O MT Regional foi criado pela Lei 8.697 de 02 de agosto de 2007 e tem como objetivo integrar ações de governo em parceria com os municípios para ir ao encontro das demandas levantadas pelos consórcios intermunicipais. Essas iniciativas envolvem desde assistência técnica, gerencial, qualificação da mão-de-obra até linhas de financiamentos, organização da produção, apoio à comercialização e fomento à infra-estrutura e desenvolvimento regionalizado em todo o Estado.
1 - Fale sobre o trabalho do MT Regional na cadeia da ovinocaprinocultura.
O Programa de Desenvolvimento Regional de Mato Grosso - MT Regional foi instituído através da Lei Estadual nº 8.697, de 02 de Agosto de 2007, vinculando-o à Casa Civil e sob gestão da Secretaria Extraordinária de Projetos Estratégicos, com objetivo de contribuir para a diminuição das desigualdades regionais, desenvolvendo as potencialidades locais, ampliando a participação no mercado dos micros, pequenos e médios empreendimentos urbanos e rurais e a capacidade de geração de emprego e renda nas comunidades locais, tendo como função principal planejar e integrar Ações de Governo, cabendo às Secretarias e Órgãos finalísticos executarem e operacionalizarem de forma integrada essas ações.
Considerando que a base para o desenvolvimento regional é o fortalecimento dos Consórcios Intermunicipais, através da Secretaria Extraordinária de Projetos Estratégicos e da articulação do Programa MT Regional, desenvolveu-se ações em conjunto com a Associação Matogrossense de Municípios - AMM para que fossem constituídos 15 Consórcios Intermunicipais no Mato Grosso, voltados ao desenvolvimento regional sustentável dos municípios que os compõem, considerando seus aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Nesta visão de apoio ao desenvolvimento sustentável, o Programa MT Regional tem como foco o pequeno produtor e empreendedor, urbano ou rural, que depende da assistência do Estado.
Desta forma, o Programa MT Regional foi estruturado para atender ações que contribuam para o desenvolvimento das cadeias produtivas nas áreas de ovinocultura, caprinocultura, apicultura, bovinocultura leiteira, piscicultura, suinocultura, avicultura, horticultura, fruticultura, turismo, heveicultura e extrativismo da sociobiodiversidade.
Nosso objetivo, enquanto coordenador da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura, é articular iniciativas voltadas ao desenvolvimento da cadeia produtiva como um todo, não esquecendo os pequenos produtores rurais, e incentivando a implantação de empresas âncoras voltadas ao processo de industrialização da produção.
A atividade, já esta organizada em 13 dos 15 Consórcios Intermunicipais e já é realizado atendimento à 4.067 matogrossenses com a formalização de empresas âncoras (frigorífico Estância Celeiro, Cordeiro Prêmio), gerando a integração comercial entre os Consórcios do Estado. Além disso, acompanhamos à implantação de novos projetos: Cooperuni em Alta Floresta, Corfrigo na região Sul, Coopernova em Terra Nova do Norte, Frigorífico Norte Araguaia em Vila Rica Frig-Ovino em Pontes e Lacerda. Também articulamos junto a produtores e ao Frigorífico Marfrig de Promissão/SP a comercialização de cordeiros de várias regiões do MT, aliviando os estoques dos produtores e viabilizando escala de abate no frigorífico.
2 - Fale um pouco sobre a ovinocaprinocultura hoje no MT (crescimento, perspectivas, projetos, pesquisas, etc).
A caprinocultura no MT está se estabelecendo. Hoje o rebanho fica na ordem de 73.509 cabeças (dados do INDEA- Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso) entre rebanho S.R.D (carne e leite), rebanho tipo carne com forte introdução da raça Boer e rebanho tipo leiteiro com forte presença de sangue Saanen e Anglo-Nubiano.
Hoje no MT, no município de Santo Antônio do Leverger, há um capril com ordenha mecânica das cabras e pasteurizador de leite, o capril Estrela da Manhã, possibilitando leite de qualidade superior aquele de ordenha manual. Este capril vem produzindo leite pasteurizado e embalando, queijos finos, sabonetes e cremes. Acreditamos que a caprinocultura leiteira tem um grande futuro junto às mais de 140 mil famílias ligadas a agricultura familiar do MT.
Já a ovinocultura no Mato Grosso vem crescendo algo em torno de 22% ao ano, conforme tabela baixo:
Tabela 1 - Crescimento do rebanho ovino no MT.
Figura 1 - Rebanho deslanado característico do Mato Grosso.
3 -Qual você acredita que seja o 1º passo para estruturar a cadeia no MT e fazer com que ela deslanche no mercado?
Organizar a produção através de núcleos, associações e/ou cooperativas para gerar escala na oferta de ovinos. Esta organização passa também pela produção qualitativa, buscando uniformidade do produto final. Com a organização (escala com padrão) poderemos atender a indústria frigorífica já estabelecida no MT e no Brasil.
Este 1° passo já esta sendo encaminhado no MT, temos a Ovinomat com o fomento das raças Santa Inês e Dorper e com a interiorização através da criação de vários núcleos pelo Estado; a Acovale que faz um grande trabalho visando a produção e a comercialização junto a dois consóricos intermunicipais (Guaporé e Nascentes do Pantanal); a Cooperuni e a Coopernova, duas organizações no Norte do Estado.
4 - Quais as maiores dificuldades encontradas hoje pelos produtores de ovinos e caprinos do MT?
Com uma área de 903.357 km² e com uma população estimada de 3 milhões, temos uma baixa densidade demográfica e distâncias grandes entre as cidades (141 municípios), daí a troca de experiência, a dificuldade de comunicação. Para amenizar este quadro, estamos implantando cursos para atualizar técnicos do setor público e privado para comporem o bloco de multiplicadores de tecnologias.
Figura 2 - Curso de criação de ovinos do Sindicato Rural.
5 - Como esta sendo a procura por produtos oriundo de ovinos e caprinos no MT?
Estamos abatendo no Estado algo entorno de 2.000 cabeças por mês em plantas frigoríficas com SISE. Também estamos enviando para Promissão/SP algo em torno de 500 animais por mês. Esta situação favorece o fluxo de caixa positivo ao produtor. Certamente, com a implantação de plantas frigoríficas com SIF em nosso Estado, haverá uma reação positiva nos investimentos ampliando significativamente os plantéis e a produção de carcaça, peles, vísceras e produtos lácteos.
Figura 3 - Paulo de Tarso e João Carlos, ovinocultor de Nortelândia/MT.
Equipe FarmPoint
Julio Erasmo Reich
Querência - Mato Grosso - Produtor de ovinos
postado em 27/04/2010
Olá Paulo. Realmente o trabalho do MT Regional vem ajudando os produtores de ovinos e caprinos do Estado. Você e sua equipe estão de parabéns e espero que vocês possam colher bons frutos disso tudo visto o potencial do nosso MT. Abs,