"Existe um enorme descompasso entre as informações relacionadas com o setor e a atual realidade enfrentada pelos ovinocultores da região sul do Rio Grande do Sul. Registram-se crescentes aumentos no consumo e, consequentemente, na demanda por carne ovina.
Segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai, as exportações de carne ovina para o mercado brasileiro apresentaram incremento de 40% nos últimos doze meses e os preços aos consumidores vêm sofrendo reajustes exponenciais (a foto abaixo foi retirada na última quinta-feira, dia 06/02/2014, em uma promoção de carne ovina, em um dos maiores supermercados do município de Pelotas/RS). Esses fatores são extremamente positivos para a atividade visto a “aparente” necessidade de aumento do rebanho nacional para o atendimento da demanda.
No entanto, pouco se fala da outra ponta da corda, pois a realidade de quem produz essa carne é totalmente diferente. Nota-se produtores desestimulados, muitos inclusive abandonando a atividade ou reduzindo o número de matrizes; há uma tremenda dificuldade na comercialização de animais para o abate e os preços praticados pela indústria frigorífica são consideravelmente inferiores comparado a dois ou três anos atrás. Minutos atrás me ligou um comprador de ovinos para abate oferecendo R$ 8,00 pelo quilo da carcaça, desde que os animais apresentassem determinada condição corporal e produzissem carcaças dentro de uma faixa de peso específica, caso contrário esse preço ainda teria um “pequeno” desconto.
Assim ficam duas perguntas aos amigos: Quem está ficando com os R$ 31,28 restantes? Será que dessa forma conseguiremos reduzir os abates informais?
Existe um grande gargalo na atividade, há anos se bate nas mesmas teclas, mas não se observam resultados efetivos. Ou toda a cadeia se organiza, ou estaremos fadados a seguir produzindo uma carne “exótica” que é consumida apenas no Natal e na Páscoa.
Saudações ovelheiras!"
Jaime de Oliveira Filho
Itapetininga - São Paulo - Ovinos/Caprinos
postado em 11/02/2014
Estou na atividade a muito tempo e tenho acompanhado a evolução da cadeia e noto que a indústria não valoriza como deveria o produtor,pois ela precisa entender que deve haver bom senso e não querer ganhar margens de lucro abusivas,outra questão é que o produtor poderá negociar bons preços com a indústria se formarem associações que tenham peso na hora da negociação e ao mesmo tempo tenham o produto que tanto o consumidor quer,o preço de venda deve ser negociado com o produtor,para que a indústria e o produtor possam ganhar juntos em cima da demanda crescente no consumo de carne ovina.