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Água (I)

Por Carlos Arthur Ortenblad
postado em 06/02/2007

9 comentários
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Antes de entrar no tema deste artigo, volto aos anteriores, que tratavam sobre "aquecimento global" e suas conseqüências. Estive nos Estados Unidos boa parte do mês de janeiro. Nunca experimentei um inverno tão quente lá. Em Washington, a temperatura variava de 17 a 24º. Em Nova York, um casaco e luvas eram bem-vindos, mas só. Em Boston, acrescentei o cachecol. Já o sobretudo, que ocupa espaço enorme na mala, foi apenas passear. Não foi usado um dia sequer. Enquanto isso, nevou na Califórnia, em Malibu...

A matéria-prima de todo nosso sistema é a água. Praticamente, todos os demais recursos naturais podem ser substituídos, menos a água. Ela é sinônima de sobrevivência, ou do desaparecimento da vida neste pequeno planeta chamado Terra, tributário de uma estrela de 5ª grandeza, conhecida como Sol. Água é vida, ou morte.

Ao escolher este apaixonante tema, fui juntando uma quantidade de material que, por uma questão de espaço, e de diversidade, vou dividir em três artigos. O de hoje tratará "água" genericamente como recurso natural e matéria prima no mundo. O segundo deverá tratar especificamente dos recursos hídricos brasileiros. E o terceiro, abordará temas relativos à agricultura.

Dentro de poucas décadas, água vai ser a "commodity" (não creio mais correto que possa ser considerada como mero "recurso natural") mais escassa de nosso planeta, mais até do que petróleo, que será substituído paulatinamente por outras fontes de energia e por outros insumos, na indústria química. Aliás, água é o petróleo do século XXI, em razão do seu insubstituível valor, e de sua crescente escassez.

Embora a superfície da Terra seja constituída em 70% por água, destes, apenas cerca de 2,75 % é de água doce, que pode ser consumida pelo ser humano, em qualquer de suas atividades: industriais, agrícolas e pessoais. Atualmente, 60 países já possuem densidades demográficas superiores à sua capacidade de produzir alimentos.

Quando "commodities" escasseiam, seu preço sobe. E com secas em boa parte do planeta, o potencial econômico da exploração da mais básica das 'commodities' - água - aumenta. Os investimentos privados em exploração e tratamento de água têm crescido a uma taxa constante de 6% nos países desenvolvidos, e entre 10 e 15% nos em desenvolvimento. O setor privado "água" gira cerca de US$ 400 bilhões por ano. Mas nem tudo é róseo no setor. Por exemplo, a diretriz de água da União Européia, a entrar em vigor até 2015, forçará todas as empresas que utilizam água, a melhorar sua qualidade, e a tratar mais, e de forma mais eficiente, os efluentes (esgotos). Isso trará enorme componente de custo adicional. Foi exatamente o alto custo de efluentes que inviabilizou a suinocultura na pátria do porco Landrace, a Dinamarca. Água é um recurso natural renovável, mas não infinito.

E é exatamente no setor público que se encontra a solução, e o problema, do abastecimento hídrico mundial nas próximas décadas. O setor privado será, quando muito, suplementar. Por que? Porque através de políticas míopes de preços subsidiados de um lado, e do desperdício típico daquilo que pouco custa, de outro, o retorno financeiro a investimentos em "água" é muito pequeno, como demonstra o gráfico abaixo. E ninguém investe naquilo que apresenta baixa taxa interna de retorno (amortização lenta e baixas taxas de lucro).


Alocando preço vil a um recurso natural cada vez mais escasso é um erro que poucos países poderiam cometer, sob pena de sérias conseqüências futuras. No mundo, apenas Rússia, Canadá, Noruega, Áustria, Irlanda e mais uns 2 ou 3 países podem ostentar genuína despreocupação com a questão - a maior parte deles por ter bons recursos hídricos e população diminuta, caso dos países escandinavos e do Canadá. Nos últimos 100 anos, reservas de água doce têm sido exauridas sem qualquer preocupação com sustentabilidade, ou em relação a conseqüências ambientais. E nenhuma normativa econômica, política de preços, e relação de custo e benefício coerentes tem sido levada adiante, de maneira ampla e organizada.


Além disso, a ineficiência é disseminada. Empresas privadas têm, em média, 2 a 3 funcionários para cada 1.000 conexões de água, número que sobe para 10 a 20, quando a empresa é estatal. E, nestas últimas, a perda por vazamentos e simples "gatos", chegam até à metade da água produzida. Com pequenas exceções, consumidores ao redor do mundo são cobrados valores muito menores que os custos de produção. "Água" é encarada mais como um "direito", do que uma matéria prima que tem custo. A diferença entre custo e valor é tratada como subsídio, ou através do abandono da infra-estrutura. E, como tudo o que é barato "não tem valor", esta atitude estimula a população e os agentes econômicos (principalmente na agricultura), ao desperdício, instalando-se um permanente círculo vicioso.

Água é literalmente vital. Sem ela, nenhum tipo de vida seria possível. Mas, ainda assim, dos 2,75% existentes de água doce (sobre os 70% de água total), menos da metade seria suficiente para todos, se bem utilizada. No ciclo natural da água, a chuva cai das nuvens no solo, renovando a vida, e retorna, através da evaporação, às nuvens, após ter reconstituído os níveis dos rios e das represas. Exceto por uma pequena porção fossilizada, água não é como petróleo ou carvão. Água é indefinidamente renovável.

Existem, porém, dois grandes obstáculos para que água suficiente, e de boa qualidade, chegue às populações. O primeiro é sua má alocação (distribuição). Países como Canadá, Áustria e Noruega têm mais água do que possivelmente possam vir a precisar. Outros como Austrália, norte da China e o Oriente Médio, têm muito pouco. Além disso, em alguns países, como Índia e Bangladesh, as chuvas são abundantes, mas concentradas em pequeno período de tempo. E água é matéria prima pesada, cara demais para ser transportada por grandes distâncias, além do alto índice de perda por evapo-transpiração.

Ainda no âmbito deste primeiro obstáculo: em alguns países com cadeias de montanhas como os Alpes e Andes, o aquecimento global está causando involuntário desperdício de água. O ciclo normal era: durante o inverno formavam-se camadas de neve e gelo, que, na primavera eram parcialmente derretidos renovando os níveis dos rios e lagos. Com o efeito estufa em grau crescente, há duplo efeito perverso: a renovação de neve e gelo nos picos das montanhas é menor, e, quando há o degelo, este vem mais violento, causando inundações, e desperdício de água, que não se recompõe mais nos níveis das décadas anteriores.

O segundo grande obstáculo da boa distribuição de água não é físico, nem geográfico: é o extravagante desperdício do ser humano a este recurso natural. Como acima mencionado, a gênese desta atitude é o fato de se tratar a abundância de água como um direito divino, e não como um bem econômico, sujeito às leis de mercado, e de oferta e procura. Água, deveria ser tratada como o mais precioso bem.

No entanto, e principalmente nos últimos cem anos, tem sido mal administrada, e, acima de tudo, excepcionalmente sub valorizada. Esta atitude não apenas despreza os imensos custos de captação, limpeza, armazenamento e distribuição, como também o custo do tratamento de esgotos e águas servidas. Isso conduz a uma má utilização da água, em especial em agricultura de aspersão (lâmina de água), que consome de 70% a 90% da água utilizada em países agrícolas desenvolvidos, e, de forma crescente, também naqueles em desenvolvimento.

Ao contrário do imaginário popular, consumidores domésticos praticamente não têm culpa quanto à escassez de água, até porque metade da água consumida em cidades é perdida através de vazamentos e má conservação de redes públicas. Mas, ainda assim, me incomoda um pouco ver pessoas tomando banhos de 30 minutos, lavando calçadas, e deixando torneira aberta enquanto escovam os dentes. Mesmo que isso não seja um fator expressivo quanto ao desperdício, denota, sem dúvida, uma perigosa alienação em relação ao problema.

A mensagem mais clara que recentes estudos sobre oferta e consumo de água tem deixado evidente, é que existe grande necessidade de mudança nos hábitos de consumo. E também que água deve passar a ser tratada como bem econômico precioso, e insubstituível.

Neste artigo, dei uma pincelada genérica no tema. No próximo, pretendo dedicar-me especificamente ao Brasil, onde há uma arraigada consciência de que água boa, barata e abundante, é algo que nunca nos faltará. Antes fosse.

Fontes e bibliografia

1. "Água no século XXI - Enfrentando a Escassez" - José Galizia Tundisi

2. Banco Mundial 2004-2005

3. "Cadillac Desert" - Marc Reisner

4. Consultative Group on International Agricultural Research (2006)

5. "Grito das Águas" - Leonardo Morelli.

6. International Water Management Institute Report (2002/2004)

7. Levantamento do IBGE sobre condições ambientais de 5.560 Municípios brasileiros - 2005

8. Pacific Institute - Oakland, Califórnia - Peter Gleick

9. "Poluição - A Morte dos Nossos Rios" - Samuel Murgel Branco

10. "Pillar of Sand" - S. Postel

11. Professor Carlos Gabaglia Penna (Engenharia Ambiental - PUC/RJ)

12. The Economist (03/1998; 07/2003; 08/2006; 09/2006)

13. Unesco / OMS (ONU) 2003-2004-2005

14. "Water Wars" - Marq de Villiers

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Carlos Arthur Ortenblad    Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Consultoria/extensão rural

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Comentários

Milton Minoru Ogsuko Chui

Vilhena - Rondônia - Instituições governamentais
postado em 06/02/2007

Muito bem colocada as palavras do Sr. Carlos Arthur Ortenblad; moro em um município cuja a sua potencialidade de água parece ser infinita, porém esta água localizado no lençol freático não está sendo protegida, ou melhor dizendo, não possui uma estação de tratamento de esgoto no município, o que quer dizer que, cada residencia joga tudo para uma fossa, o que ainda mais me preocupa é o tipo de solo que possuímos que é de constituição areno-argiloso, então a infiltração é rápida, podemos nos tornar, futuramente, uma Dinamarca quanto a sua água contaminada pela criação de suínos......e nós pelos dejetos de humanos.

Como estamos localizado a uma altitude de aproximadamente 700 metros acima do nível do mar, e possuímos várias nascentes de água cristalina que dão origem a vários rios, porém com o desmatamento crescente seja para a plantação e para fornecimento de madeira para as indústrias, acredito que a tendência é ir diminuindo a infiltração de água de chuva para os lençóis freáticos existentes e consequentemente, o que é infinita poderá tornar-se escassa, então...precisamos começar a pensar o que deixar para a nova geração, nossos filhos e netos.

Resposta do autor:

Caro Milton,
É, sua experiência me lembrou algo que me aconteceu há décadas.

Adolescente rebelde e estudante relapso, fui remetido para colégio interno, em ato de puro desespero de meus pais.

Era colégio em local ermo e distante de tudo, e de padres (a imensa maioria estrangeiros). O paraíso, enfim.

No ato da matrícula, perguntavam quantos banhos semanais eu tomava, e se eram quentes ou frios. Freqüência e temperaturas maiores pagavam mais caro.

Ante a surpresa de minha mãe, explicaram que freqüência maior demandava maior dispêndio de água. E água quente, consumia mais energia. Ambos componentes de custo.

Nem me pergunte como era a comida...

Abraço,
Carlos Arthur

Marco Garcia de Souza

Três Lagoas - Mato Grosso do Sul - Produção de gado de corte
postado em 06/02/2007

Caro Carlos Arthur,

Só quem já morou em outros países e teve que lavar sua própria louça, reservando a água numa bacia, passando item por item, vendo limitada a sua utilização, simplesmente pela sua consciência, consegue visualizar na prática, a necessidade das mudanças culturais que esse país precisa.

Parabéns por mais esse artigo.


Resposta do autor:

Prezado Marco,

Que prazer em "revê-lo", ainda que eletronicamente!

Há certas soluções simples que dão resultado. Uma delas é a proteção das nascentes. Fizemos um "teste" com o pessoal do DAEE há muitos anos atrás (já que na fazenda Água Milagrosa funcionava um posto oficial de coleta de dados). Quanto pior a seca, quanto mais alta a temperatura, mais efeito se sentia na manutenção dos níveis dos açudes, em comparação ao que acontecia antes. E também em comparação aos "paradigmas" (propriedades vizinhas). E o que consistia a "proteção de nascentes"? Basicamente seu isolamento através de cercas, e, quando necessário, reflorestamento com essências apropriadas.

Mas será necessária uma revisão da legislação ambiental, míope e mal aplicada.

Pois não é aceitável que para se limpar ladrões e esgotos de uma represa, tenha-se de entrar com processo no IBAMA, DEPRN, ou outros órgãos ambientais. Processos estes caros, demorados, e sem certeza de sucesso. E tudo para uma reles manutenção !!!

Não estou nem falando de construir uma represa numa fazenda, ato quase impossível hoje em dia. A simples conservação das existentes, pela interpretação da lei vigente, leva o empresário rural a uma de duas atitudes: faz o que deve fazer ao arrepio da lei, ou abandona à mercê de São Pedro.

Com um forte abraço,

Carlos Arthur

Alcindo Lorenzi

Iporã - Paraná - Produção de leite
postado em 06/02/2007

Caro amigo Carlos: parabéns pelo texto, com visão esplêndida. E fico a me perguntar o que nós pecuaristas podemos fazer para colaborar com a preservação deste precioso bem.

Resposta do autor:

Prezado sr. Lorenzi,

É a típica situação do que os americanos chamam de "free rider". Um espera que o outro faça, para que ele mesmo não tenha que fazer.

É comparável ao combate a formigas e cupins em propriedades rurais. O vizinho preguiçoso espera que o lindeiro diligente faça a parte de ambos.

No caso de "água", o que me espanta é que as soluções preventivas (ao menos na agropecuária) são tão simples e baratas...

Abraço,

Carlos Arthur Ortenblad

Ernane Rezende

Uberlândia - Minas Gerais - Produção de gado de corte
postado em 07/02/2007

Imaginemos dez anos adiante, dificuldade em obter água de qualidade, que no passado muito se falava, e pouco se fazia.

E as áreas de preservação permanente? Se fossem protegidas minimizariam os estragos nos cursos de água. Ah, mas na época ninguém fazia, então eu também não me preocupei em fazer.

Penso que independente do tamanho da propriedade (responsabilidade), cada um deve fazer a sua parte pois, quem não fizer se arrependera por não colaborar com o próprio futuro.

Resposta do autor:

Prezado Sr. Rezende,

Providências serão tomadas em relação à escassez de água - assim como em relação ao aquecimento global - quando:

(1) A solução for difícil, e o custo exorbitante.
(2) Cada um de nós estiver sentindo na pele o tamanho do problema.
(3) Os políticos puderem se vangloriar de terem tomado alguma atitude, por mais inócua que seja.

Assim caminha a humanidade. Obrigado por suas palavras gentis.

Atenciosamente,
Carlos Arthur Ortenblad

Pedro Eduardo de Felício

Campinas - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 09/02/2007

Carlos Arthur

Parabéns pelo importante e necessário artigo. O texto será útil à minha esposa que está fazendo um trabalho com os alunos do Liceu N. Sra. Auxiliadora de conscientização dos alunos a respeito do aquecimento do planeta e tudo mais que virá por aí, inclusive a falta de água doce.

Continue escrevendo, nós precisamos dessa sua capacidade de interpretar temas tão complexos de modo a mobilizar mais companheiros nessa luta diária por um mundo melhor.

Grande abraço

Pedro E. de Felício
Unicamp

Resposta do autor:

Prezado Mestre,

Obrigado pela sua sempre presente gentileza.

Pedro, agora que tenho mais tempo disponível, tenho lido mais. Bem mais. Especialmente, sobre assuntos que tem a ver com nosso pequeno planeta.

Afinal, o que adianta deixar um bom patrimônio para meus filhos, se eles não vão ter possibilidade de desfrutá-lo? Pelo menos, não da forma como nós o fizemos?

O que é mais assustador nestas questões que agora deixam de ser consideradas como possibilidades "exóticas", passando a probabilidades "reais", é que, pela primeira vez, essas mudanças climáticas estão ocorrendo pela mão do Homem, em sua insânia e onipotência. E a minha fé na raça humana, assim como a de Santo Agostinho, é muito limitada.

Forte abraço,
Carlos Arthur

Paulo Augusto da Silva Santos

São Pedro dos Ferros - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 10/02/2007

A necessidade de um desenvolvimento integrado ao meio ambiente é extrema. E da eficiência da formulação desse desenvolvimento é que sairá a resposta do ambiente que viveremos e produziremos em um curto prazo. Dependerá de nós as dificuldades de produção de alimentos daqui a alguns anos. Respeitando a capacidade de produção da terra ou não.

Resposta do autor:

Prezado sr. Paulo Augusto da Silva Santos,

No final, tudo dependerá do ser humano.

E se isso é motivo de esperança, é também uma sensação assustadora.

Atenciosamente,
Carlos Arthur Ortenblad

Paulo Cesar Bastos

Feira de Santana - Bahia - Produção de gado de corte
postado em 10/02/2007

Prezado Carlos Artur Ortenblad

A água é o sangue da terra.

Verdade indiscutível para nós nordestinos do semi-árido.

Passam-se séculos e continuamos a ver a maior parte dos nossos cursos d´água sendo caudalosos quando das chuvas e transformados em fiapos sobre areia poucos dias depois.

Precisamos de um plano que modifique essa situação lamentável e promova a perenização dos rios nordestinos.

Não é possível que com todo o desenvolvimento tecnológico ainda não se resolva esse grave problema.

Seus artigos são verdadeiros alertas sobre a realidade do aquecimento global, sentido por todos nós neste tórrido verão deste ano.

Este primeiro capítulo sobre a água é importante para chamar a atenção sobre a necessidade de um bom gerenciamento sobre o uso deste imprescindível recurso natural.

Resposta do autor:

Prezado Paulo Cesar Bastos,

Você tem razão. O Nordeste acaba - sempre - sendo a maior vítima.

Em uma sinergia perversa, o efeito estufa e a má distribuição de "água" no Brasil (que será o tema dominante do próximo artigo), prejudicam enormemente o Nordeste brasileiro, cuja capacidade produtiva em quantidade e qualidade - quando lhe é dada oportunidade justa - é enorme.

Atenciosamente,
Carlos Arthur Ortenblad

Josmar Almeida Junior

Maringá - Paraná - Assessoria e Consultoria em Pecuária
postado em 11/02/2007

Parabéns Carlos.

Análise precisa e completa de um assunto complexo e fundamental.

Aguardo ansioso as "cenas dos próximos capítulos".

Abraço.

Josmar.

Resposta do autor:

Prezado Josmar,

Obrigado pelo incentivo. Possivelmente, o "próximo capítulo" será em 27 de fevereiro.

Estou aguardando autorização de um professor universitário para mencionar parte de um artigo dele.

Abraço,
Carlos Arthur Ortenblad

Gleber Araujo de Oliveira

Nova Xavantina - Mato Grosso - Consultoria/extensão rural
postado em 23/02/2007

Parabéns Carlos.

Muito boa colocação de bem econômico x Recurso natural "gratuito".

Órgão ambientais tem sido enérgicos no que tange a nascentes, rios, córregos e outras águas superficiais. No entanto "vista grossa" tem sido feito para poluição dos lençóis subterrâneos que abastecem as cidades.

Se passarmos pela região norte comumente encontramos facilmente cidades com mais de 200.000 habitantes sem águas encanada, e, muito menos esgoto. Como exemplo: Resultados análises microbiólogicas de poços semi e artesianos de algumas cidades de Mato Grosso, revelaram 100 % de contaminação por coliformes fecais, e, isso acontece em praticamente toda região norte e nordeste.

A ineficiência das empresas estatais de saneamento é evidente, como citado no texto, e as concessionárias privadas tem encontrado dificuldades para reduzir os fossos negros e esgoto a céu aberto. Pois apesar de assumirem compromisso de construção de redes de esgoto, não se tem o apoio de órgãos juduciais e ambientais para fazer cumprir a legislação especifica (que proibe os fossos negros (fossas) e exigem que se tenham fossas sépticas ou interligue seus imóveis a rede coletiva de captação de esgoto. Esse protecionismo exagerado a consumidores inconseqüentes tem poluído silenciosamente muitas reservas subterrâneas.

Resposta do autor:

Prezado Gleber,

Você tem toda razão. Lembro-me que tínhamos de contratar duas vezes por ano - na fazenda - análises microbiológicas e químicas não apenas nos poços semi-artesianos, como também nas caixas d´água que faziam distribuição. E não importava se a água analisada era para consumo humano, ou exclusivamente para bovinos. O rigor era o mesmo.

Enquanto isso, a qualidade da água servida à população urbana, bem como saneamento básico - como são função pública - ficam relegados, e nenhum responsável (sic) é autuado, notificado ou punido.

É a velha hipocrisia brasileira, de dois pesos e duas medidas.

Atenciosamente,

Carlos Arthur Ortenblad

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