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O mercado exige seriedade e clama por qualidade

Por Marcos de Faria Ronca
postado em 13/11/2012

10 comentários
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Na década de 90, após a crise do mercado da lã, os ovinos de corte começaram a ganhar destaque no cenário nacional e hoje a carne é o principal produto oriundo da cadeia da ovinocultura. Embora o consumo per capta de carne de cordeiro ainda se encontre em um nível muito baixo no Brasil, a demanda é crescente e o país ainda é dependente de importações para supri-la. Segundo a FAO (2007) apud Viana (2005), esse consumo brasileiro está entre 0,6 - 0,7 kg per capita ano, valor irrisório se comparado ao consumo de carne bovina, suína e de frango, que chegam a obter, conforme a consultoria Informa Economics FNP (2011), em 2010, um consumo de 35 kg, 14,8 kg e 44,7 kg per capita/ano, respectivamente.

A tendência para o mercado de carne ovina é pelo aumento constante da demanda, principalmente nos países em desenvolvimento. Segundo a FAO (2007) essa maior procura é decorrência do crescimento demográfico, da urbanização e da variação nos hábitos alimentares dos consumidores. Dessa forma, existe a perspectiva para um crescimento anual de 2,1 % na produção de carne ovina durante o período de 2005 a 2014, sendo que essa elevação se concentrará em sua maior parte nos países em desenvolvimento. Segundo o Agricultural Outlook 2011 da FAO, a projeção é que o consumo mundial de carne ovina deverá crescer 77% até 2050, conforme pode-se observar nas Figuras 1 e 2.

Figura 1 - População Global: crescimento 2011 a 2050. Fonte: (US CensusBuerau, Internacional Data Base, 2011).



Figura 2 - Demanda Global: Milhões de Toneladas. Fonte: (OECD/FAO, Agricultura Outlook, 2011).



Além do enorme potencial para o aumento do consumo, alguns fatores contribuem para explicar o forte desenvolvimento e as transformações ocorridas na ovinocultura de corte desde a década de 90. Entre eles, pode-se citar o aumento do poder aquisitivo, a melhor distribuição de renda, a estabilidade da moeda e a abertura do comércio internacional.

Outro fator importante a se destacar para o progresso da atividade é o fato da ovinocultura conviver muito bem em consórcio com outras atividades e necessitar de áreas pequenas e muitas vezes impróprias para outras culturas.

Apesar da oferta interna não ser capaz de atender a demanda, é preciso salientar que existe ainda uma demanda reprimida, já que muitas pessoas não conhecem a carne de cordeiro e, diversas outras foram influenciadas negativamente no primeiro contato que tiveram com a carne. Isso porque experimentaram a carne de qualidade inferior de animais velhos e, normalmente, não demonstram mais interesse em adquirir carne ovina.

É preciso destacar ainda que se o cenário para a procura da carne já é promissor no Brasil, na região sudeste, principal centro consumidor do país, a demanda está cada vez mais distante da oferta. Segundo Robson Leite, presidente do Grupo Savana, que comercializa carne de cordeiro principalmente no sudeste do país, de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, as redes varejistas de supermercado aumentaram drasticamente a aquisição do produto. O Sonda elevou suas aquisições em 8.000%; o Macro, em 3.000%; e o Mambo, em 1.200%. Só em São Paulo, onde o consumo ainda é de um quilo por habitante/ano, estima-se um déficit de três milhões de cabeças. "O retorno na caprino-ovinocultura é muito rápido", diz Décio dos Santos, diretor do Agrocentro, que promoveu a 4ª Feinco, uma feira do setor, que movimentou R$4 milhões em São Paulo (DINHEIRO RURAL, 2007).

"Cresce muito o consumo de carne de cordeiro no Brasil, e o problema é a continuidade no fornecimento, já que a demanda é maior do que a oferta", diz Belarmino Iglesias, da rede de restaurantes Rubaiyat (DINHEIRO RURAL, 2007).

Como produtor, percebo com clareza esse aquecimento do setor na medida em que não tenho dificuldade em comercializar cordeiros (entre R$6,00 e R$6,50 por Kg vivo, dependendo da quantidade) e, além disso, donos de frigoríficos especializados e entrepostos de carne ovina mostram constante interesse por cordeiros de 4 a 6 meses com 35 a 40 Kg de peso vivo.

No final do ano a procura aumenta consideravelmente e assim se eleva ainda mais o preço de venda. Em relação às fêmeas de descarte, não existe a mesma facilidade de comercialização que os cordeiros, mas consegue-se vender com certa tranquilidade, desde que estejam com bom escore corporal e sadias, na faixa de R$4,00 a R$4,50 por Kg vivo.

Com o cenário favorável à produção e consumo descrito na primeira parte do artigo era de se esperar que o desenvolvimento da atividade se desse em diversos pontos e que, dessa forma, o melhoramento genético fosse fortemente impulsionado por meio da maior necessidade e procura por animais comprovadamente superiores e com grande potencial de transmissão de suas características produtivas para a progênie. No entanto, no Brasil e, pelo fato da nossa cultura e população ter sido formada com base na necessidade de ganhos imediatos e sucesso a qualquer preço, mesmo que algumas vezes passando por cima de valores éticos, o que se viu foi um pouco diferente.

Diversos aventureiros, percebendo esse grande potencial da atividade e com recursos disponíveis de outras fontes de renda, resolveram entrar na ovinocultura. Assim o que se viu foi um "desenvolvimento" grande do setor, com valores exorbitantes sendo investidos, porém, infelizmente, não foi erguida uma base sólida para essas mudanças.

Ao invés de o investimento ser concentrado em programas sérios de melhoramento genético, que fatalmente teria enorme importância no sentido de construir essa base sólida e de obter índices de produção cada vez melhores, o mesmo foi direcionado para a promoção de leilões, para o mercado de pistas e para a compra de animais que começaram a valer milhões, sendo que muitos deles nunca tinham sido testados em relação à sua capacidade reprodutiva e de transmissão de suas características.

Nessa onda emergente, a raça que acabou sendo a cobaia desses investidores amadores, foi a Santa Inês. Apesar de ter sido escolhida por muitos em função de apresentar características excepcionais (ser deslanada, apresentar elevada rusticidade, menor exigência nutricional, acentuada habilidade materna, além de pouca estacionalidade reprodutiva e adaptabilidade aos ambientes de temperaturas elevadas) para constituir a base da linhagem materna dos rebanhos, o seu uso foi distorcido o que prejudicou fortemente a evolução da raça e consequentemente o desenvolvimento da ovinocultura como um todo (SOUZA e BENÍCIO, 2009).

Os animais dessa raça passaram a ser valorizados exclusivamente pelo peso que apresentavam e pelo nome/pedigree que tinham. Os "espertalhões" não demoraram a aparecer. Muitos animais passaram a fazer musculação e natação diárias e a receber todo tipo de suplemento possível, inclusive a injeção de substâncias proibidas, os anabolizantes, para ressaltar músculos. Um verdadeiro absurdo, mas infelizmente, técnicas comuns empregadas por parte do nosso povo que consegue deitar em paz no seu travesseiro mesmo depois de ter passado a perna nos outros. Além disso, o fato do pedigree passar a supervalorizar os animais fez com que criadores passassem a maquiar os pedigrees dos seus ovinos, inventando e manipulando o nome dos seus ascendentes. Mais um exemplo de desserviço à ovinocultura e de prejuízo a toda atividade.

O caminho da seriedade, do profissionalismo, do compromisso e da ética, mais uma vez não foi o que predominou. Assim, o melhoramento genético não evoluiu como deveria e a atividade parou no tempo, gerando grandes perdas a todos os elos da cadeia.

Apesar do Brasil já ter desenvolvido alguns programas de melhoramento genético de ovinos, é comum nos depararmos com o fato dos mesmos não alcançarem uma abrangência e adesão satisfatórias. Um exemplo claro se trata do primeiro trabalho efetivo de melhoramento da raça Santa Inês. Esse programa teve início em 1990 e foi coordenado pela então Embrapa-CNPC. O projeto denominado "Seleção de ovinos deslanados para o melhoramento genético dos rebanhos experimentais e privados no Nordeste do Brasil" necessitou ser interrompido apenas cinco anos após seu início por falta de adesão de criadores e associações (MORAIS, 2012).

A própria ARCO (Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos), responsável pelo registro dos ovinos no país, apesar de possuir um grande banco de dados referente ao pedigree dos ovinos de diversas raças, ainda não viabilizou e/ou incentivou um controle de informações importante para a realização de programas sérios de melhoramento genético. Assim, todos esses dados de pedigree acabam sendo subutilizados e funcionando mais como marketing para leilões e exposições. Realmente, um desperdício de informação. C

Como associado da ARCO, considero insuficiente o serviço prestado. Isso porque o fato de atestar e registrar um animal como P.O. (Puro de Origem) não quer dizer nada em relação à qualidade genética desse animal, pois não existe controle das informações fenotípicas do mesmo e de sua progênie/parentes. Como dito, funciona apenas no âmbito do marketing, de exposições e leilões. Ou melhor, funcionava nessas situações, já que esse mercado está em plena queda, na medida em que o valor dos animais registrados caiu muito, assim como o movimento dessas feiras/exposições. Quem esteve presente na FEINCO (Feira Internacional de Caprinos e Ovinos) no início de 2012 em São Paulo, certamente constatou essa queda. Considero que a ARCO necessita rever seu modelo de atuação, ou então poderá perder cada vez mais sócios.

Diante desse cenário extremamente contraditório, ou seja, de um lado, um enorme potencial e necessidade de crescimento da atividade e de outro uma escassez tremenda de trabalhos e de programas sérios de melhoramento genético que permitam alavancar esse desenvolvimento duradouro, precisamos agir para modificar esse cenário.

Dessa forma, como produtor de ovinos e consultor/especialista na área, acredito que devemos atuar em prol de ações que, finalmente, estabeleçam uma base sólida para o desenvolvimento da ovinocultura.

Um caminho é utilizar ferramentas e conhecimentos da área do melhoramento genético no sentido de produzir animais provados e definitivamente melhoradores, assim como disseminar essas tecnologias para outros produtores.

Uma pena o fato de na Universidade grande parte dos estudos ficarem restritos ao universo dos centros de pesquisa. Ora porque são inviáveis, ora porque não tem relevância prática, mas principalmente, pois na maior parte das vezes, não chegam ao produtor rural.

De que forma então podemos avançar? No momento, a Cabanha Xavante, da qual sou proprietário, é parceira de um projeto de doutorado da FZEA-USP, da doutoranda Priscila Silva Oliveira, denominado "Estudo da diversidade genética e análise de associações de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) com resistência a endoparasitas gastrintestinais e prolificidade de ovinos da raça Santa Inês", em que o objetivo será estudar importantes marcadores moleculares relacionados a essas características, para que seja possível determinar quais animais são efetivamente superiores por possuírem em seu DNA esses polimorfismos associados a uma maior resistência parasitária e a um maior número de cordeiros nascidos por parto.

Além disso, por meio do Trabalho de Conclusão de Curso, cujo título é: Avaliação genética e estudo da estrutura populacional para o direcionamento da seleção visando o progresso genético em um rebanho de ovinos da raça Santa Inês, com limitação dos níveis de endogamia, estudo a importância da estrutura populacional e de uma avaliação genética por meio de DEPs e o impacto dessas ferramentas no custo de produção e na obtenção de melhores índices zootécnicos. Para tanto, utilizo as informações fenotípicas detalhadas que possuo do rebanho desde 2007.

Por último, por meio de uma parceria com a APTA (Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios), pretendo contribuir para que consigamos concretizar um programa de melhoramento genético de ovinos na região Sudeste. Infelizmente, em função do excesso de burocracia, não conseguimos consolidar essa parceria nos moldes que pretendíamos. Porém, estou entusiasmado em participar como produtor, fornecendo todos os dados que tenho do rebanho e aberto para contribuir como técnico no que for preciso. As perspectivas são animadoras com essa iniciativa desse órgão de pesquisa. Considero de grande importância um programa desses, na medida em que possibilitará reduzir a carência referente à transferência de tecnologias para o produtor rural e ainda permitir uma evolução do rebanho da região, por meio da avaliação genética dos animais e de um intercâmbio maior entre os produtores.

Há muito por fazer e o mercado exige de nós técnicos e produtores muita seriedade e profissionalismo para de fato consolidarmos a produção e o consumo da carne ovina no Brasil.

Referências bibliográficas

BOLDMAN, K. G.; KRIESE, L.; VAN VLECK, L. D.; KACHMAN, S. D. A manual for use of MTDFREML: set of programs to obtain estimates of variances and covariances. USDA-ARS, 1993.

DINHEIRO RURAL. O midas da cerveja aponta para os cordeiros. Abril, 2007. Disponível em:< http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/capa30.htm>. Acesso: 15 jun 2012.

FARMPOINT. A importância da raça Santa Inês para o desenvolvimento da ovinocultura de corte no Brasil. Disponível em:. Acesso em: 15 jun 2012.

INFORMA ECONOMICS FNP. Consumo per capita de carnes dá salto de 17,5% em dez anos; frango lidera, 2011. Disponível em:< http://www.informaecon-fnp.com/noticia/1350>. Acesso em: 15 jun 2012.

LÔBO, R.B. Programa de melhoramento genético da raça Nelore. 3 ed. Ribeirão Preto: FINEP 1996.

MORAIS, O. R. O melhoramento genético dos ovinos no Brasil: situação atual e perspectivas para o futuro. III Simpósio de Melhoramento Genético. Disponível em:. Acesso em: 15 jun 2012.

RODRIGUES, D. S. Estrutura populacional de um rebanho Morada Nova variedade branca no Estado do Ceará. 2009. 45f. Tese (Mestrado). Universidade Federal do Ceará. 2009.

SAS Institute. Statistical analysis systems user's guide.Version 8. Cary: SAS Institute Inc., 1999.
VIANA, J. G. A. Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil. Revista Ovinos. Porto Alegre, 2008.

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Comentários

Pedro Paulo de Faria Ronca

Ribeirão Preto - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 13/11/2012

Parabéns pelo excelente artigo. Bastante realista e mostrando os desafios e possíveis soluções para o setor! Muito bom. Esperamos ver mudanças na produção de ovinos, com a solidificação dos produtores sérios e com a saída daqueles aventureiros que tanto prejudicaram o setor. Parabéns!

André Medeiros

Quixadá - Ceará - Produção de caprinos de leite
postado em 13/11/2012

Caro Marcos, boa noite.
Li com bastante atenção seu artigo.
Direto, claro e objetivo. Parabéns.
O ovino de elite é importante mas não é tudo.
As associações tem se tornado meros cartórios para animais e palco de vaidades de poucos criadores.
Ate quando vamos escutar e ler que temos uma demanda crescente e que não somos capazes de atender?
Por que não se faz uma campanha de marketing divulgando a carne de cordeiro? (na verdade nem adiantaria pois não atendemos nem a demanda existente!!!)
Até quando seremos bons importadores de carcaças ovinas? E olhe que nem sei se de qualidade.
Portanto, ou nos tornamos competentes ou seremos eternos belos expectadores da importação de carne de cordeiros.
Abraço!!!

Pedro Porto

Vassouras - Rio de Janeiro
postado em 14/11/2012

    Bom dia a todos!

Parabens pelo artigo, coragem no uso da verdade, e principalmente nocao das palavras proferidas. A falta de informacao leva ao farcasso da cadeia, e o pior , a cultura do acho isso ou acho aquilo.
Enquanto o Brasil nao sair da mentira do achar que esta podendo tudo, vamos comendo poeira de vizinhos como Uruguay, Argentina e Chile... talvez ate do Paraguay.
Nao temos padronizacao no leite (toda a cadeia), carne e outros derivados animais, mas estamos sempre vendendo a ideia de que somos os melhores. So que com as importacoes de vento em popa, o consumidor comeca a diferenciar o que tem qualidade e o produto que e um 'fiasco".

Valdemiro Conceicao Junior

Vitória da Conquista - Bahia - Pesquisa/ensino
postado em 14/11/2012

Miro Conceição

Excelente artigo! A combinação dos conhecimentos de Administração e Zootecnia permitiram a construção de um texto que aborda as perspectivas e pontos de estrangulamento da cadeia produtiva de ovinos com brilhantismo.
Seria ótimo se os construtores de políticas públicas, bem como os atores da cadeia da ovinocultura, considerassem as questões aqui discutidas no sentido de permitir o crescimento sustentado da atividade.
Estejam certo que este é um material que utilizarei nas aulas de melhoramento Animal com meus alunos de Agronomia.

Júlio César Alvarenga

Juiz de Fora - Minas Gerais - Instituições governamentais
postado em 14/11/2012

Meu caro,
                 Li não só com atenção, mas, também admirado pelo belo conteúdo da matéria e o que nos falta não só na ovinocultura mas em toda cadeia produtiva é excelência na produção, pois produtividade se consegue,  nunca vi um pais tão generoso quanto este. Meus sinceros parabéns.

Maria Lucia Pereira Lima

Ribeirão Preto - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 14/11/2012

Marcos
Parabéns pelo artigo.
Ficou muito bem colocado a falta de conexão entre os elos da cadeia e que um esforço conjunto pode ligar alguns elos de forma que os fluxos dentro da cadeia produtiva possam melhorar, mesmo que ocorra em abrangência regional. Isso pode ser um começo.
A seriedade do controle zootecnico,  a veracidade das informações do controle zootecnico na fazenda são consideradas a base para alavancar programas maiores, como os de melhoramento genético.  Obrigada por iniciar a discussão.

welton

Limeira - São Paulo - Estudante
postado em 14/11/2012

Nada como ouvir as palavras do consultor e produtor que mais entende de ovinocultura do Brasil. Quem conhece o Marcos Ronca e sua cabanha em Guaxupé - MG sabe do que estou falando.
A melhor carne de cordeiro a qual provei foi graças ao Marcos Ronca.
Parabens e sucesso a você e a Cabanha Xavante!!

Taeke Greidanus

Castro - Paraná - Produção de ovinos
postado em 15/11/2012

Bom Dia Marcos.
Primeiramente parabéns pelo artigo, haja vista que tivemos a oportunidade de nos conhecermos a algum tempo atrás, mas acho que o mercado de ovinos no Brasil precisa ainda haver uma solidificação dos parâmetros de analises e acessibilidade ao produtor. Nós da Fazenda Portão Vermelho, situada em Castro - PR, qual sou Zootecnista ( Felipe Preto Grzebielucka) e estou a representar o Sr. Taeke Greidanus (proprietario), vemos essa falta dos programas, qual já trabalhamos com DEP's a mais de 5 anos no nosso rebanho de Texel, em uma parceria particular com programas da Nova Zelândia (Ovigol), representado pelo Bruno Santos, poderíamos chamar de uma escola para produção de ovinos com aptidão para produção de carne o fomento da Nova Zelândia pela excelencia. Sr. Taeke tem uma visão empreendedora em estar selecionando animais com potencial para maior musculatura, chamado Gene MYOMAX, nossos gastos são altos para incrementos ainda maiores na importação de sêmen, e divulgação de uma genética mais avançada.
Muitos ovinocultores entram na atividade sem as vezes terem maiores informações sobre manejo e outros cuidados, sem um mercado formado para estar produzindo animais de qualidade e poder competir com preços. A ovinocultura tem giros rápidos, mas lucros apertados, assim digo temos que ter índices, produtividade, aliando alimentação + ambiente + GENETICA.
Agradeço a atenção.    

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 15/11/2012

BAHHH !  MUITO BOM

Marcos de Faria Ronca

São Paulo - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 21/11/2012

Prezado Andre Luiz Nogueira, muito obrigado pelas palavras! Essa questão que você coloca: "Ate quando vamos escutar e ler que temos uma demanda crescente e que não somos capazes de atender?" é uma que sempre me intrigou também. Ainda mais vendo o maior foco sempre voltado para pistas e não para animais PRODUTIVOS.  Acho também que já passou da hora de atacarmos de frente essa questão da falta de oferta. Até porque, apesar de o Uruguai conseguir suprir bem essa nossa carência de carne ovina, muitos dos produtos deles, apesar de terem padrão, não atingem a qualidade que já temos em muitos dos nossos cordeiros. Afinal, a maior parte desses animais importados não se trata de cordeiros e sim de animais mais velhos. Esse quadro fica evidente se analisarmos que, entre outubro  de 2011 e setembro de 2012,  cerca de 72% do valor das exportações uruguaias de produtos do setor ovino foram gerados da lã e de produtos da lã.  Um abraço, Marcos Ronca

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