No roteiro foram visitadas mais de 20 propriedades rurais (sendo uma delas a de maior rebanho mundial, a Mount Linton, com 720 mil ovinos, além da LandCoorp, maior Fazenda estatal da Nova Zelândia), duas plantas frigoríficas (uma delas é a maior do mundo - Allience, que abate de 25 a 30 mil cordeiros/dia), a Universidade de Massey, Centros de pesquisas (AgResearch Invermay) e capacitação de mão de obra (AgITO), além do Beef and Lamb, órgão responsável por todo o fomento, pesquisa e exportação da carne ovina e bovina da Nova Zelândia.
Na oportunidade também foi visitado o escritório da AbacusBio Ltd., empresa de pesquisa e desenvolvimento que atua com a aplicação da engenharia genética e que da suporte aos programas de melhoramento genético no país, além da Genetic Gains AI Center, que processa e distribui sêmen de ovinos comprovados geneticamente em todo país, além da exportação para todos os continentes com tradição na ovinocultura.
Nas propriedades rurais foram observadas várias raças criadas, sempre com cruzamentos buscando ganhos em produtividade (habilidade materna, fertilidade, prolificidade, além de resistência a algumas doenças). No que diz respeito na ênfase para a seleção materna, a raça mais criada como base é a Romney, devido à sua adaptabilidade nas diferentes regiões, pois foi uma das primeiras raças introduzidas no país, devido à colonização inglesa a mais de 200 anos, local de origem da mesma. Outra raça que vem ganhando espaço como materna é a Perendale, com boa prolifidade e rusticidade. As raças em destaque para o cruzamento terminal são a Suffolk, Texel, Sufftex e Poll Dorset. Entretanto, vale salientar que os criadores brasileiros devem se atentar ao trabalho com profissionalismo, no que diz respeito ao melhoramento genético para a obtenção de incrementos na produtividade e lucratividade ovinícola.
O manejo de pastagem que os neozelandeses adotam é realmente surpreendente, geralmente são formadas por azevém x trevo, além pastagens cultivadas, sempre objetivando aumentar produtividade das mesmas e consequentemente, resultando na elevação da lotação e lucratividade. Os criadores são extremamente preocupados com o inverno, que nas partes altas (montanhas) ficam repletas de neves, por esse motivo, os ovinocultores sempre adotam as práticas de conservação de forragem, como a produção de feno e silagem pré secada, almejando atender as exigências nutricionais dos animais na época crítica do ano, que geralmente tem a duração de 90 a 100 dias.
As tecnologias adotadas pelos neozelandeses são de última geração, começando pela ressonância magnética nos reprodutores para identificação da proporção de músculo, gordura e ossos e para monitoramento dos cruzamentos e exigências do mercado consumidor. A estação de monta varia de 30 a 45 dias e a ultrassonografia ocorre aos 30 dias após o término da mesma, com descarte de todas ovelhas e borregas vazias; DNA e mensuração da área de olho de lombo nos cordeiros, para definir peso ideal de abate, colaborando com a realização das avaliações genéticas e identificação dos melhores reprodutores.
Quando os cordeiros chegam na indústria frigorífica, após esfola (retirada da pele) e evisceração, as carcaças são mensuradas por um equipamento de raio x, nesse momento também ocorre a identificação da proporção de músculo, gordura e ossos e também já é definindo para qual mercado as mesmas serão destinadas através de um programa de computador.
Os frigoríficos adotam as mais elevadas tecnologias, com grande automação dos equipamentos, pois o país apesar de ter apenas 8% do rebanho mundial, exporta para 52% países do mundo (países do Mercado Comum Europeu, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros, que são os mais exigentes em qualidade) devido à alta tecnologia adotada
As cabanhas que realizaram a visita técnica foram às seguintes:
Figura 1. Grupo na Massey University, centro de pesquisa em ovinos.
Figura 2. Grupo na Mount Linton Farm, maior fazenda de ovinos privada da Nova zelândia.
Figura 3 - Reprodutores Suffolk para terminação
Figura 4 - Cordeiros em pastejo em fase de terminação (Proprietário Simon's, que engorda 400 mil cordeiros/ano).
Figura 5 - Bi trem transportando cordeiros para o frigorífico, com 4 pisos (capacidade 800 para cordeiros).
Figura 6 - Borregas Sufftex, prontas para início da estação de monta.
Guterres
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
postado em 16/07/2011
Parabéns para esse grupo de empreendedores em busca de novas tecnologias.
Que saibamos aproveitar bem essas novas idéias para uma melhor eficência na cadeia produtiva.