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A ovinocaprinocultura do nordeste e sua inserção no país

Por Ricardo Rodrigues eu
postado em 09/04/2008

6 comentários
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Relegada de há anos, para não dizermos séculos, a caprinovinocultura no nosso país vem finalmente nos últimos anos ganhando o seu merecido e justo lugar de destaque no cenário nacional.

Sempre tida em dias passados como criatório de pobre - verdadeira é a presente assertiva, pois que a cabra é conhecida como a "vaca do pobre" - hoje já pode perceber que os papeis começam a se inverter.

O Nordeste do Brasil é detentor do maior rebanho de ovinos e caprinos do país e esses geradores de riquezas sempre foram relegados a planos inferiores ou até mesmo esquecidos pela iniciativa privada, pública e/ou planos de governos. Hoje temos vivenciado um impulso extraordinário quer seja dos criadores quer seja dos programas encetados pelos mais diversos segmentos, no tocante a uma premente preocupação com toda a cadeia produtiva da caprinovinocultura.

Os nordestinos, termo que, aliás, usarei muito pouco, pois todos somos brasileiros, então não há porque fazermos esta distinção, têm procurado na caprinocultura, juntar o que existe de melhor na genética desses animais, com as potencialidades da região do São Francisco, hoje disparadamente uma grande produtora de uvas de mesa e excelentes vinhos, estes inclusive em provas "cegas" no Continente Europeu, tido repetidamente excelentes notas dadas pelos enólogos daquele continente chegando a constar pelo menos um deles na literatura máxima "WINE BOOK" como um dos melhores do mundo. Agregamos ao vinho os queijos produzidos com leite de caprinos.

Voltando aos nossos caprinos e ovinos, temos um grande diferencial entre as regiões brasileiras, estamos aqui, mais especificamente no estado de Pernambuco, no paralelo 9º o que representa 300 ou mais dias de sol. Fato importantíssimo, pois duas parições ao ano é fato normal e não precisamos de muitos cuidados para que tal fato ocorra. Não é por este motivo que relaxamos, muito pelo contrário temos o maior cuidado para que os animais estejam sadios, em perfeito estado corporal e aptos a cruza e via de conseqüência a parições perfeitas e consequentemente com crias da mais alta linhagem. Procuramos nos caprinos o aperfeiçoamento genético para uma maior produtividade leiteira, sem, contudo descuidarmos do material genético que inserimos nos animais de linhagem não leiteira para um melhor rendimento de carcaça.

Nos ovinos, temos ao longo de mais de século melhorado a carcaça do nosso Santa Inês (ovino deslanado) animal típico e próprio para o criatório nesta região mais acima do Brasil. Nada temos contra as raças Dorper, Sufolk e outras mais, no entanto é meu livre convencimento que, não devemos colocar "lã" nos nossos Santa Inês, pois estaríamos incorrendo em algo que vai de encontro à tipificidade da raça e a sua plena inserção e adaptabilidade a região. Tanto não somos contra as raças acima citadas que pelo menos, no tocante aos Dorper temos tido campeões na própria FEINCO. O que afirmo é a inviabilidade do cruzamento dessas raças para termos uma melhoria de carcaça. Há que se encontrar e já estamos conseguindo esta melhoria sem que para isso precisemos "lanar" o Santa Inês.

As perspectivas de mercado: são as melhores. Se não bastasse o mercado interno, o qual não conseguimos suprir, ainda se nos abrem as portas do Oriente Médio para a exportação. Não temos um mercado no Continente Europeu por conta do protecionismo, mesmo assim já tivemos aqui alguns grupos portugueses interessados na compra de animais vivos e a serem transportados de navios. Faltou-nos volume. Temos e aí quando falo "temos" incluo todos os produtores brasileiros, que sermos mais profissionais e além de melhorarmos a nossa produtividade termos em "estoque" volume que possa suprir o mercado externo. O Brasil tem o mundo aberto ao seu produto. O mercado é amplo, é convidativo e principalmente "está à procura", o consumidor finalmente passou a procurar o produto. Quer seja pela sua excelente palatabilidade quer seja pela sua qualidade no tocante a melhores índices no que se refere ao quesito "carne saudável". Como dizemos pelas bandas de cá: "do bode não se perde nem o BERRO!"

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Ricardo Rodrigues eu    Bandeirantes - Mato Grosso do Sul

Produção de ovinos

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Comentários

adizegio morais de oliveira

Sousa - Paraiba - Produção de caprinos de leite
postado em 14/04/2008

Meus parabéns ao Consultor Ricardo Rodrigues por sua avaliação corretíssima no tocante a ovinocaprinocultura no Nordeste. Onde cita que essa região necessita de grandes investimentos para melhor desenvolvimento dessa atividade, onde na verdade a maior parte da grande região Nordestina permanece sem incentivos governamentais para pratíca dessa atividade de grande importancia para o seu desenvolvimento.

LUIZ CARLOS NUNES DOS SANTOS

Salvador - Bahia - Produção de ovinos
postado em 17/04/2008

Interessantíssimo o alerta. Parabéns. Após análise detalhada de qual seria minha inserção no mundo do agronegócio (Em virtude da minha exarcebada paixão pelo campo), escolhi a ovinocultura para abate, e, Santa Inês foi a raça escolhida.

O cruzamento com raças lanadas é realmente preocupante pois a raça apresenta ótimos índices de adaptabilidade à Região. Quanto aos investimentos: imaginem um iniciante preocupado com análise de solo, da água, da formação de pastagem, de conhecimentos técnicos, de mercado, etc. Nossa Região precisa urgente de avanços.

Como estou penando para obter tais conhecimentos!!! Mas melhoraremos sim. Obrigado.

ricardo ferreira rodrigues

Recife - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 23/04/2008

Meu Caro Adizegio Morais de Oliveira.

É gratificante para nós que estudamos, vivenciamos - como criador inclusive - que o nosso pensamento encontre apoio, adeptos e principalmente: pessoas como voce que encontram-se atentas ao que se passa no nosso agronegócio. Venho através da presente agradecer-lhe os comentários por demais oportunos para que possamos continuar trilhando caminhos que nos levem a melhores dias para a nossa agricultura e pecuária como um todo. Ao tempo em que mais uma vez agradeço-lhe permanecemos ao seu dispor para dirimir quaisquer dúvidas sobre este assunto específicamente ou outros que estejam inseridos na área do agronegócio de forma mais ampla.
Com meus cordiais cumprimentos,
Ricardo Rodrigues

ricardo ferreira rodrigues

Recife - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 23/04/2008

Prezado Luiz Carlos Nunes dos Santos.

Motivo de orgulhho e júbilo para nós que fazemos a Rodrigues & Moraes Consultoria e particularmente para mim, os seus comentários. Fico grato pois voce entendeu exatamente o cerne do artigo que foi fazer um ALERTA para a classe e o público em geral. Ao tempo em que agradecemos permanecemos ao seu dispor para esclarecimentos futuros que julgar necessários e/ou quaisquer tipos de orientação.
Cordialmente,
Ricardo Rodrigues

Gibson Jean Silva Santos

Senhor do Bonfim - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 28/04/2008

Parabens ao Sr. Ricardo Rodrigues, participando de alguns comentarios como este há alguns meses atrás em outro tópico eu já fazia um alerta deste tipo só que em outras palavras e ainda fiz um comentário chamando atenção que somos brasileiros assim como a raça Santa Inês, por isso ao estarmos inserindo outras raças em nossos planteis deveriamos procurar melhorar o que já temos e exportar também o que temos de melhor, claro que outras raças também tem sua importância na ovinocultura mas porque não focar a atenção maior no Santa Inês.

Desde já agradeço seu artigo e continue em defesa do Santa Inês chamando atenção de todos inseridos no setor seja através de artigos ou outros meios disponiveis, pois tenho certeza que conseguiremos colocar a raça Santa Inês no lugar que merece na ovinocultura nacional e internacional.

Um abraço,

ricardo ferreira rodrigues

Recife - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 02/05/2008

Prezado senhor
Gibson Jean Silva Santos.

Gostaria de princípio de desculpar-me por tão somente agora estar respondendo ao seu comentário sobre o artigo por mim escrito e dizer-lhe que o motivo foi por encontrar-me ausente - no interior do meu estado - em locais que infelizmente ainda há uma deficiencia nas comunicações, mais efetivamente no tocante a Internet. O seu comentário, diga-se de imediato muito gentil mas ao mesmo tempo muito lúcido no tocante ao nosso Santa Inês, faz-me cada dia mais, ao verificar que não estou só nesta cruzada encher-me de forças para continuar a defender e divulgar esta raça.

Como bem disse voce - permita-me chamar-lhe assim - : NADA CONTRA AS DEMAIS RAÇAS, todas são bem vindas! Mas precisamos dar valor aquilo que
temos de bom também. Finalmente, permaneço ao inteiro dispor de todos os companheiros que militam nesta área, ao tempo que, por oportuno envio-lhe os meus agradecimentos e os meus protestos da mais elevada consideração.
Cordialmente,

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