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O retorno da ovinocultura ao cenário produtivo do Rio Grande do Sul

postado em 11/06/2013

13 comentários
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Autores:
Viviane Schons de Ávila – Graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Ana Paula Burin Fruet – Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Marciele Barbieri - Graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Nadia Helena Bianchini – Graduanda em Engenharia Florestal - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Andrea Cristina Dörr – Professora Adjunta do Departamento de Ciências Econômicas

Introdução

Os ovinos foram introduzidos no Brasil durante o século XVI (PAIVA, 2005; MCMANUS,2010) e nesse período explorou-se a produção laneira da espécie. No entanto, foi apenas no século XX que a atividade evoluiu e gerou desenvolvimento econômico principalmente para o estado Rio Grande do Sul (VIANA, 2007).

Ao final da década de 80 ocorreu a crise da lã, a qual foi causada pelo aumento dos estoques de lã da Austrália, da comercialização de tecidos sintéticos e de uma série de crises e colapsos mundiais que ocorreram nesse período. Como consequência desses acontecimentos, o número de ovinos criados no Rio Grande do Sul diminuiu bruscamente (NOCCHI, 2001; VIANA, 2008b).

O cenário da ovinocultura foi alterado, pois atualmente, a carne tornou-se o principal produto da criação ovina no Rio Grande do Sul, o qual apresenta um rebanho ovino caracterizado por, aproximadamente, quatro milhões de animais (IBGE, 2010). No entanto, percebe-se a necessidade de organização da cadeia e aumento de produtividade, pois o Brasil apresentou pequena participação na produção mundial da carne ovina, 0,95%, em 2010 (FAO, 2011).

Apesar dos ovinos serem introduzidos juntamente com outras espécies no Brasil, é observado que o número de ovinos criados não aumentou na mesma proporção de outros animais de produção (MCMANUS, 2010). Dessa forma, estudos que abrangem a evolução da cadeia e procuram evidenciar possíveis entraves da produção podem colaborar com o fortalecimento da ovinocultura do Rio Grande do Sul.

O objetivo desta revisão é realizar uma análise histórica sobre a cadeia ovina no Rio Grande do Sul, com intuito de identificar o comportamento do mercado anterior a crise laneira e o retorno da produtividade nos últimos anos, após a mudança no foco da produção, assim como as implicações da crise e o mercado atual para a produção ovina.

Histórico da ovinocultura

A partir de 1556 é descrita a presença de espécies ovinas no Brasil (NUNES VIEIRA, 1967). Contudo, esta espécie não teve capacidade de se adaptar aos estados do norte devido ao clima desfavorável. No Estado do Rio Grande do Sul o estabelecimento da ovinocultura como atividade econômica ocorreu no início do século XX com a valorização da lã no mercado internacional. Nessa época, a lã era o principal produto da ovinocultura e esse mercado estava em expansão mundialmente (VIANA & SILVEIRA, 2009).

A ovinocultura gaúcha chegou ao apogeu durante a década de 80, sendo considerada a segunda atividade, em nível de importância. Segundo Figueiró (1975), a maior densidade e quantidade de ovinos encontravam-se nos municípios da região Sul do Estado, mais precisamente na região da Campanha. De acordo com Nocchi (2001), nesse período, a lã atingiu o preço de US$ 3,83/kg no mercado internacional durante a safra 1988/1989, preço jamais alcançado novamente, quando o rebanho gaúcho chegou a 13,5 milhões de ovinos. Os rebanhos aumentaram, assim como a necessidade de mão-de-obra, gerando mais empregos nas fazendas e maior retorno do investimento aos proprietários. O volume de lã produzido no Rio Grande do Sul chegava a 36 milhões de quilogramas por ano.

Como o foco da atividade era a produção de lã, o sistema produtivo se desenvolvia com o intuito de maximizar a produção através da utilização de raças específicas para esse propósito. Portanto, o rebanho ovino gaúcho foi formado, principalmente, pelas raças Merino Australiano e Ideal, as quais são especializadas na produção de lã, e também pela raça Corriedale de duplo propósito, carne e lã, apesar da carne ovina não ter relevância nessa época (SILVEIRA, 2001). De acordo com Viana & Silveira (2009), a carne ovina era considerada um produto secundário e não tinha importância econômica, sendo utilizada apenas para consumo dos estabelecimentos rurais.

Em seu estudo, Nocchi (2001) relata que comercialmente existia uma rede de cooperativas de lã, que recebiam, classificavam e comercializavam a lã, tanto no mercado nacional quanto internacional, competindo em nível mundial com outras economias laneiras. Essas cooperativas de lãs surgiram na década de 40 com o apoio do governo, devido às grandes distâncias entre as fazendas e a precariedade dos transportes na época (ALVEZ RUIZ, 1982).

Crise da lã

No final da década de 80, iniciou-se uma grande crise na ovinocultura. Segundo Viana (2008b), entre os motivos que culminaram a crise está o grande estoque de lã da Austrália, principal produtor mundial, que criou um mecanismo de proteção comercial baseado em grandes compras e vendas de lã com o intuito de regular o preço. Porém, uma decisão única de desafiar os compradores a pagarem preços mais altos pela lã fez com que os consumidores contestassem e deixassem de comprar. Com isso, a Austrália estocou o produto a espera de uma reação do mercado, fato que não aconteceu. Os altos preços contaminaram outros centros produtores de lã do mundo e os consumidores deslocaram-se para o consumo de confecções de algodão e fibras sintéticas, instalando-se assim a crise no mundo inteiro (NOCCHI, 2001).

Nesse período também ocorreu o avanço tecnológico do setor têxtil, o que contribuiu para que fibra sintética ganhasse espaço no mercado, com preços altamente competitivos se comparados aos da lã (SILVEIRA, 2005). Além disso, alguns acontecimentos ao longo da década de 90 também foram relevantes para esta crise. Citam-se o colapso na União Soviética (URSS), as crises da Europa Ocidental e Japão e a crise econômica na China e Ásia. Estes episódios colaboraram para a diminuição da demanda internacional de lã, o que justifica em partes, o aumento dos estoques na Austrália (NOCCHI, 2001).

O Rio Grande do Sul, que tinha grande importância na produção de lã, foi muito prejudicado com a crise (SANTOS et al., 2009). As exportações de lã adquiriram menos representatividade, as cooperativas responsáveis pelo recebimento, armazenamento e comercialização da lã foram desaparecendo, e assim houve a retirada do crédito subsidiado à ovinocultura (NOCCHI, 2001).

A crise provocou uma evidente diminuição dos rebanhos ovinos no Rio Grande do Sul, além de queda no preço da lã que chegou a US$1,52/kg (FAOSTAT, 2011). Segundo Couto (2004), os produtores que abandonaram a ovinocultura buscaram, ou ainda buscam a migração para outras atividades, como a agricultura. Enquanto outros, que não querem abandonar a atividade, estão reestruturando seus rebanhos, passando a trabalhar com raças de dupla aptidão (carne e lã) e com raças específicas para a produção de carne.

O Rio Grande do Sul ainda é produtor de lã, porém, em escala menor se comparado a época anterior a crise. Segundo dados da Fecolã (OVINOS..., 2004), a lã gaúcha representa 91% de toda produção brasileira, sendo destinada principalmente à indústria nacional de vestuário e também às indústrias de tapeçaria e artesanato.

Retorno da ovinocultura

No início da crise muitos produtores gaúchos desfizeram-se das raças laneiras e priorizaram aquelas de dupla aptidão, como a Corriedale, na tentativa de aguardar o retorno da produção de lã ou mudar totalmente para a produção de carne ovina (NOCCHI, 2001). Portanto, com o forte agravamento da crise, os produtores que não abandonaram a atividade, passaram a importar reprodutores de raças específicas para carne, como Hampshire Down, Suffolk, Ile de France e Texel (SILVEIRA, 2001). Apesar de a carne ovina ser considerada de baixa qualidade no período em que o principal produto era a lã percebeu-se uma mudança no foco da ovinocultura para a produção de carne (SILVEIRA, 2005).

Mesmo com a alteração do produto final da atividade, os rebanhos reduziram-se drasticamente, mas a atividade não desapareceu por completo (VIANA, 2008a). A ovinocultura passou a se expandir por outras regiões brasileiras além da região Sul, principalmente na região Nordeste, a qual apresenta atualmente o maior rebanho efetivo do Brasil (LARA et al., 2009). Na região Nordeste, devido ao clima semi-árido, houve a introdução de raças deslanadas, como Morada Nova e Santa Inês, assim, a ovinocultura voltou a ser uma atividade rentável (SANTOS et al., 2009).

Atualmente, as tendências para o mercado ovino são promissoras, pois, de acordo com Lara et al. (2009) as pessoas estão se adaptando aos novos hábitos de consumo e inclusive com maior apreciação pela carne ovina, o que favorece a demanda deste e indica um potencial produto substituto a outras carnes no mercado brasileiro. Segundo Santos et al. (2009) com o aumento do poder aquisitivo da população e o incremento do abate de animais precoces, surge um novo mercado para a ovinocultura. Carvalho (2004) relata que as regiões onde as pessoas apresentam maior poder aquisitivo requerem uma demanda crescente de carne ovina. Além disso, muitos consumidores já sabem qual a carne que desejam ingerir e recorrem as suas marcas prediletas.

O aumento do consumo da carne ovina pode ser visualizado na Figura 1 elaborado por Souza (2008), o qual afirma que tanto a produção quanto o consumo de carne ovina foram crescentes nos últimos anos, sendo que no ano de 2006, as duas variáveis representaram, respectivamente, 117 mil toneladas e 124,1 mil toneladas.

Figura 1 - Produção e consumo de carne ovina no mercado brasileiro, em mil toneladas. e-estimativa; p-projeção. Fonte: FAO/MAPA/MDIC, elaborado por Souza (2008).

Apesar da evolução, o rebanho ovino das regiões tradicionais de criação é insuficiente para suprir a demanda brasileira cuja situação abre espaço para a carne importada (SORIO, 2010). Parte da demanda interna é suprida com importações com destaque ao Uruguai, responsável por 60% da carne consumida no Brasil. Essa transação é favorecida pela valorização cambial existente no Brasil, o que proporciona preços mais competitivos ao Uruguai. Além disso, a carne uruguaia é rotulada como carne de qualidade superior e as importações acabam reprimindo os preços pagos ao produtor gaúcho (VIANA, 2008a).

Mesmo com a crescente demanda de carne ovina, o consumo per capita do brasileiro gira em torno de 0,7kg por ano (CPT, 2010), muito inferior a outros países, como a Nova Zelândia que apresenta um consumo per capita anual de 42,2kg. Exceto no Rio Grande do Sul, a carne ovina é vista como carne de natureza exótica, tendo mais aceitação em ocasiões diferenciadas, principalmente em restaurantes, hotéis e festas, o que torna o produto mais caro (CARVALHO, 2004). Dessa forma, a carne ovina compete com outras carnes, como frango e gado que, geralmente, são mais baratas (LARA et al., 2009).

Silveira (2001) ressalta que o atual mercado da carne ovina não está organizado e estruturado como era o mercado da lã (PADILHA et al., 2008). Um grande problema desse setor é a informalidade do abate, pois, grande parte da carne ovina é proveniente do comércio clandestino e, além disso, não há padronização do produto (ALENCAR & ROSA, 2006). Estima-se que no mínimo 90% da carne ovina consumida no país sejam de origem clandestina, com grande presença do autoconsumo (SOUZA, 2008).

Mesmo assim, o Rio Grande do Sul permanece em destaque na ovinocultura, sendo responsável por 68% da produção brasileira de carne ovina. Atualmente, conta com um rebanho de, aproximadamente, quatro milhões de ovinos (IBGE, 2010), sendo que os municípios da região da Campanha destacam-se com os maiores rebanhos, conforme já ocorria nas décadas de 70 e 80, representando 69% de todo rebanho ovino do Estado (SANTOS et al., 2009). Porém, mesmo sendo um mercado promissor, a maioria dos produtores associam a criação de ovinos com bovinos e não relatam a ovinocultura como atividade principal (PADILHA et al., 2008).

Conclusões

O Brasil, com destaque ao estado do Rio Grande do Sul, participa do crescente mercado internacional de carne ovina, principalmente como importador. O que demonstra a existência de um mercado interno aquecido e oportunidades para os produtores gaúchos investirem na cadeia produtiva de ovinos.

Diante das dificuldades que a ovinocultura enfrenta, conclui-se que são necessários esforços a fim de incentivar a produção de carne ovina e organizar a cadeia produtiva. Existe espaço para melhorias nesse setor, sobretudo no que se refere à obtenção de maior volume de carne produzida.

Referências bibliográficas

ALENCAR, L.; ROSA, F. R. T. Ovinos: panorama e mercado. Revista O Berro. v. 96, 2006. Disponível em: <http://www.zebus.com.br/berro/noticias_ver.php?CdNotici=9>. Acesso em: 27 abr. 2012.

ALVES RUIZ, M. A. Cooperativismo – Um caminho para o desenvolvimento: Cooperativa Santanense de Lãs Ltda. (1944 – 1964). Florianópolis: UFSC, 1982. Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal de Santa Catarina, 1982.

CARVALHO, R. B. de. Potencialidades dos Mercados Para os Produtos Derivados de Ovinos e Caprinos. Fortaleza, 2004. Disponível em: <http://www.editora.ufla.br/Boletim/pdf/bol_53.pdf> Acesso em: 17 abr. 2012.

COUTO, F. A. A. Ovinos – Tradição e Lucratividade. Revista Rural, agosto, 2004. Disponível em: <http://www.revistarural.com.br/edicoes/2004/Artigos/rev79_ovinos.htm>. Acesso em: 17 abr. 2012.

CPT. Centro de Produções Técnicas. 2010. Disponível em: <http://www.cpt.com.br/artigos/ovinos-deslanadosexcelente-opcao-para-ovinocultores brasileiros>. Acesso em: 10 jan. 2012.

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FIGUEIRÓ, C. M. W. Ovinocultura no Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura, Porto Alegre, RS (Brasil). Supervisão da Produção Animal. 1975. 45 p.

IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal. 2010. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl1.asp?c=73&n=0&u=0&z=p&o=27&i=P>. Acesso em: 05 fev. 2012.

LARA, V. et al. O mercado nacional da ovinocultura. Associação Brasileira de Zootecnistas, 2009. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=o%20mercado%20nacional%20da%20ovinocultura%20vivian%20lara% 2C&source=web&cd=1&ved=0CCQQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.abz.org.br%2Ffiles.php%3Ffile%3Ddocumentos% 2FVivian___work_ovino_278887423.pdf&ei=waqNT6eiN4aFgwfH3f2qDg&usg=AFQjCNGpQOGWG4Dsb8FT2sGwg7alITa6w>. Acesso em: 17 abr. 2012.

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NOCCHI, E. D. G. Os efeitos da crise da lã no mercado internacional e os impactos sócio-econômicos no município de Santana do Livramento, RS, Brasil. Rosário: UNR, 2001. Dissertação (Mestrado em integração e cooperação internacional), Universidad Nacional de Rosario, 2001.

NUNES VIEIRA, G. V. Criação de Ovinos. São Paulo: Melhoramentos, 3. ed., 1967. 25p.
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PADILHA, A. C. M. et al. A Reestruturação do agronegócio da ovinocultura no Estado do Rio Grande do Sul: uma análise na perspectiva da competitividade. Revista de Estudos de Administração, v. 8, n. 16, p. 145-164, 2008.

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SILVEIRA, E. O. da. Comportamento Ingestivo e Produção de Cordeiros Em Pastagem de Azevém Anual (Lolium multiflorum Lam.) Manejada em Diferentes Alturas. Porto Alegre: UFRGS, 2001. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.

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VIANA, J. G. A.; SOUZA, R. S. de. Price tendency of sheep products in the state of Rio Grande do Sul from 1973 to 2005. Ciência e Agrotecnologia, v. 31, n. 1, p. 191-199, 2007.

VIANA, J. G. A. Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil. Revista Ovinos, v. 4, n.12, Porto Alegre, 2008a.

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Comentários

José Carlos da Silveira Osório

Pelotas - Rio Grande do Sul - Pesquisa/ensino
postado em 12/06/2013

Estimados Autores:
Ótima avaliação, parabéns. Porém, alguns exemplos de organização e programas poderiam enriquecer e serviram como exemplos do que pode ser feito. Caso do PROMOVI, Programa Cordeiro Herval Premium e Cordeiro do Alto Camaquã, por citar alguns. O Programa Cordeiro Herval Premium ganhou troféu e homenagem da FARSUL como cadeia organizada. O PROMOVI passou a ser Nacional pela ARCO e passou a ser para melhoramento da Lã e Carne.
Não poderia deixar de fazer essas considerações; mas, como disse, está ótimo. Necessário se faz informar e levar técnicas aos ovinocultores. Parabéns.

Flavio Schirmann

Formigueiro - Rio Grande do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 12/06/2013

Falta-nos ainda a uniformidade das carcaças, regularidade de oferta e volume de produção.Estes são pontos de estrangulamento difíceis de serem superados, com vistas a consolidação da cadeia produtiva, como era a da lã nos anos 80. Importante é que a tecnologias de produção está disponível, bem como o suporte genético.Falta a difusão das novas técnicas aos produtores bem como o aporte de recursos financeiros( Nossos ovinocultores apreenderam ao longo do tempo e "às duras penas"  que pegar dinheiro em banco para colocar em criação de ovelhas pode não ser um bom negócio) Assim este "gargalo" vai ter que ser resolvido pelo mercado, através de melhores preços pela carne...

carlos celso

Imperatriz - Maranhão - Indústria de laticínios
postado em 14/06/2013

otima idea, deixará os criadores atualizados dos preços

josimario dantas rebouças

Natal - Rio Grande do Norte - Produção de ovinos de corte
postado em 14/06/2013

Acho muito bom, porque só assim todos tem uma referência ou onde pesquisar.

BAIARD ROGERIO PIRES MOREIRA

São Desidério - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 15/06/2013

Sempre é louvável iniciativas deste valor. O valor da carne ovina vem sendo melhorado a cada ano devido justamente a padronização dos cortes e da melhoria sensível na produção das carcaças em raças exclusivamente para carne como a Dorper. Hoje o Brasil não consegue produzir 50% da sua necessidade de consumo. O Uruguai era o local onde as grandes redes se abasteciam mas que desde o ano de 2012 vem tendo dificuldade pois eles passaram a exportar para países europeus que pagam melhor, deixando o Brasil novamente sem abastecimento suficiente para o mercado interno. Aqui no nordeste e principalmente em nossa região, estamos produzindo um cordeiro de qualidade que está sendo abatido sem a primeira muda de dentes o que qualifica  e valoriza mais o produto. A CICADE na década de 80 produzia este cordeiro especial mas que, devido a falta de oferta, acabou com o programa. Hoje nós temos que qualificar mais o produtor que poderá ter um ganho adicional em sua propriedade ou até fazer esta uma atividade principal. O mercado absorve toda produção desde que seja uma produto de qualidade exigido pelo mercado.

Ricardo Inciarte

Montevideo - Montevideo - Uruguai - Revenda de produtos agropecuários
postado em 15/06/2013

En Uruguay, existe la categorìa de "cordero pesado" de 36 a 38 kilos a la faena y con menos de 1 año de edad. Ademàs los animales son tatuados por funcionarios del Secretariado Uruguayo de la Lana (miembro del Wool International Secretary ò Secretariado Internacional de la Lana), con lo cual se logra un mejor precio por kilo en piè.
De esta forma, cada vez màs se produce este tipo de carne cuyo principal destino es Brasil, pero que poco a poco tambièn es comprada por China, UE y Mèjico.
Actualmente, se està en negociaciones con USA para entrar a ese importante mercado.

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 17/06/2013

Olá Senhores!  Sinto-me honrado  em poder contactar com cada um dos senhores e parabenizá-los pela troca de idéias sobre este maravilhoso produto e seu grandioso mercado. Ao Sr. Flávio pergunto: Qual será o preço ideal para o seu mercado comprador e para  o consumidor? E Qual preço  é praticado hoje por kg./vivo. Disseste-o bem sobre a difusão de novas técnicas aos produtores e o aporte financeiro. Isto sim é um grande gargalo que os governantes regionais têm medo de quebrar, haja vista que é de inteira responsabilidade deles  a divulgação dos resultados alcançados através de grandes cifras investidas em pesquisas ; as quais deveriam ser transferidas para os produtores e acompanhadas por técnicos ,veterinários e até agrônomos , o tempo inteiro para que o mercado se torne(apto e sustentável) e portanto independente dos governantes .Acho que eles têm medo de nos tornarem independentes! Más isto é o que deve acontecer . O termo sustentabilidade  que tanto prega-se em papel e em palavras faladas ao vento pelo Governo Federal , um dia  vai entrar na mente dos Governos Estaduais e do Municipais pois, ser sustentável é ser forte, promissor, confiante e confiável; é ter qualidade de vida própria diante de você e não tão dependente dos outros.  Quantos bilhões ainda gastarão  em busca de AUTO SUSTENTABILIDADE , quando deverão  entender que ela só depende de nós mesmos, os considerados pequenos produtores que não querem que sejamos grandes. O OURO QUE BRILHA MAIS É AQUELE QUE GARIMPAMOS EM  NOSSO PRÓPRIO QUINTAL.  Forte Abraço a Todos  e Que Deus continue nos fortalecendo com grandes Bençãos.
José Carlos -17.06.2013 -JCLUZ

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 17/06/2013

Olá Sr. Baiard Rogerio !  Parabens pela  presença  neste  bate bola tão importante para a nossa região do semiárido (NORDESTE BRASILEIRO) cujo o Bioma da Caatinga não há outro no mundo, daí a nossa importância a ser considerada. Somos o berço da criação pecuária  de grandes e pequenos animais desde  o ano de 1500 quando começaram a nos descobrir  tirando o pau brasil , depois o ouro e agora  a fauna e a flóra também. Como se não bastasse  os nossos governantes ainda insistem em não proteger os pequenos lutadores, mais conhecidos por agricultores familiares . Querem nos manterem com bolsa familia, seguro safra e muita lei  que, algumas,não podem ser praticadas em nossa região  como um todo brasileiro ( somos quatro biomas com necessidades diferentes ,daí a questão)  . No entanto  o que precisamos mesmo é sermos orientados e assistidos pelos governantes  com acompanhamento técnico  para aplicação das tecnologias que se encontram guardadas nas mentes  de grandes pesquisadores  em órgãos como : EMBRAPA, IPA. ADAGRO e demais. Desde o ano de 2000 o Governo Federal  ordenou aos governos Estaduais que  ordenassem aos seus Governos Municipais à se tornarem auto sustentáveis . Alguns Estados obedeceram e estão  na frente de grandes empreendimentos  direcionados  aos pequenos agricultores familiares -esqueceram-se  de que  em nossa região ainda existem pecuarístas tentando sobreviver com seus próprios esforços- Fico feliz por saber que sua região produz bons cordeiros que atendem  ao padrão  de mercado consumidor com excelente qualidade. Gostaria  que o senhor  me informasse que preço vem sendo praticado em sua  (região) na compra  do Kg/.vivo e na venda  após abatido e quais os cruzamentos  de melhoramento aplicados  no padrão racial com o Dorper e qual o manejo alimentar para  atingir tal peso / tempo de abate de seus cordeiros.
Forte Abraço.   josejcluz@hotmail.com.br  Serra Talhada, 17 junho,2013.Em tempo; Vi ai a confirmação  das importações do Uruguay  através  de comentários do Sr. Ricardo Inciarte  no qual fala sobre o programa de criação  ¨cordeiro Pesado' destinados ao mercado  do Brasil etc..

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 17/06/2013

Boa Tarde S.Ricardo Inciarte -Montevideo /Uruguay-Revenda/Distribuição de Produtos para Produção.
É de me  gosto saber  cual  mejor precio por kilo en piè que uster vende para o Brasil o cordero pesado, hoje (atual)  Interessa-me  saber  tudo que o senhor puder  dizer sobre  o manejo  geral adotado em sua regiaão  e que tipo de alimento os cordero recebem  para qtingir este peso  e em que tempo  . (Muito Obrigado )   Gracias . Abraço    José Carlos, 17.06.2013  É muito importante comunicar-me  con  o senhor. !!!!.
meu e-mail: josejcluz@hotmail.com.br  

Flavio Schirmann

Formigueiro - Rio Grande do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 18/06/2013

Sr José Carlos. Saudações ovelheiras! Quando recém formado em agronomia trabalhei aí no Baixo São Francisco (Sergipe e Alagoas) com arroz irrigado nos projetos da Codevasf e seguidamente viajávamos até Petrolina, passando por Floresta. N'aqueles anos oitenta, a ovinocultura de carne destinava-se basicamente para consumo próprio das fazendas, como aqui no RS. Estados como o seu, que tem grande movimentação de turistas, tem um grande potencial para a carne de cordeiros, com restaurantes que ofereçam pratos especiais...Quanto ao preço que considero adequado ao produtor, seria aquele que cobri-se o custo de produção mais uma margem de lucro de 25 a 30%. Como o custo de produção é muito variável em cada propriedade é muito difícil definir um preço geral...Aqui, em nossas condições, acredito que R$ 6,00/kg vivo é um preço aceitável que pode deixar um "lucro" de 20%,( coloco entre aspas porque dos 20,% ainda não foram descontados outros custos que normalmente  não apuramos). Quanto a idade de abaste seriam animais com 4 meses.Mantidos no pasto com as ovelhas e recebendo suplementação no "cocho" até os 60 dias quando, sendo desmamados, passariam ao confinamento por 60 dias até o abate. Devendo pesar de 38 a 42 kg vivo. Com esta idade precoce não teriam deposição de gordura, resultando uma ótima carcaça e muito boa apresentação no "prato". Na minha região não se consegue estes índices somente com pastejo no campo, por isso a terminação em confinamento. Uma alternativa seria a reunião de vários criadores para a realização desta etapa, através de "Condomínios Rurais", reduzindo o custo pela melhor   utilização da infraestrutura e mão-de-obra...(fjschirm@ibest.com.br)

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 26/06/2013

Alô Flávio Schirman ! Grande abraço e, muito obrigado pelas informações e mais ainda pela valiosa RECOMENDAÇÃO  sobre confinamento e cooperativismo. Como técnico em zootecnia, vejo grandes vantagens neste tipo de manejo. Entretanto, no nosso sertão, infelizmente, o povo passa por uma linha de direção  de produção pecuária sem acompanhamento técnico por parte dos governantes (sem união) Ademais as propriedades são pequenas  e o clima não permite  uma pastagem natural e duradoura feito a sua região. Estou investindo aos poucos nesta idéia utilizando a caatinga como fonte alimentar  após raleamento e inserção de leguminosas e árvores frutíferas como alimentação animal; e pretendo conclui-la em tempos futuros ( Com a graça de Deus) e auxilio orientativo feito este seu chegarei lá.
Quando quiser trocar mais informações  ou saber mais sobre nossa região, é só  conectar-se. Sem mais , grande abraço.  José Carlos ,(josejcluz@hotmail.com)  
Serra Talhada, 26.06.2013.

Wolfram Bahr

Campo Alegre - Santa Catarina - Produção de ovinos de corte
postado em 14/04/2014

Sou criador de ovinos e presidente do do nucleo de ovinocultores e estou atras de iformaçoes adequadas na area de ovinos para que posamos fazer um tyrabalho em conjunto e de qualidade

José Florisbelo Saraiva Soares

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 05/05/2014

Caro Wolfram Bahr sou criador de ovinos no Rio Grande do Sul e residente em Santa Catarina onde exerço a profissão de advogado. Fiz parte da fundação do Núcleo de Criadores de Corriedale de Bagé, onde fui secretário por dois mandatos. Acho que poço colaborar contigo em relação à ovinocultura em Santa Catarina. Meu endereço eletrônico é o seguinte: grotta@netbig.com.br

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