Além de apresentar condições propícias para a criação de ovinos, a região ainda conta com um grande pólo consumidor de carne de cordeiro, devido à presença de grande número de descendentes árabes na cidade de São José do Rio Preto e região.
Esses fatores fizeram com que, em 2006, a associação dobrasse seu efetivo de sócios, chegando hoje a 23 sócios efetivos. A partir de então, várias parcerias foram propostas e a organização mudou seu nome para Associação do Noroeste Paulista de Ovinocultores - Anpovinos.
Uma primeira parceria foi feita com o grupo Nutrir, da Unesp de Botucatu, onde alunos graduandos deram um treinamento prático aos funcionários das fazendas, com resultado positivo na qualificação e integração dos mesmos.
Outra importante parceria foi estabelecida com o SAI/Sebrae e Maytenus, que trouxeram à região um programa de 10 oficinas para capacitação de mão-de-obra e do produtor, visando não só o desenvolvimento sustentável da atividade mas, também, a padronização da produção de todos para atender em quantidade e qualidade o mercado consumidor, agregando valor ao produto oferecido.
Além do aprendizado passado pelos instrutores, surge também a oportunidade de troca de experiências e maior aproximação entre funcionários e produtores, que acaba promovendo motivação pessoal e uma melhor eficiência da atividade.
Foto: suplementação de lactantes na propriedade de um sócio da Anpovinos.
A Anpovinos também tem buscado combater os abates clandestinos de seus produtores, através do diálogo com frigoríficos da região dispostos a adaptarem-se para abate de ovinos.
Essa meta já foi atingida, e a partir de junho o Frigorífico Nhandeara já está capacitado para atender a produção dos associados. A Anpovinos também já encontrou um canal de comercialização, restando agora pequenos detalhes para que ocorra o primeiro abate formal.
Em pesquisa recente feita entre os produtores da região, verificou-se que 57% deles estão na atividade a menos de 3 anos e pretendem elevar o rebanho médio por produtor de 375 matrizes para 1083 matrizes, em aproximadamente 2 anos. Ou seja, o rebanho total dos associados, que hoje é de 8.602 matrizes, em 2008 deverá ser de 24.909 matrizes.
Com esses dados podemos ver a seriedade e o potencial que a ovinocultura representa na região. Através da figura 1, podemos ter uma idéia da explosão de matrizes que deve ocorrer, cabendo à Anpovinos trabalhar arduamente no auxílio à compra desses animais e dos insumos utilizados pelos sócios, bem como para a busca de tecnologias que diminuam o custo de produção.
Figura 1:Evolução prevista do rebanho de matrizes na região do noroeste paulista.
Entre as metas para o próximo semestre estão parcerias com lojas agropecuárias, universidades e a implementação do confinamento coletivo, que trará praticidade na compra de insumos, otimização da mão-de-obra, homogeneidade dos cordeiros para abate e maior facilidade no escoamento da produção.
Mário Rocha de Araújo Neto
Outro - Bahia - Estudante
postado em 27/06/2006
Fico feliz em saber que a ovinocultura está se fortalecendo cada vez mais. A parceria é essencial para o fortalecimento da cadeia produtiva.