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Padronização de carcaça e raças utilizadas

Por Walter Celani Junior
postado em 23/03/2010

5 comentários
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Para que o nosso negócio em ovinocultura cresça de forma profissional, precisamos atender aos anseios da indústria em apresentar ao mercado, carcaças e cortes padronizados. Como fazer isso? Bem, isso é um problema!

Sabemos da velha história de não produzirmos o suficiente para atender ao mercado interno.

Se não produzimos o suficiente com a quantidade de animais que temos, como vamos produzir com qualidade?

Esse é um problema que só será sanado com o tempo. Tempo para saber as melhores raças a serem usadas na maior parte possível do território nacional e precisamos, ainda, que os centros produtores, se unam e se especializem em um padrão. Digo as melhores raças, porque o cruzamento industrial faz uma diferença e tanto no ganho de peso, o que trás economia para aqueles que necessitam confinar animais.

Não vou aqui, entrar em detalhes quanto às preferências regionais de consumo, já que o objetivo comercial, é atender à maioria consumidora e não às preferência regionais, uma vez que, isso não é viável comercialmente.

Existem diversas raças excelentes no nosso país, e que podem, desde que se faça um esforço conjunto, atender à demanda em um prazo mais longo. Por exemplo, costuma-se dizer que as raças européias, criadas em grandes rebanhos no Sul do país, tem o problema de não ciclar o ano todo. Ora, se tivermos raças que produzem em média, mais de um cordeiro por gestação, o que é comum nesses casos, não teremos problema algum, desde que isso tenha economicamente, viabilidade.

O Sul do país, ainda não acordou para sua importância na produção de carne ovina, uma vez que, tem capacidade de terminar cordeiros a campo o que barateia muito o custo no quilo de carne produzida. Aliás, você que é produtor, sabe quanto custa seu cordeiro? Não adianta reclamar do preço pago pela indústria, se você não sabe quanto custa para produzir. Tenho feito levantamentos em propriedades onde atuo, e encontrado soluções interessantes para baratear esses custos.

Mas voltando ao assunto da carcaça e das raças. Hoje temos o que não tínhamos a dois anos atrás, que é a indústria procurando produtos para colocar no mercado. E essa mesma indústria, tem problemas para encontrar quantidade de animais para atende-la, quem dirá qualidade.

Sem interesse em fazer propaganda, já que não ganho nada com isso, o Marfrig, tem um projeto muito bom para implantar em diversas propriedades que levará a uma solução a médio prazo no padrão.

Meus caros colegas e produtores, hoje, mais do que nunca, temos a oportunidade de crescer na ovinocultura. Poucas vezes, na economia atual, vemos um espaço vazio a ser preenchido, e o que é melhor, com toda a cadeia já estabelecida.

Antes o problema, era produzir e não ter a quem vender. Hoje, temos a quem vender e o que falta, é aqueles que tanto falaram e reclamaram saírem literalmente da cadeira e assumirem a profissão de ovinocultor.

Está lançado mais um assunto para podermos discutir nesse espaço. Mais que um artigo técnico, esse é um artigo ideológico e perfeitamente lógico.

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Comentários

junior matos rafael

Loanda - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 23/03/2010

Caro amigo, para os criadores do MS o maior desafio não para no custo final do produto e sim no escoamento do mesmo.
Os criadores daqui hoje vendem para o Marfrig em Promissão-SP, cerca de 600 a 700 km.
Outro impasse são os preços fora de época, que são baixos, no resumo final produzir sai caro.
Temos sã consciência e plenas condições de que temos que trabalhar com oferta do produto o ano todo e não só nas estações, mas para isso é preciso preço, maior apoio governalmental, profissionais capacitados para as propriedades, o que aqui para nós é um ouro desafio.
Temos criadores fantasticos, com vontade de engrenar na cadeia, mas incentivos são poucos, falta um comprometimento ( como você citou ) daqueles que passaram a vida reclamando e agora estão olhando a oportunidade passar, e o mais incrível é que continuam a reclamar, sentados no sofá de casa, na frente do computador, nas mesas dos restaurantes, etc, etc...
Enquanto não deixarem de eletizar a cadeia e focarem o produto carne com qualidade a ovinocultura não vai deslanchar.
Outro dia li uma reportagem de criadores discutindo sobre que a tal raça era boa e perdeu espaço para outra, e que deviam trabalhar esta 1º para ser competitiva com a 2º.
Por que não se unirem e perderem seu tempo discutindo uma solução para aprimorar o melhoramento da cadeia?
O que realmente nos falta é interesse pela organização da cadeia.
Abraço a todos.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 24/03/2010

Caro Junior Matos,
Grato por estar participando.
O que voce nos diz, reflete exatamente o que voce mesmo disse em seu texto.
Se houver grandes rebanhos que justifiquem uma planta de ovinos, ou uma adaptação para tal, não tenho dúvidas de que a indústria faria sem pestanejar.
O que falta é termos produtores interessados e técnicos capacitados.
Seria interessante, reunir produtores e fazer palestra sobre a atividade, mostrando a realidade econômica.
A coisa tem que se objetiva e direta. O produtor já está cansado de ouvir poesias.
Estamos à disposição para ajudar no que for preciso.
Um grande abraço
Walter

MARCOS LIMA BARBOSA

São Paulo - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 25/03/2010

Caros colegas,

A verdade nua e crua é que existem 2 mundos na ovinocultura nacional. Um de primeiro mundo e o outro abaixo do terceiro mundo. A do primeiro mundo é a ovinocultura da produção de alta genética ovina. Na FEINCO deste ano foi possível constatar que os leilões bateram todos os recordes de preços e inúmeros novos criadores entrando no negócio da produção de ovinos elite. Grandes estandes acarpetados com lindas recepcionistas promovendo cabanhas inchadas de animais importados vivos ou através de importações de embriões movimentando um mercado milhonário.Técnicas avançadas de transferência de embriões ou F.I.V garantem a multiplicação desta genética baseada única e exclusivamente em fenótipos. São animais lindíssimos criados em baias com superalimentação com o que há de mais nobre em concentrados e volumosos. Neste mundo encontamos uma atividade que desconhece a crise há mais de dez anos e que tem um sério problema a ser resolvido. Com tanta gente produzindo genética e muito poucos produzindo carne, o mercado de genética não há de se sustentar.
Do outro lado encontramos a ovinocultura voltada a produção de carne. Trata-se de uma atividade que também há mais de dez anos desconhece o que é aumento de rebanho. Isto mesmo. O rebanho brasileiro de ovinos não cresce a mais de dez anos e isto quem está dizendo não sou eu, são os dados oficiais do IBGE e de outros órgãos estaduais. E porque será? Porque não é nada fácil criar ovinos. Como diz nosso mestre Dr. Sérgio Villas Boas, "Este tal de ovino gosta de morrer", brincadeiras (?) a parte, o fato é que na esmagadora maioria das propriedades brasileiras é economicamente inviável criar e terminar cordeiros a pasto. Quem afirma isto são os Institutos de Zootecnia e as Embrapas da vida. Pois se confinar é o único caminho viável, esbarramos no custo de produção. Aqui em São Paulo ele anda na casa dos R$3,00/kg vivo. Pois bem,se aqui vendemos a R$4,00 o kg vivo de um bom cordeiro de 30 kg, fruto de vida, chegaremos a conta de que sobra limpinho no bolso do criador R$ 30,00/cordeiro. Pois bem. Serão necessários 2.400 cordeiros ao ano, ou 200 cordeiros ao mês, vendidos ao frigorífico para que este produtor tenha uma renda líquida de 6 mil reais ao mês! Convenhamos: quem labuta na atividade e vive disso sabe qual é o tamanho de um rebanho capaz de produzir este volume de animais ao ano e ao mesmo tempo sabe que 6 mil reais é um valor que não remunera de acordo com os percalços que a atividade impõe. O que fazer então?Tenho cá minhas convicções mas gostaria primeiro de ouvir os caros colegas de atividade.

FORTE ABRAÇO A TODOS
MARCOS BARBOSA
CABANHA MB DORPER - PINDAMONHANGABA(SP)

Emmanuel Veiga de Camargo

Alegrete - Rio Grande do Sul - Pesquisa/ensino
postado em 25/03/2010

Caros colegas,

É extremamente saudável observar as diferentes opiniões sobre a cadeia produtiva ovina. Devemos pensar nesse momento na "atividade ovina" e não na satisfação dos interesses pessoais.
Os nossos vizinhos, os uruguaios, recebem cerca de US$ 25/30 por cordeiro ao abate e a todo instante fecham novos contratos de exportação. Reclamamos de melhores preços quando nem sabemos os nossos custos produtivos.
Possuímos todas as ferramentas necessárias para o abastecimento permanente de cordeiros aqui no Sul. Chega de lamentações. Esta na hora de os produtores investirem na profissionalização da atividade, buscarem a acessoria de profissionais competentes e claro, da indústria baixar a guarda e chamar a todos para uma mesa redonda.
Sucesso a todos.
Um grande abraço.

Nathã Carvalho

Alegrete - Rio Grande do Sul - Zootecnista
postado em 02/07/2011

É isso ai, concordo.

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