No passado era proibido brincar de ser nobre. Só fidalgos... (filhos de algo), poderiam dar-se ao luxo de usufruir do melhor vermelhão do planeta - do nosso pau Brasil, o pau-vermelho. Mas, de fetiche em fetiche, demoramos tempo para realizar que a sociedade terráquea é muito mais insensata do que, exatamente sensata. Nada pode ser feito contra os desejos, sonhos, ilusões, utopias, angústias, vontades, medos, profundas emoções, a não ser compreendê-las e transformar obstáculos, barreiras, problemas em oportunidades criativas - "canalização dos sentidos". Logo, chegou a hora de darmos a volta por cima nesse negócio do "sustentabilibusiness" (negócios fundamentados em sustentabilidade), e chutarmos em gol no melhor da nova mega onda que arrebata nosso minúsculo planeta. É a hora do bio-marketing: bio-energia, agricultura bio-dinâmica, bio-proteína, bio-fibras, bio-borracha, bio-tudo e o WoodBusiness, ou seja: o negócio da madeira. (O pau Business, para um querido amigo do "mato", que tenho).
Não adianta "sapatear", precisamos é transformar a voz mundial em negócios. Aliás, é espantoso saber que a loja do Mc Donald's que mais vende no mundo é exatamente a de Moscou (quem diria camarada!?). Logo, vamos ao showbusiness.
O clima é o pano de fundo, o aquecimento da terra, o ambiente. Árvore é o nome do negócio. E Brasil é a marca da árvore! Temos na Amazônia 4,2 milhões de km2, dentre os quais 17% já desmatados. O mundo tem um hiper olho nisso. E temos o bioma do Cerrado, que ocupa 24% do território brasileiro, são 2.047 milhões de km², com cerca de 50% já desmatado até 2008. Pelas contas, o Cerrado encolhe a um Sergipe anual.
Conhecemos, por outro lado, o progresso espetacular que pioneiros e cientistas realizaram ao promover uma alternativa eficaz de agricultura nessa faixa do globo. Conhecimento relevante para toda segurança alimentar da humanidade. Porém agora, precisamos usar a sensatez, naquilo que for possível, para nós, costumeiramente tão insensatos (ganhei um relógio marca "Peugeut" de um querido amigo, com a informação: pode mergulhar com ele até 30 metros, e eu mal sei nadar!!! mas é lindo!). Portanto, os consumidores evoluídos da terra clamam por biomas, e árvores. Vamos entrar firmes nesse negócio de florestas? porque não? o WoodBusiness é arrebatadoramente sensacional. Vejam alguns números: *mercado atual internacional: US$ 230 bilhões. Projeções do mercado até o ano 2025: quase US$ 1 trilhão no mundo. Posição brasileira: 3,2% desse total. Apenas para manter nossa participação precisaremos dobrar a produção de florestas nos próximos anos. O cliente pede, temos área, temos know how. E, graças, caminhos criativos: A Secretaria de Assuntos Estratégicos está propondo via incentivos, transformar parte da dívida rural, calculada por alguns em até R$ 130 bilhões, em sociedades de propósitos específicos SPE's, controladas por fundos de produtores, indústrias de papel e celulose e outros investidores.
A outra forma de alavancar o negócio da madeira seria através de parcerias de longo prazo entre produtores e a indústria, para a securitização dos recebíveis das dívidas, em mercados secundários. O Brasil tem hoje 5,3 milhões de ha em florestas plantadas e poderíamos crescer para 27 milhões. A expansão das florestas em áreas degradadas também poderia ocupar cerca de 13 milhões de ha adicionais.
E os preços, e o mercado? O preço da madeira teve valorização de 250% desde o ano 2000 e a base do negócio florestal tem crescido 6% ao ano, nos últimos 15 anos. Aí está um raro momento sensato. O mundo pede árvores, a madeira de florestas plantadas terá cada vez mais espaço na nova obra de arte dos desejos humanos dos novos reis do mundo moderno: O Rei consumidor. Temos uma dívida rural impagável pela forma clássica, que pode servir para alavancar esse novo e portentoso ramo de atividades, e - querem mais? Com regularização e atração de ONG's sérias como TNC - The Nature Conservancy, por exemplo, que diz: "estamos falando de uma remuneração por serviços ambientais prestados".(Ana Cristina Barros - representante da TNC).
Precisamos de uma estruturação de marketing moderna e competente em volta da madeira, da árvore, das florestas. Uma articulação de negócios, de distribuição de renda ao longo da cadeia produtiva, e social. Da inserção de pequenos. Da consideração do ciclo produtivo das árvores, muito mais longo do que das culturas tradicionais. E, do necessário mix de produtos, que permitam equilibrar negócios de ciclos mais curtos com os mais compridos nas propriedades das florestas. E, por onde começa o marketing? Pelas mentes e corações humanos. Nisso já nascemos com um "brand" pronto. Brasil a marca da madeira, da árvore, da floresta. O "WoodBusiness", não é mais assunto de "Robin Wood", o herói que roubava dos ricos para doar aos pobres. É tema de virtudes sustentáveis, evolutivas e rentáveis. O negócio agora é roubar o CO2, os gases que causam o efeito estufa na atmosfera e distribuir saúde à humanidade. E, se mesmo assim não quiserem entender, que seja então Brasil, o nome do Pau!
Fonte consultada: jornal Valor Econômico
Lincoln Correia
São Paulo - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 13/10/2009
Muito bem colocada a oportunidade que o brasil tem nesta área e muito pouco se fala nisso. recuperar áreas degradadas na região amazônica atraves do reflorestamento (teca,eucalipto e outras especies) daria para entrar neste mercado de madeira em demanda crescente e obter créditos de carbono. portanto uma área com madeira além da receita da própria ,poderá obter outra com o mdl.