Destaques da entrevista
"A Marfrig iniciou o abate de ovinos em abril de 2009 e esse frigorífico era muito esperado pela ovinocultura"
"Iniciamos abatendo aproximadamente 400 cabeças/segunda-feira (o frigorífico abate ovinos às segundas-feiras) e hoje estamos abatendo 800 cabeças/segunda-feira. Não abatemos todos os dias porque não temos produto e para viabilizar a planta, abatemos bovinos nos outros dias da semana"
"Quando começamos a abater, tínhamos muitos cordeiros ruins, despadronizados e que não tinham qualidade de carne. Hoje melhorou bastante. A indústria vem forçando o profissionalismo, ajudando o produtor com acompanhamento técnico, melhorando então a qualidade dos animais, porém, ainda temos muito o que caminhar"
"Quando não conhecemos o cliente e é a 1ª vez que abateremos seus animais, nós vamos até a propriedade dele para avaliarmos o produto. Se o produto não estiver pronto, nós vamos indicar o que ele deve fazer para comprarmos esses animais num 2º momento ou então, levamos esses animais para o confinamento da Marfrig e damos o acabamento necessário"
"Hoje temos mais de 100 fornecedores e damos preferência para animais cruzados, dente de leite e com pesos que variam de 12 à 22 kg de carcaça. Remuneramos o produtor através do peso da carcaça e acima de 16 kg, premiamos o produtor"
"O mercado é enorme, mas tem que ter qualidade. O produtor tem que se profissionalizar para que possamos atender a grande demanda de carne de qualidade"
"O grande problema hoje é que o produtor não conhece o custo de produção. Para exemplificar, a indústria frigorífica neozelandesa tem um mercado enorme e ela conhece o custo do produtor, remunerando-o através desse valor. O produtor brasileiro ainda é muito ineficiente e ele pretende que o mercado corrija isso"
"Quando um produtor já apresenta um número expressivo de animais, ele passa a ter dificuldades com o abate clandestino"
"Em primeiro lugar, para a ovinocultura crescer, o produtor deve estar associado a um grupo e pensando em vender uma carne de qualidade, com inspeção, para que chegue a melhor mercadoria possível na mão do consumidor. A partir do momento que o produtor mata seus animais debaixo de uma árvore, ele não tem controle nenhum"
"Hoje o preço que o frigorífico paga é muito interessante, e o produtor tendo uma produção legal, vai fechar a sua conta e se dar muito bem"
"Acredito que 2010 seja o ano da virada da ovinocultura"
"A ovinocultura de produção é realidade hoje no Brasil, e isso não tem mais volta. Nós temos cordeiro de boa qualidade e com capacidade para competir com qualquer cordeiro do mundo, basta fazermos o dever de casa"
Equipe FarmPoint
Luis Fernando Bastarrica Gomes
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Representante de Frigoríficos
postado em 01/04/2010
Achei de pessimo gosto a maneira que o Sr. Fernando Gottardi, se refere aos produtores de ovinos. É muito fácil trabalhar em uma empresa como Marfrig, que compra bovino no RS ao preço de R$ 5,00 Kg de carcaça e vende no mercado a R$ 5,30, sendo que ai entra o custo de abate, frete e muito mais, portanto isso é mágica ou outra coisa. Antes de ele falar que os produtores não sabem produzir ovinos, ele teria que saber o que se passa dentro de uma estância.