Posso afirmar que há muitas pessoas que não tem noção de como um litro de leite chega bonitinho dentro de uma caixa sofisticada lá na gôndola do supermercado, ou que o bom vinho saboreado juntamente com um salame fabricado pelos gringos (que têm paciência de defumar e cuidar do produto para não apurar a fumaça) são levados à mesa dos consumidores.
O leite levado à mesa dos brasileiros para o saboroso café da manhã não entrou sozinho na caixinha, mas passou por um processo longo de criação da terneira para a geração de uma boa vaca, que após receber um volumoso cultivado sob a mercê da "sorte" do bom tempo e após a ordenha muitas vezes realizada de madrugada, saiu da propriedade e foi até a agroindústria para "entrar na caixinha" e ser servido nas mesas urbanas. E o vinho, que antes de chegar na bela garrafa teve um moroso cuidado na parreira. Vários tipos de pragas tiveram que ser combatidas, o inço teve que ser controlado e depois a uva colhida para ser beneficiada e transformada no vinho apreciado por grande parte da população.
Tudo isso parece um fato sem novidades, pois muitos meios de comunicação e muitos colunistas já mencionaram o assunto. Mas de fato, há a necessidade de sempre estarmos esclarecendo aos nossos amigos do lado urbano como os alimentos chegam até eles na mesa do seu dia a dia. Pasmem vocês amigos leitores, mas nossas crianças nas escolas quando aprendem algo sobre o tema é muito superficial, pois as professoras não estão totalmente capacitadas para tal. Ainda é ensinado o básico, o tradicional. As crianças não conhecem uma horta e se muitas delas olham alguém pegar na teta da vaca para tirar o leite, correm com nojo e nunca mais põe o leite na boca.
Há a necessidade de quebrar paradigmas em relação ao agronegócio. Devemos conscientizar as crianças para que quando adultas, valorizem o campo. Mas também precisamos educar os adultos-urbanos. Não tenho nada contra os urbanos. Vivi muitos anos no centro urbano, mas destaco a necessidade desta conscientização. O agricultor é sempre o culpado quando ocorrem enchentes na cidade por causa do desmatamento, mas a mídia e as pessoas esquecem que nos meios urbanos o "verde" não é preservado. E área verde que eu digo não é o jardim da frente de um edifício, mas sim área de mato a ser preservada. A compensação da área? Onde está?
Aqui me solidarizo com o movimento Sou Agro, pois este é o caminho. Vamos usar botas e chapéus não somente em festas de peão e rodeio, mas sim vestir a roupa do agro todos os dias. Fico feliz que minha filha de 5 anos já sabe o que é uma horta e pede ao pai o pacotinho de semente para semear. Se a mãe dela solicita uma salada, ela diz: "Deixa que eu vou buscar", e volta com o alimento saudável entre as mãozinhas.
José de Ribamar dos Santos
Brasília - Distrito Federal - Produção de leite
postado em 16/09/2011
Concordo com o comentário de que muitas pessoas não tem noção de como o leite, por exemplo, chega à mesa. Parabenizo as iniciativas que estão dando ao Agro. Porém, ainda temos muito a fazer, esclarecendo ao mundo dos negócios e à população que as fazendas hoje são empresas e conscientizando as indústrias deste fato.