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Precisamos da extensão rural, urgente!

Por paulo afonso schwab
postado em 10/07/2008

5 comentários
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Durante a realização do primeiro Encontro Nacional de Inspetores Técnicos da ARCO, no final do ano passado, em Avaré, São Paulo, o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, de Botucatu, SP, Edson Siqueira, foi enfático em afirmar que "não adiantava o país dispor de pesquisas avançadas na área, se a extensão rural não caminha no mesmo ritmo". Quis dizer com isto que se não houver extensão rural organizada, que leve ao campo os resultados dos trabalhos realizados pelas diversas instituições de pesquisas existentes no Brasil, de nada vai adiantar prosseguir e investir nesta atividade.

No início de minha carreira, no Rio Grande do Sul, fui trabalhar na ASCAR, empresa que seria o embrião da hoje EMATER. Minha região de atuação foi Rosário do Sul no oeste do Estado. Realizava atividades em várias áreas, não só em ovinocultura, que eu conhecia bastante pela vivência que tinha na propriedade de meu pai. Por esta experiência que tive e pelos anos que pude constatar a eficiência e a importância da Extensão Rural para o agronegócio, sou obrigado a concordar com o professor Siqueira. E não só concordar como também ressaltar que muitos avanços obtidos pelo produtor rural no que tange a questões de melhorias no manejo, nas questões sanitárias e na produção como um todo, conquistando melhor produtividade na fazenda, foram conquistadas devido à existência de um suporte dado pela Extensão Rural. Isto porque, os técnicos que atuam nesta atividade, fazem realmente um trabalho fantástico ao serem "consultores" dos produtores, no que concerne à sua atividade no campo.

E por saber e compreender esta importância, não posso deixar de ficar entristecido e indignado ao perceber que muitos governos estaduais estão desmantelando às suas empresas de Extensão Rural. Seja por corte nas verbas, seja pela demissão de técnicos que prestavam importantes serviços e eram especializados nas suas áreas, o fato é que estão perdendo força, vitalidade e capacidade de prosseguirem com suas importantes ações no campo.

A ovinocultura hoje depende muito de conhecimento. De aplicação dos conhecimentos que estão sendo gerados nas instituições de pesquisas. De um técnico que vá a campo e oriente o produtor a melhorar o seu manejo, a evitar perdas no rebanho, e ganhar mais dinheiro com a atividade, via aplicação destas pesquisas. Sabemos que os esforços são grandes para tentar manter as Emater como deveria, mas não podemos deixar de dizer que este é um serviço que precisa ser ampliado, fortalecido e mantido porque os benefícios que trazem para o campo são inestimáveis.

É preciso chamar a atenção de todos os governantes que manter em atividade uma Emater é a garantia de boas produções no campo. Diminuição de perdas e, ao final de tudo, fortalecimento do agronegócio, mantendo o homem no campo. Por isto tudo que mostramos, quero reafirmar que precisamos muito da Extensão Rural, e isto é Urgente! Porque ela é quem vai auxiliar na melhoria dos conhecimentos dos produtores de ovinos e, por conseqüência, no aumento do nosso rebanho.

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paulo afonso schwab    Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul

Produção de ovinos

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Comentários

RODRIGO MARQUES DOS SANTOS

Tangará da Serra - Mato Grosso - Instituições governamentais
postado em 10/07/2008

Realmente, concordo com a colocação do Sr. Paulo, a carência da atuação da extensão rural é uma realidade, isto decorre do sucateamento das empresas de extensão rural por parte dos estados, levando a desmotivação dos profissionais e ao desmantelamento das empresas de extensão. No caso do Estado de Mato Grosso a extensão rural para a ovinocultura é inexistente e consequentemente a o desenvolvimento da atividade é muito aquem do esperado.

Nei Antonio Kukla

Porto União - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 11/07/2008

Em dias em que o conhecimento é o grande diferencial de um negócio, seja ele qual for, o artigo abordado é muito oportuno.

De nada adianta termos instituições de pesquisa de renome, caso da Embrapa, do IAPAR (Paraná), Epagri (SC) e tantas outras que desenvolvem excelentes trabalhos ao pesquisarem e validarem tecnologias de ponta, se esses "pacotes tecnológicos" muitas vezes ficam adormecidos dentro dos próprios órgãos de onde foram gerados por carência da extensão rural. E mais, é preciso haver sincronismo entre pesquisador e extensionista.

Em outro âmbito, vejo que ano após ano aumenta-se o valor dos Planos Safras ao tempo que ano após ano também vejo que aumenta os "Tratoraços" pelo país afora, vejo Federações Estaduais de Agricultura lutando por renegociações de dívidas, vejo agricultores se desfazendo de capitais para saldar dívidade de custeio.

E aí ao passo que pergunto: Adianta aumentar o valor do Plano Safra? É esse o problema dos agricultores?

Imediantamente penso que tenho a resposta: Não resolve colocar R$ na mão do agricultor se este não tem um norte para aplicar tal numerário que deve ser utilizado juntamente com um planejamento de propriedade auxiliado por um técnico extensionista.

Colocar R$ na mão do agricultor sem este ter noção de uso (auxílio para tal) é bom somente para a revenda de insumos e máquinas e bom para os Bancos.

O serviço de extensão rural é magnífico, vai muito além de ser professor, pois este profissional começa educar o aluno desde criança, lapidando seus conceitos e hábitos. O extensionista tem a mesma tarefa, porém a diferença é que este tem a árdua tarefa de lapidar o agricultor na sua forma adulta, transpor paradigmas e mudar hábitos.

Por este feito, creio que as instituições deveriam valorizar mais, muito mais esses profissionais dando condições de trabalho que vão desde número de profissionais suficientes para os municípios, ajustando o corpo técnico de acordo com a demanda no município, até as condições de estrutura de trabalho e remuneração.

Este papel deveria ser olhado com mais cuidado também por parte das Prefeituras Municipais, que possuem em seus quadros Agrônomos, Veterinários, Técnicos em Agropecuária que por n motivos na maioria dos municípios não desempenham o papel que seu potencial permite.

Exemplificando uma coisa notória, sempre em empresas estatais como de energia elétrica a frota de veículos é constantemente renovada, os funcionários recebem um salário motivador e outras justas benésses. Na empresa estatal de extensão rural isso não ocorre, pois os governos entendem que na geração de energia e distribuição há lucro e na geração de tecnologia e sua extensão tal lucro não ocorre.

Quero dizer que não ocorre DIRETAMENTE mas INDIRETAMENTE este lucro acontece, pois é uma família a menos nas favelas dos grandes centros, é um atendimento no posto de saúde a menos, é uma família a menos dependendo de "esmolas" do governo e é uma família gerando divisas.

Extensão rural é IMPORTANTE!

silviane ribeiro de moraes

Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo - Instituições governamentais
postado em 11/07/2008

A extensão rural funciona como um elo, que liga as instituições de pesquisa aos produtores, ou seja, uma ponte, que mesmo funcionando precariamente, como outras em nosso país, mantém esse fluxo de informações, mas se o padrão continuar a cair, teremos como consequência um incremento no êxodo rural, que gera o inchamento dos centros urbanos, aumento nas taxas de desemprego, na criminalidade, entre outros problemas já sabidos .

Então por quê esse descaso, não só por parte dos governantes, mais também de algumas instituições de pesquisa?

Resposta do autor:

Prezada Silviane,

Concordo contigo que se houver ruptura desta ponte que a Extensão Rural faz, teremos cada vez mais problemas no campo. E cada vez menor será a nossa renda para o produtor. Creio que em muitos estados os governantes ainda não se atentaram para esta questão com a devida atenção, não percebendo a extensão dos problemas que podem advir se fecharem ou sucatearem suas empresas ou instituições de pesquisas.

A nós, como dirigentes, cabe fazer a reclamação e levá-la aos mais altos cargos para ver se estancamos o problema e conseguimos revertê-lo e é isto que estamos fazendo ao escrever este artigo. Obrigado pelo seu apoio.

Saudações

Paulo Afonso Schwab

Virgílio José Pacheco de Senna

Santo Amaro - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 12/07/2008

Verdadeira sua colocação, sem extensão não havera progresso na produção. A pesquisa tem que ser aliada constante da extensão.

O que precisa também é a reciclagem do pessoal da extensão, motivação, atualização ,etc. Pois existe cada extensionista que é melhor não perguntar nada pois esta atrasado desde quando saiu da escola de formação.

Não se atualiza, não vai à congresso, não dispoe de literatura atualizada, as empresas não funcionam como deviam, é sucateada pelo serviço publico, e o principal falta de vocação profissional. So se faz bem o que voce gosta de fazer .

Jose Guedes Neto

Solonópole - Ceará - produçao de pardo suiço e santa ines e somalis bra
postado em 23/07/2008

Finalmente estou vendo que tem gente querendo ver algo diferente,parabens pela colocaçao feita.

Na minha regiao, a falta de profissionais é enorme, seja agronomo,zootecnista,tecnico etc...os novos formandos na maioria estao deixando de ir ao campo, para morar em cidades grandes e os que vao para as menores, querem na maioria ficar em biros.

Tenho visto alguns (poucos) tecnicos jovens mudando a sua regiao com uma assistencia constante e ¨continuada ¨.

Mas vemos por outro lado, o nao cumprimento por parte de pessoas que comandam principalmente o estado de nao fazer a extençao acontecer...nao apenas estado.

um abraço a todos.

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