Sabemos da velha história de não produzirmos o suficiente para atender ao mercado interno.
Se não produzimos o suficiente com a quantidade de animais que temos, como vamos produzir com qualidade?
Esse é um problema que só será sanado com o tempo. Tempo para saber as melhores raças a serem usadas na maior parte possível do território nacional e precisamos, ainda, que os centros produtores, se unam e se especializem em um padrão. Digo as melhores raças, porque o cruzamento industrial faz uma diferença e tanto no ganho de peso, o que trás economia para aqueles que necessitam confinar animais.
Não vou aqui, entrar em detalhes quanto às preferências regionais de consumo, já que o objetivo comercial, é atender à maioria consumidora e não às preferência regionais, uma vez que, isso não é viável comercialmente.
Existem diversas raças excelentes no nosso país, e que podem, desde que se faça um esforço conjunto, atender à demanda em um prazo mais longo. Por exemplo, costuma-se dizer que as raças européias, criadas em grandes rebanhos no Sul do país, tem o problema de não ciclar o ano todo. Ora, se tivermos raças que produzem em média, mais de um cordeiro por gestação, o que é comum nesses casos, não teremos problema algum, desde que isso tenha economicamente, viabilidade.
O Sul do país, ainda não acordou para sua importância na produção de carne ovina, uma vez que, tem capacidade de terminar cordeiros a campo o que barateia muito o custo no quilo de carne produzida. Aliás, você que é produtor, sabe quanto custa seu cordeiro? Não adianta reclamar do preço pago pela indústria, se você não sabe quanto custa para produzir. Tenho feito levantamentos em propriedades onde atuo, e encontrado soluções interessantes para baratear esses custos.
Mas voltando ao assunto da carcaça e das raças. Hoje temos o que não tínhamos a dois anos atrás, que é a indústria procurando produtos para colocar no mercado. E essa mesma indústria, tem problemas para encontrar quantidade de animais para atende-la, quem dirá qualidade.
Sem interesse em fazer propaganda, já que não ganho nada com isso, o Marfrig, tem um projeto muito bom para implantar em diversas propriedades que levará a uma solução a médio prazo no padrão.
Meus caros colegas e produtores, hoje, mais do que nunca, temos a oportunidade de crescer na ovinocultura. Poucas vezes, na economia atual, vemos um espaço vazio a ser preenchido, e o que é melhor, com toda a cadeia já estabelecida.
Antes o problema, era produzir e não ter a quem vender. Hoje, temos a quem vender e o que falta, é aqueles que tanto falaram e reclamaram saírem literalmente da cadeira e assumirem a profissão de ovinocultor.
Está lançado mais um assunto para podermos discutir nesse espaço. Mais que um artigo técnico, esse é um artigo ideológico e perfeitamente lógico.
junior matos rafael
Loanda - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 23/03/2010
Caro amigo, para os criadores do MS o maior desafio não para no custo final do produto e sim no escoamento do mesmo.
Os criadores daqui hoje vendem para o Marfrig em Promissão-SP, cerca de 600 a 700 km.
Outro impasse são os preços fora de época, que são baixos, no resumo final produzir sai caro.
Temos sã consciência e plenas condições de que temos que trabalhar com oferta do produto o ano todo e não só nas estações, mas para isso é preciso preço, maior apoio governalmental, profissionais capacitados para as propriedades, o que aqui para nós é um ouro desafio.
Temos criadores fantasticos, com vontade de engrenar na cadeia, mas incentivos são poucos, falta um comprometimento ( como você citou ) daqueles que passaram a vida reclamando e agora estão olhando a oportunidade passar, e o mais incrível é que continuam a reclamar, sentados no sofá de casa, na frente do computador, nas mesas dos restaurantes, etc, etc...
Enquanto não deixarem de eletizar a cadeia e focarem o produto carne com qualidade a ovinocultura não vai deslanchar.
Outro dia li uma reportagem de criadores discutindo sobre que a tal raça era boa e perdeu espaço para outra, e que deviam trabalhar esta 1º para ser competitiva com a 2º.
Por que não se unirem e perderem seu tempo discutindo uma solução para aprimorar o melhoramento da cadeia?
O que realmente nos falta é interesse pela organização da cadeia.
Abraço a todos.