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Ovinocaprinocultura como agronegócio: integração caatinga/pastagens irrigadas

postado em 03/05/2013

20 comentários
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Autor: Marcos Rogério Cipriano
Presidente da ACCOSSF (Associação dos criadores de caprinos e ovinos do Sertão do São Francisco)

O mercado da carne ovina está crescendo a passos largos, em função da grande aceitação deste produto pela sociedade brasileira, notadamente, o da Região Nordeste. Isto se reflete no surgimento de vários pontos de vendas e restaurantes especializados, principalmente nos grandes centros urbanos. Paralelamente, aparecem as construções e a implantação de abatedouros, frigoríficos e curtumes, específicos para carnes, vísceras e peles de ovinos na Região, caracterizando como uma forte sinalização de estímulo e garantia para o desenvolvimento do respectivo setor produtivo. Assim, há necessidade de práticas alternativas que permitam ao produtor ofertar cordeiros para o abate, capazes de atender às necessidades do mercado de carne, tanto em termos quantitativos quanto qualificativos (EMBRAPA/Caprinos: Circular Técnica Nº 28).

Um sistema de integração sequeiro/irrigação para produção de caprinos e ovinos pode viabilizar o abate dos animais com seis a sete meses de idade e é mais competitivo que o sistema tradicional da caatinga, onde os animais vão para o abate com dois ou mais anos (EMBRAPA/Semiárido: Instruções Técnicas Nº 70).

A prática da terminação de cordeiros em confinamento constitui-se numa alternativa ímpar que deve ser disponibilizada e recomendada especialmente para o semiárido do Nordeste brasileiro (EMBRAPA/Caprinos: Circular Técnica Nº 28).

Portanto, uma integração entre os produtores que criam nas áreas de sequeiro (caatinga) e produtores que possuem pastagens irrigadas no Vale do São Francisco, pode ser o modelo de produção para transformarmos o Sertão do São Francisco no maior produtor das carnes caprinas e ovinas. Só vamos atingir o mercado consumidor se pudermos garantir regularidade na oferta, padronização de carcaças, precocidade dos animais, acabamento e quantidade. Somente chegaremos a esse nível com os centros de terminação.

Acreditamos que este modelo de produção seja o mais indicado, pois contempla tanto o empresário, quanto o pequeno produtor que está na caatinga. Cabe ressaltar, que a terminação em pastagens cultivadas possui algumas limitações, tais como: disponibilidade de terra fértil e água em abundância para irrigação, papel do empresário.

O pequeno produtor não quer mais só sobreviver no campo, ele quer progresso econômico, social e cultural, quer ser inserido no agronegócio. Muitos pregam que o Brasil será o celeiro mundial, irá produzir comida para o resto do mundo. Logo, o criador de caprinos e ovinos das caatingas (sequeiro) exige que seja inserido nesse processo, dando a sua contribuição, produzindo o cabrito e o cordeiro que será terminado e enviado para os mais diversos mercados consumidores.

Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Participe deixando o seu comentário!

 

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Comentários

Eulálio Sobreira

Anápolis - Goiás - Revenda de produtos
postado em 03/05/2013

Muito interessante a matéria sobre o agronegócio e integração caatinga e pastagem  irrigada. Resido em Goiânia, mais tenho uma propriedade no Sertão da Bahia, e em pouco tempo vou está morando nessa região. Tenho interesse em saber mais sobre criação de caprinos e ovinos. Sou filho dessa região, e meus pais criavam gado e caprinos em pouca quantidade como pequenos criadores. Gostei de ter encontrado essa matéria.

Obrigado.   

Francelino Neiva Rodrigues

Teresina - Piauí - Estudante
postado em 05/05/2013

    O autor citou o ponto chave, regularidade de oferta e padronização, fatores reconhecidos por todos da área da ovinocultura como necessários para dominar mercado, porém é raro alguém fazer conseguir isso, creio que a integração seria uma boa solução.
    Quanto aos pontos limitantes para a produção em pastagem cultivada, principalmente quando se fala em sistema intensivo, o controle de verminose deve ser considerado, em muitas regiões é o mais limitante.

Euclepio da Silva Santos

Salvador - Bahia - Produção de caprinos de leite
postado em 06/05/2013

Adorei a matéria muito interessante
Tenho uma pequena propriedade no oeste da Bahia no município de Ibotirama
lido mais com caprino leiteiro so que e uma atividade artesanal e gostaria de ter tambem caprinos de corte qual a raça  que vcs me aconselham criar?

Flavio Schirmann

Formigueiro - Rio Grande do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 06/05/2013

Gostaria de saber mais sobre "centro de terminações"...

Jose Lincoln O. Santana

Feira de Santana - Bahia - Produção de ovinos de corte
postado em 06/05/2013

muito boa esta materia,mas na minha região o grande problema é que vc fazendo a padronização e regularidade de oferta de animais precoces, vc não tem um diferencial de preço,com isto não há nunhum incentivo ao produtor a investir em animais diferenciados.

Cleonice Borges de Douza

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 06/05/2013

Muita interessante a matéria. Conheço a região de Senhor do Bonfim e sei o quanto a carne de caprinos é apreciada. Contudo, sei também as dificuldades que os agricultores familiares enfrentam, principalmente a falta de assistência técnica para alcançarem um padrão de produção, com preços e regularidade de fornecimento. Ainda que o quesito recursos produtivos (terra, capital e trabalho) seja um diferencial, a falta de assistência técnica apropriada às necessidades dos produtores se torna um dificultador à expansão da produção. A região Nordeste está assolada em função da seca que a atingiu. O rebanho bovino foi praticamente dizimado e as dificuldades dos produtores não param por aí. Destarte, acredito que, com investimentos governamentais a ovinocaprinocultura possa se transformar numa alternativa eficiente e eficaz de revitalização para os agricultores familiares do Nordeste brasileiro, bem como uma boa alternativa de renda para agricultores familiares de outras regiões.

Awdrea

Sobral - Ceará - Estudante
postado em 06/05/2013

A utilização de pastagem irrigada é um fator limitante em muitas propriedades do nordeste brasileiro levando em consideração que muitos estados nordestinos sofrem por falta d'água até para consumo humano e muitas propriedades ainda não contam com energia elétrica. Acredito que técnicas de manipulação da caatinga  como rebaixamento, raleamento e enriquecimento, é a melhor forma para a criação  de ovinos e caprinos como também de bovinos, basta o produtor utilizar a técnica que melhor se adequar a propriedade e respeitar a capacidade de suporte, além disso, ao manipular a caatinga de forma correta o produtor contará com a sustentabilidade e com o controle biológico das pragas e de verminoses controlando-as com o método Farmacha.  

RICARDO MEDEIROS

Natal - Rio Grande do Norte - Produção de ovinos de corte
postado em 06/05/2013

Existe na região de Petrolina Juazeiro todas as condições favoráveis para que se possa formar um polo indutor de uma revolução no semi árido do Nordeste, sendo esta posição geográfica equidistante que pode vir a tornar-se indutora de todo um processo que engloba um pacote tecnológico criado na referida região, foto este, que pode servir de exemplo para estabelecimento de uma politica publica a ser irradiada para outros polos.
Parabéns vejo que a região trilha um caminho de desenvolvimento sustentável.

Edmilson Lúcio de Souza Júnior

Campina Grande - Paraiba - Pesquisa/ensino
postado em 06/05/2013

Parabéns Marcos e sucesso nos empreendimentos da ACCOSSF (Associação dos criadores de caprinos e ovinos do Sertão do São Francisco)

Zoila Rabanal de Montalvan

Aracaju - Sergipe - Pesquisa/ensino
postado em 06/05/2013

Concordo com a abordagem da matéria, os pontos que sinala são realmente os entraves maiores no desenvolvimento da ovinocaprinocultura, especialmente chamou minha atenção, a proposta dos centros de terminação porque conseguir implementá-los não só resolveria e organizaria a cadeia produtiva como resolveria o problema socio-económico do pequeno e meio produtor .

Luiz Carlos Nunes dos Santos

Salvador - Bahia - Ovinos/Caprinos
postado em 06/05/2013

Enche-me a boca d'agua, quanto fala-se em irrigação. O  Nordeste tem terras fertilíssimas, porém sem águia. Já tô criando meus bodins dentro da realidade que me é imposta pela natureza Nordestina. Acho que se voce consegue armazenar água da chuva, o máximo possível, se faz cilagem e/ou fenação, planeja, ouve, pesquisa, o resultado virá. Discordo da reportagem, o nordeste é 90% seco. A realidade é a palma, o umbu, a leucena, o licuri, a mandioca, etc. O pequeno precisa de orientação, tecnificar-se, de treinamento, não de ilusão....

Aristofanes Carneiro Ribeiro

OUTRA - OUTRO - Produção de ovinos de corte
postado em 06/05/2013

Boa matéria mas incompleta nos detalhes,os sistemas agroindustriais que estão nos livros de Mercado do Agonegócio tem tem funcoionar na ovinocaprinocultura,então faltam dois agentes dessa cadeia,o grande produtor  transformar esse nagócio em um negócio de 1 milhão,atrair o grande capital, o outro agente é o recria e engorda que estão nas areas irrigadas( esse é o meu negócio).Os programas de incentivo ao setor precisam ser revistos,como o Aprisco que faz 13 anos de existencia, focaram na sobrevivencia do pequeno produtor,esqueceram o negócio em si e o mercado.Bem estamos avançando e o burado do mercado também,os uruguaios fazendo a festa.

carlos celso

Imperatriz - Maranhão - Indústria de laticínios
postado em 07/05/2013

concordo plenamente.
podemos colocar em futuros artigos exemplos de integração fruticultura/ovinocultura irrigada, seria uma forma de na mesma area o produtor obter dois tipos de receita e se formos mais, ainda podemos colocar a apicultura.( abelha sem ferrão).

Miguel Justino Gomes de Carvalho

Abare - Bahia - Produção de caprinos de corte
postado em 08/05/2013

Necessitamos de programa para integração da pecuária de corte com a caatinga, na garantia de obtenção do cabrito precoce, com utilização de forragem da caatinga.

Ivanildo Almeida Lima

Juazeiro - Bahia - Produção de caprinos de corte
postado em 08/05/2013

Inegavelmente, essa região oferece condições para um excelente desempenho da cadeia produtiva, notadamente a caprina; guardando forte viés cultural quanto ao manejo tradicional de cria, que mais está ligada a um "meio e modo" de vida, incutindo evidente  acervo de geográfico e de origem, atípico, eis que integrante do Bioma Caatinga, único no planeta. Essa modalidade, está sendo ajustada às necessidades impostas pela alteração climática; a integração da área  de sequeiro[caatinga] e área irrigada permitirá a criação em escala padronizada e regular de produção. Criar, é uma questão de AMOR. AMOR? Sim. Alimentação,  Manejo, Organização e Regularidade. Ivanildo.Fazenda Vale do Curaçá[irrigável]  e Fazenda Riacho do Cipó[sequeiro], Municipio de Curaçá/BA.           

Accossf

Juazeiro - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 09/05/2013

Workshop "Integrando a Caprinocultura e a Ovinocultura com a Agricultura Irrigada: Ampliando Oportunidades" - sexta, 17 de maio, às 16:00 horas, durante a Fenagri/Expovale...

Accossf

Juazeiro - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 09/05/2013

Fenagri/Expovale 2013: Reunir num só evento, a maior feira de fruticultura irrigada da América Latina e uma das mais importantes exposições de caprinos e ovinos da Bahia. Este é o novo conceito da Fenagri Expovale, que acontece em Juazeiro-BA, no período de 14 a 19 de maio de 2013. A proposta é fortalecer as cadeias pro...

Ailson Joao Filho

Floresta - Pernambuco - Estudante
postado em 10/05/2013

O limitante na produção da Caprinovinocultura no Nordeste em especial no sertão ainda estar ligado a falta de tecnologias sócias capazes de propiciar o armazenamento de água em quantidade satisfatória para irrigar pequenas capineira, área de cultivo de palma ou mesmo a caatinga produzindo alimentos para o rebanho por todos os meses do ano, de modo que posamos aparecer como produtores de carne e derivados de caprinos e ovinos com regularidade abastecendo o comercio com um produto de qualidade capaz de competir com o mercado de outras regiões do Brasil.

Ailson João
Tec. Zootecnia

Rafael Sene

Curaçá - Bahia - Produção de caprinos de corte
postado em 12/05/2013

Vejo a integração sequeiro - irrigação como ferramenta principal  para ovinocaprinocultura da região do São Francisco.  Tendo o poder transformador de tornar a região uma potência em produção.
Especializando e setorizando a cadeia produtiva da reião, com propriedades de sequeiro realizando a fase de cria com rebanhos numerosos, produção de baixo custo e efeiciente. E as propriedades de irrigação, de maior valor e tecnologia, se especializando na engorda e terminação de cabritos e cordeiros, transformando pastagens e forragens em proteína animal.
Na teoria bastante simples, porém a necessidade de muito trabalho para organizar a cadeia, e de uma vez por todas incluir os produtores de agricultura familiar neste processo, transformando o sertanejo da caatinga em produtor rural, gerando renda e mantendo o homem no campo.
No sertão do São Francisco a riqueza está na caatinga , na minha opinião, que são de fato a base disso tudo. Principalmente quando falamos em quantidade, em volume de animais para engorda. Esta que é a região do Brasil com maior número de rebanho.
Precisamos agora é trasnformar o potencial da região, em potência propriamente dita !!!

josé Carlos Rodrigues da Luz

Serra Talhada - Pernambuco - Consultoria/extensão rural
postado em 27/01/2014

Alô caros leitores !  Caro Sr. Dr. Marcos Rogério Cipriano, minha opinião sobre sua matéria é  a seguinte:  Desde o ano 2000 d.C.se fala em SUSTENTABILIDADE;  foi determinado pelo Governo Federal o pacto para " O Nordeste Sustentável" onde  através da SUDENE deu-se início a elaboração do Programa Permanente de Convivência com a Seca, com base nas propostas de ação enviadas pelos  governos estaduais e ONGs para o período de 2000 /2001 .Então, A  SUDENE juntamente com as Nações Unidas,  elaborou o Programa Regional de Desenvolvimento Local Sustentável  .Embora tenha sido solicitado pelos Estados do Nordeste Brasileiro, nem todos veem  praticando o tal projeto  em prol dos Municípios e sua  auto sustentabilidade.  Daí a grande confusão no nosso semiárido onde , alguns Estados  desenvolvem sua agropecuária enquanto outros vivem preguiçosamente pegando carona nos projetos socorristas do Governo Federal (esmolas temporárias como bolsa família e seguro safra etc.) Honestamente não vejo possibilidade de parceria entre o PEQUENO PRODUTOR que está na caatinga (que somos nós que buscamos criar , sem qualidade, porém com muito sacrifício pessoal e sem apoio técnico e dos gestores municipais) e vocês os EMPRESÁRIOS do Agronegócio do São Francisco (abastecidos de muita água e muita tecnologia derramada pela CODEVASF) . Criar os filhotes e entrega-los em suas mãos é o mesmo que entregar-lhes o queijo, a goiabada e a faca  e não  sermos chamados para comermos. Não é?  (primo rico x primo pobre) O  principal momento necessário de boa alimentação de uma fêmea gestante é nos três últimos meses finais do período de prenhêz para que os filhotes  sejam fortes e cresçam produtivos ; como se pode observar dependeremos sempre de boa água e boas pastagens irrigadas também! Necessitamos também  de abatedouros em pontos estratégicos  com licença do Serviço de Inspeção Estadual- SIE - isto vocês aí ja têm até com o SIF-  e  os Estados nos negam tais instalações  e até os municípios  que as mantêm com o Serviço de Inspeção Municipal -SIM , são tão precárias que o próprio estado, através de suas Secretarias de ´Saúde  ás condenam  a ponto de interditar os abatedouros locais. Como se pode ver só os Empresários do Agronegócio  através de cooperativas conseguiram construir seus abatedouros e frigoríficos em pontos estratégicos para controlar o mercado promissor que é este do qual falamos.Quanto a nós , nem podemos ser grandes produtores e nem nos deixam ao menos sermos pequenos com qualidade. Pensem nisto ?  Abraço a todos e que DEUS nos ajude a sobrevivermos a tais abusos econômicos, social e, até mesmo contra a dignidade humana  de auto sobrevivência  na cadeia produtiva. Eu, José Carlos  -Técnico em Zootecnia e Pequeno Grande Produtor  em São José do Belmonte-PE.




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