os produtores não sabem produzir ovinos, ele teria que saber o que se passa dentro de uma estância.

Willams Lourenço

São Paulo - São Paulo - Estudante
postado em 02/04/2010

Gostaria de parabenizar o Sr. Fernando Gottardi, pela visão futurista do mercado de ovinos. Com certeza o produtor tem que se organizar e melhorar sua qualidade. O mercado de exportação é um exemplo de consumidor exigente, com isso o SIF é muito mais cuidadoso, pena que não é o mesmo para o mercado interno, não por culpa dos profissionais.

Cledson Augusto Garcia

Marilia - São Paulo - Área de ovinocultura - Pesquisa/Ensino
postado em 02/04/2010

Parabéns Fernando pela matéria, profissionalismo e entusiasmo pela ovinocultura, pois sei que vive a 25 anos da atividade. Essa entrevista nos mostra que temos muito a percorrer ainda, mas alguns passos já foram percorridos e bons rastros deixados. Parabéns para a você e toda equipe MARFRIG. Grande abraço.

André Oliveira

São Paulo - São Paulo - Mídia especializada/imprensa
postado em 03/04/2010

Em defesa do fernando Gottardi só tenho a dizer que ele é ovinocultor há mais de 20 anos e antes de participar da Marfrig ele é produtor de carne. Sabe muito bem do que está falando porque pratica o que fala há décadas e com sucesso, caso contrário já estaria fora do mercado. O Fernando não desembarcou na Marfrig do nada e a própria Marfrig não é instituição de caridade para dar carne de graça pagando do próprio bolso. O produtor do RS precisa é ter mais apoio e orientação para produzir cordeiros de corte com custos mais baixos, com pasto melhor e genética aprimorada.

Jaime Jose Grisotto

São Pedro - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 04/04/2010

Se o Marfrig pagasse pelo menos R$ 10,00 o kilo de carcaça entre 16/20kg talvez a oferta aumente.

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 05/04/2010

Sem falar em preços, mas a entrevista mostra mais uma vez a importância do profissionalismo para a atividade. Sem isso, nem a ovinocultura, nem a bovinocultura ou outra atividade sobreviverão.
Entre os prós e contras de uma integração, vejo a grande vantagem desta puxar os produtores para produzirem com qualidade, remunerando-os com prêmio (R$) para isso. Tal fato é bom para toda a cadeia, inclusive para aquele que nos remunera, ou seja, o consumidor que paga para ter produto de qualidade.

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