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Refletindo sobre a Feinco 2009

Por Paulo José Theophilo Gertner
postado em 25/03/2009

5 comentários
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Mais uma vez, pude estar junto com minha esposa, presente na Feinco 2009, e refletindo sobre a semana que passamos, o que vimos e vivemos em São Paulo durante os dias 10-14/03. Sem dúvida o maior "Show" marcando o início das atividades anuais do setor no Brasil, um termômetro do que podemos esperar da atividade diante das expectativas para 2009.

Diante disso, gostaria de fazer algumas considerações relativas à leitura momentânea que fiz como criador e médico veterinário, vivendo exclusivamente da atividade no Sertão Baiano, realidade nordestina, sobre um setor dinâmico, num país de dimensões continentais e grandes diferenças regionais, abrangendo, porém, todo esse contexto. De nenhum modo me considerando o "dono da verdade", mas comprometido a relatar aqui os últimos acontecimentos e tendências da atividade, aos que infelizmente não estiveram presentes.

Em meio a este clima de crise mundial podemos tirar algumas lições através da análise do que já vivemos e ainda viveremos nessa atividade "vibrante" e que há de se adaptar ao atual momento, com seus desafios! Gostei muito de reencontrar velhos e novos companheiros de caminhada persistindo na atividade, evoluindo e crescendo com ela.

Para isso acho imprescindível algumas considerações:

No seguimento de animais de elite:

- Percebi o enorme crescimento da raça Anglo-nubiana e a enorme oferta de Bôer, além da consistência com que as leiteiras se manteram, dentre os caprinos;

- A sustentação da raça Dorper, nos ovinos, assim como a preocupação, quase unânime, dos criadores de Santa Inês, com certa retração nos valores dos animais TOP.

Entretanto, nesse ano percebi uma diminuição na participação Internacional, nos estandes, apesar de um bom público estrangeiro nos corredores, e isso nos alerta quanto à necessidade URGENTE de organizar melhor o setor. Precisamos retomar projetos engavetados e viabilizar novos projetos na industrialização da Carne e do Leite para assim fechar o círculo da cadeia do agronegócio, pois apenas através dos resultados dessa produção dependerá a sustentação ou não, de tudo o que vimos na Feinco.

Cada um dos tópicos acima alistados abre portas para se escrever horas e inúmeras páginas para os ajustes necessários em cada um dos elos da corrente. É imprescindível traçar alvos, perseguir metas, motivar e reunir os envolvidos, definir cronogramas, persistir corrigindo sempre as distorções para por fim atingir os objetivos: explorar e viabilizar todo o potencial que essa atividade nos permite nesse país! Temos clima, extensão territorial, genética de primeira, além de inúmeros outros fatores favoráveis.

Todo momento de crise abre oportunidade para esse tipo de reflexão e principalmente para a adoção de medidas práticas que conduzem ao crescimento!

Deixo desde já aberta a discussão no grupo para que continuemos a interagir, pois entendo que muitos outros desdobramentos desses contatos feitos durante o evento possam ocorrer nos meses à frente, dependendo apenas de cada um de nós! Portanto convido todos vocês a participarem desde já.

Saudações, caprinas e ovinas a todos!

Saiba mais sobre o autor desse conteúdo

Paulo José Theophilo Gertner    Lauro de Freitas - Bahia

Médico Veterinário

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Comentários

Gibson Jean Silva Santos

Senhor do Bonfim - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 26/03/2009

Como baiano, nordestino e criador de ovinos gostaria de parabenizar por suas observações, e realmente precisamos nos organizar de forma urgente para que a ovinoclutura no Brasil e principalmente no Nordeste não seja somente "fogo de palha".

Acredito que um ponto forte para que essa organização alcance a sua eficacia seria através de associações e cooperativas, muitos podem responder que já temos essas entidades, mas será que estas realmente estão cumprindo com sua obrigação de representar o produtor de ovino junto ao governo, mercado, etc ou estão sendo criadas somente para alcançar interesses de uma minoria(aqui chamado de "grupinhos")?

Deixo aqui minha opinião e que essa discussão se prolongue e quem sabe através dela possa surgir uma solução para os problemas do setor.

Abraços,

Paulo José Theophilo Gertner

Lauro de Freitas - Bahia - Médico Veterinário
postado em 26/03/2009

É isso mesmo, Caro Gibson Jean, o problema é juntar esse povo!

E faze-los entender que a venda no mercado clandestino, apesar de atraente, só nos traz prejuizo, por não evidenciar numeros nos numeros da arrecadação do Estado. Precisamos é de instituições como as citadas que articulem os elos da cadeia.

E nisso o SEBRAE, SEAGRI, ACCOBA, Frigoríficos devem criar as oportunidades para que quem esta dentro da porteira chegue a estes fórum de discussão.

Anisio Ferreira Lima Neto

Teresina - Piauí - Pesquisa/ensino
postado em 27/03/2009

Inicialmente quero parabeniza-lo pelo seu texto, breve, mas extremamente esclaracedor, estive na FEINCO e tambem percebi os fatos acima relatados, e nossa grande missão nesta caminhada, tanto como criador e como tecnico sera buscar um sensibilização dos parceiros, ai digo institucuinais e não-institucionais com a necessidade de pensarmos a Caprinocultura e a Ovinocultura de forma grandiosa, com metas objetivas e claras, mas deixando de lado a "vaidade", baixo profissionalismo no exercicio da atividade e principalmente colocaramos como meta primordial abolirmos a cultura do "Perde/Ganha", pois assim não sairemos de onde estamos e a cada ano nos desorganizaremos mais e mais, e não adiantara uma Raça crescer e outra Cair, o que necessita crescer é o segmento como um todo.

Mais uma Vez Parabenizo pelo texto e coloco-me para somarmos forças neste sentido, aqui no Piaui e vc na Bahia, outro em São paulo , outro na Paraiba, dai formarmos um grande rede de desenvolvimento da Caprinocultura e Ovinocultura, e buscarmos na revista o Berro um paraceiro para esta caminhada.

Marcos Albérico Lacerda Malta

Gravatá - Pernambuco - Produção de leite
postado em 30/03/2009

Caro Zeca,

Participamos de um Frigorífico especializado em abate e processamento de carnes de ovinos e caprinos, e como elo dessa cadeia produtiva nos deparamos com uma série de dificuldades vivenciadas no Sertão da Bahia, mais precisamente no Vale do São Francisco, que apesar da localização estratégica em relação ao rebanho ovino e caprino do Estado da Bahia, encontramos falta de animais prontos para abate que viabilizem uma oferta constante para fecharmos as escalas diárias de abate e estabilidade no fornecimento aos consumidores finais dessa carne com tantos atributos nutricionais, dando-lhe garantias de segurança alimentar pela obtenção higiênica e inspecionadas pelos órgãos competentes.

Concordamos com você na necessidade de união e comprometimento de todos os atores dessa cadeia produtiva, para que possa ser direcionada com objetivos claros e adequados a realidade da nossa região.

Quanto ao envolvimento do SEBRAE-BA,SEAGRI-BA,SUDIC,CODEVASF e da própria PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO, podemos lhe informar que estão atuantes e procurando soluções que visem o fortalecimento dessa cadeia, mas, o que esta faltando? Deixo esta pergunta para reflexão de todos.

Paulo José Theophilo Gertner

Lauro de Freitas - Bahia - Médico Veterinário
postado em 30/03/2009

Caros Anisio Ferreira Lima Neto e Marcos Albérico Lacerda Malta, antes de mais nada obrigado pelos comentários e por se mostrarem dispostos a raciocinarmos juntos sobre o tema.

O que me impreciona é o fato de existirem espaços como este que o FarmPoint nos disponibiliza, entre inumeros outros, e é tão pouco utilizado. Hoje com essa ferramenta extaordinária da Web, temos como interagir e estreitar laços por fazermos negócios e diminuir as distâncias continentais desse Brasilzão!

O que tenho visto por todo o Estado da Bahia, que não é pequeno, é uma pulverização das ações e recursos de todas estas instituições envolvidas e atuantes no setor, pois agem de forma isoladas, cada uma delas, em pontos focais, sem interagirem. É como se faltasse uma ïnstituição "Mater" que coordenase todas as ações.

Não tem sido pouco os recursos alocados para a ovino caprinocultura, mas não há um link entre elas e se perdem, muitas não chegam a dar os resultados para qual foram projetados e em outras regiões param onda a outra comesa, precisamos ligar estes pontos.
Também não me arrisco a dizer quem será esse "Maestro", mas o que vejo é "a banda tocando solta".

O trabalho da ADAB com a Defensoria Pública, tem sido interessante para criar pólos no entorno de Frigoríficos inspecionados, mas quem banca isso depois de implantado? Com o tempo vemos estruturas "faraônicas" abandonadas e depresiando. Falta o planejamento pluri anual de no mínimo 10 anos, o que é difícil para nossos governantes entenderem, pois são imediatistas (eleições de 4 em 4 anos!), mas é ai que entramos. Técnicos e criadores, a tal PPPs, com a Net, para fazermos essa ponte. Quem cria, para quem terminar (dar o acabamento) aonde, quem abate e processa, para ser vendido onde pra quem e por quanto. E em cada elo destes criarmos as condições de suporte técnico, legal e financeiro.

Há ai o cunho social, onde as SEAS, devem atuar em conjunto com as SEAGRIS e suas subordinadas extensão rural e vigilância sanitária, nos planos sociais, merenda, bolças, cestas do povo, fechando os elos da corrente e os produtores se organizarem para correr atras de capacitação pública e privada, aquisição de insumos, resíduos, e etc. Pois como está indo ninguém ganha e o rebanho vai acabar, pois não temos desfrute, temos alta mortalidade, por fome e diarréias (Parasitológicas), então temos muito trabalho, não?

As idéias são muitas e o pensamento corre mais do que a capacidade de digitar, não estou certo de estar me fazendo entender. Mas creio que os colegas Tb. pensam assim, pois os gargalos são sempre os mesmos!

Então como podemos agir? "Quer uma coisa bem feita então dê a uma pessoa muito ocupada para resolver".
Pois é esse nosso caso, mas não podemos nos omitir.

Inté...

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