Não produzam em biomas de cerrado e amazônico! Se tiverem que fazê-lo, façam em áreas já abertas, mas recomponham 50 a 80% das mesmas e produzam somente no restante! Mas alertam maníaca e compulsivamente " não o façam às custas de defensivos agrícolas, fertilizantes químicos ou organismos geneticamente modificados e muito menos utilizem irrigação (isso em um país que chove cerca de 160.000 km3 por ano), etc".
É ou não é uma graça? Estes indivíduos bem que podiam nos dar palestras de como é viver no país da Alice; é aquela mesma que vocês pensaram, a "Alice no país das maravilhas"!
A Europa nos adverte: não produzam em áreas de vegetação nativa (florestas e cerrados), mas as únicas reservas naturais que eles mesmos dispõem ou são parques nacionais ou áreas de florestas temperadas em encostas que até caprinos têm dificuldade de escalarem.
A mesma recomendação nos vem dos EUA e de novo suas áreas de vegetação nativa ou são parques nacionais e/ou estaduais, ou áreas privadas (destinadas a algum fim comercial e lucrativo) ou áreas remotas e de encostas íngremes.
Vá o governo francês ou alemão, ou de outro país qualquer da Europa ou dos EUA dizer a um de seus produtores rurais que é dono de terras que ele deve deixar intactos 20, 50 ou 80% de suas terras e até mesmo chegar ao absurdo de obriga-los a recompor a vegetação nativa. Há uma revolução no dia seguinte e cai todo o governo!
O governo quer proteger dada área, é muito simples: se for de particulares que se desaproprie e indenize; se forem terras públicas que se instituam parques nacionais. Dessa forma toda a sociedade pode usufruir mas também é responsável e contribui para tal . O máximo que os governos destes países fazem é um zoneamento agrícola onde o produtor é livre para lavrar suas terras como bem o desejar, só não contará com os incentivos oficiais nem os seguros caso não obedeça ao zoneamento. (ih, aqui já estou fugindo do foco deste artigo, mas é um desabafo)
Algum "ecologiqueiro" de plantão por aí acha que os EUA produzem 300.000.000 de toneladas de milho por ano como e onde? Será que eles usam sua extensa malha viária para produzir este milho? Ou quem sabe as encostas das montanhas Cascades, ou a Sierra Nevada ou os desertos de Mojave ou o Vale da Morte?
Aqueles antigos filmes de "farowest" nos mostravam amplas pradarias naturais onde trovejavam os cascos de 2.000.000 de búfalos americanos (na verdade bisões); hoje, tudo plantado em milho e soja e um sem número culturas!
Primeiros eles fazem produzir, depois fazem produzir muito, então geram riquezas e aí vão pensar no meio ambiente!
Vamos rasgar o verbo e acabar com a hipocrisia: créditos de carbono, protocolo de Kioto, preservação ambiental à todo custo, criminalização de biocombustíveis e outros que tais nada mais são do que novas formas de manter o velho "status quo" do Norte desenvolvido e vicejante na abundância e o Sul subdesenvolvido, semi-miserável e vivendo das migalhas que caem da mesa dos primos bem sucedidos do Norte.
O valor real de um bem é seu valor intrínseco somado ao valor da quantidade de energia agregada à sua produção. O que foi dito no parágrafo acima significa que nós temos que manter as matérias primas em seu mais baixo nível de agregação de energia enquanto ao Norte eles lhes agregam energia e aumentam seu valor em 10, 100 e 1.000 vezes e aí nos revendem. Em outras palavras, não utilizem seus recursos naturais como fizemos com os nossos, pois mais tarde poderemos vir a precisar deles!
Tudo o que foi dito acima significa que devemos passar à corte raso toda a amazônia e dar de ombros à questões ambientais? Claro que não! Significa que temos que ter autonomia para decidir e explorar NOSSOS recursos naturais da melhor forma possível em beneficio de NOSSO povo, ou seja, simplesmente fazer o que o Norte fez ao longo de sua antiga civilização.
Quem começa a dar muito crédito a essas conversas de preservação à todo e qualquer custo, de "bem da humanidade", intocabilidade, etc, está na verdade prestando um grande serviço àqueles que se enriqueceram destruindo o que tinham e em boa mediada uma parte do que era nosso e agora querem avançar sobre o que nos restou.
Jamais contribuíram com um nada para manutenção destes bens naturais, muito pelo contrário, mas agora vislumbram muitos e enormes ganhos futuros com o que não lhes pertence por direito, ou ainda querem redenção com a penitencia alheia.
Não significa que devamos cometer os mesmos erros que eles cometeram; mas também não significa que devamos aceitar seus ditames sobre o que acham que devemos fazer!
Daniel de Araújo Souza
Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 19/08/2008
Um lúcido desabafo feito pelo meu amigo Hélio Cabral Jr!
Infelizmente, o Brasil ainda brinca de colônia e império com a Europa e os EUA, mas é coisa de criança bem condicionada desde tenra idade pelos seus pais e padrinhos do hemisfério norte. Sorte teríamos se fossemos aquele tipo de criança birrenta, hiperativa, questionadora, orgulhosa e mal-criada.
Abraços,