Diante disso, gostaria de fazer algumas considerações relativas à leitura momentânea que fiz como criador e médico veterinário, vivendo exclusivamente da atividade no Sertão Baiano, realidade nordestina, sobre um setor dinâmico, num país de dimensões continentais e grandes diferenças regionais, abrangendo, porém, todo esse contexto. De nenhum modo me considerando o "dono da verdade", mas comprometido a relatar aqui os últimos acontecimentos e tendências da atividade, aos que infelizmente não estiveram presentes.
Em meio a este clima de crise mundial podemos tirar algumas lições através da análise do que já vivemos e ainda viveremos nessa atividade "vibrante" e que há de se adaptar ao atual momento, com seus desafios! Gostei muito de reencontrar velhos e novos companheiros de caminhada persistindo na atividade, evoluindo e crescendo com ela.
Para isso acho imprescindível algumas considerações:
No seguimento de animais de elite:
- Percebi o enorme crescimento da raça Anglo-nubiana e a enorme oferta de Bôer, além da consistência com que as leiteiras se manteram, dentre os caprinos;
- A sustentação da raça Dorper, nos ovinos, assim como a preocupação, quase unânime, dos criadores de Santa Inês, com certa retração nos valores dos animais TOP.
Entretanto, nesse ano percebi uma diminuição na participação Internacional, nos estandes, apesar de um bom público estrangeiro nos corredores, e isso nos alerta quanto à necessidade URGENTE de organizar melhor o setor. Precisamos retomar projetos engavetados e viabilizar novos projetos na industrialização da Carne e do Leite para assim fechar o círculo da cadeia do agronegócio, pois apenas através dos resultados dessa produção dependerá a sustentação ou não, de tudo o que vimos na Feinco.
Cada um dos tópicos acima alistados abre portas para se escrever horas e inúmeras páginas para os ajustes necessários em cada um dos elos da corrente. É imprescindível traçar alvos, perseguir metas, motivar e reunir os envolvidos, definir cronogramas, persistir corrigindo sempre as distorções para por fim atingir os objetivos: explorar e viabilizar todo o potencial que essa atividade nos permite nesse país! Temos clima, extensão territorial, genética de primeira, além de inúmeros outros fatores favoráveis.
Todo momento de crise abre oportunidade para esse tipo de reflexão e principalmente para a adoção de medidas práticas que conduzem ao crescimento!
Deixo desde já aberta a discussão no grupo para que continuemos a interagir, pois entendo que muitos outros desdobramentos desses contatos feitos durante o evento possam ocorrer nos meses à frente, dependendo apenas de cada um de nós! Portanto convido todos vocês a participarem desde já.
Saudações, caprinas e ovinas a todos!
Gibson Jean Silva Santos
Senhor do Bonfim - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 26/03/2009
Como baiano, nordestino e criador de ovinos gostaria de parabenizar por suas observações, e realmente precisamos nos organizar de forma urgente para que a ovinoclutura no Brasil e principalmente no Nordeste não seja somente "fogo de palha".
Acredito que um ponto forte para que essa organização alcance a sua eficacia seria através de associações e cooperativas, muitos podem responder que já temos essas entidades, mas será que estas realmente estão cumprindo com sua obrigação de representar o produtor de ovino junto ao governo, mercado, etc ou estão sendo criadas somente para alcançar interesses de uma minoria(aqui chamado de "grupinhos")?
Deixo aqui minha opinião e que essa discussão se prolongue e quem sabe através dela possa surgir uma solução para os problemas do setor.
Abraços,