O processo eleitoral se aproxima com a maioria dos candidatos já definidos e outros também vindo a tomar seus espaços diante das alianças partidárias que vão sendo formadas. E nós, agricultores, pecuaristas e entidades classistas temos algo a ver com isso?
Como extensionista rural ouvi inúmeras vezes esta interrogação pelas andanças interior afora e, nos centros urbanos também. Será que não temos realmente nada a ver com esse processo, essa movimentação toda? Será que também não temos que ocupar o nosso espaço? Cabe a nós fazermos nossa interpretação e agir.
Quando ouço críticas a classe política, ao sistema político com que o país, estados ou municípios são geridos, penso comigo: tais críticas a problemas que ganham destaque na imprensa nacional, como escândalos nas diferentes esferas governamentais acontecem porque ainda há muito desinteresse de nossa parte pela política, pois pessoas de capacidade, pessoas que atuam na sociedade civil nas diferentes áreas são capazes de contribuir para acontecimentos melhoradores desta mesma sociedade.
No agronegócio tivemos ao longo dos anos grandes avanços e diga-se de passagem, em algumas regiões tais avanços "peitados" por arrojados agricultores que punham sua própria mão-de-obra e suas máquinas para poder ter acesso e escoar suas produções. Mas como podemos ver via TV, revistas e jornais ainda há gargalos que estrangulam o fluxo deste pujante de riquezas que vem do campo.
Só para lembrarmos, temos sérios problemas de logística, carência de assistência técnica pública e gratuita de qualidade e em quantidade suficiente para atender os agricultores, problemas portuários que causam prejuízos no bolso do agricultor, porque aquele navio que fica dias parado esperando para atracar no porto está gerando demurrage pelo tempo além do previsto no contrato de arrendamento. Não vamos ser ingênuos de acreditar que essa multa não é paga pelos agricultores, pois no final das contas esse valor sai sim da safra do próprio produtor rural.
Quanto ao crédito rural oficial, sabemos da burocracia para acessá-lo. Prova disso é que a cada Plano Safra é disponibilizado "X" valores e no final, após o balanço dos recursos captados, chega-se a conclusão que foi tomado por empréstimo para custeio e investimentos um teto menor do que foi disponibilizado.
Ainda, no outro ano o governo enche a boca para falar que está renegociando as dívidas para ajudar os agricultores. Ora, será que o agricultor precisa de ajuda? Se ele está renegociando as dívidas, algo está errado, ou o recurso está mal investido, ou houve frustração de safra ou o sistema creditício é falho. Independente do que acontece, o que não pode é o agricultor todo ano correr ao agente financeiro para apagar o incêndio de suas contas.
Neste sentido, podemos e devemos aproveitar o momento que a democracia nos oferece e participar do processo eleitoral com sugestões aos candidatos, cobranças de propostas sólidas capazes de serem realizadas (o candidato que tem 15 prioridades num determinado setor, ao mesmo tempo não possui nenhuma, pois perde o foco, não tem nada de concreto não tendo um plano enxuto com objetivos e metas).
Acreditem, nós agropecuaristas, cooperativistas, sindicatos rurais e entidades de classe, bem como profissionais ligados ao agro, temos "cancha" suficiente para darmos a nossa contribuição e poder cobrar depois.
O nosso futuro, o futuro de nossas próximas gerações, nossas empresas rurais e nosso país tem o seu destino traçado por nós mesmos. Tudo está em nossas mãos agora com o poder do voto.
Evándro d. Sàmtos
Guarulhos - São Paulo - Revenda de produtos
postado em 02/07/2010
Muito bom!
Desejo parabenizar o autor,senhor Nei Antônio Kukla.
Porém,também desejo cobrar maior participação das associações,cooperativas e sindicatos já existentes,nos setores de abrangência do artigo.
As atitudes destas entidades,bem como dos empresários,agro pecuaristas,no país é de uma pusilanimidade tamanha de causar estranheza.
Estes,na maioria,jogam apenas para si mesmos.Este é sem duvidas o pior dos caminhos.
E necessário,cada vez mais a união destas pessoas e entidades,as empresas bem constituídas e com looby bem montado junto e governos de políticos,de atitudes no mínimo duvidosas,para não falar outra coisa vão crescendo,agigantando-se,de forma vertiginosa com o dinheiro barato via BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL,entidade que também poderia mudar de nome,porque social passou longe.
É verdade,as eleições estão ai,e até agora não encontro em nenhum dos candidatos,o candidato ideal.Até porque ideal utopia.
Mas haveremos de ter cuidado para não premia-los com votos úteis.
Pessoas com maior discernimento deveriam ter a preocupação de enganjare-se ,neste momento e buscar elucidar aqueles de maior dificuldade de entendimento,a fim podermos ter uma eleição mais equilibrada,para que o candidato que tenha o melhor projeto,que reúna as melhores condições de colocá-los em pratica,visto que muitas das promessas,são apenas promessas,outras promessas mal estudadas,outras bem estudadas,fundamentadas,mas que sem apoio político não vão para frente,e outros ainda porque o político em questão é fraco ou esta enfraquecido o suficiente para a maquina publicar emperrar este ou aquele projeto.
Não vejo outro caminho,sobre tudo para os pecuaristas,a não ser se unirem em associações ou cooperativas,uma vez que sindicato no Brasil é sempre mais uma objeto de político,nada bem intencionados.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.