“Prezados colegas,
Os subprodutos da extração de óleo, tais como farelos de soja e algodão, ou ainda ureia, melaço e milho, não degradam de um mês para outro, tem longo prazo de duração e podem ser adquiridos nas safras com melhores preços e armazenados sobre estrados para utilização na seca, sem maiores problemas. Sendo assim, não percebi qual a vantagem dos blocos anunciados na matéria. A peletização e extrusão são caros e aumentam a digestibilidade por gelatinizar o amido e romper a cadeia primária da proteína. Qual a vantagem nutricional da prensa?
Além disso, não existe uma receita que atenda a todos os produtores. As necessidades dos animais variam de acordo com peso, raça, produção, fase fisiológica, ambiente etc. e a composição e quantidade dos alimentos volumosos variam entre as propriedades.
A ração concentrada (farelos e milho) deverá suplementar o volumoso, portanto, aqueles produtores que investirem no volumoso (quantidade e qualidade) poderão economizar com o fornecimento de concentrado, que é mais caro.
Por outro lado, se utilizarem uma fórmula de ração concentrada padronizada, podem desperdiçar o investimento no volumoso. Assim sendo, no que diz respeito ao custo com a alimentação dos animais na seca, podemos recomendar e investir na produção de volumoso e formular uma dieta especificamente para cada categoria utilizando programas que minimizem o custo.
As propriedades rurais apresentam diferentes possibilidades. Algumas técnicas tais como sal proteinado (aumenta o consumo e digestão de alimentos fibrosos), aplicação de amônia em palhas (melhora a conservação e valor nutritivo), cultivo racional da palma, etc, podem ser indicadas de acordo com a situação, mas jamais conseguiremos corrigir por completo a estacionalidade da produção das forrageiras. Contudo, dentre as técnicas validadas e recomendadas para manter os animais na seca, a principal ferramenta chama-se "planejamento".
O planejamento deverá incluir desde o armazenamento de volumosos produzidos durante as águas para utilização na seca, até a compra, venda e monta dos animais, manejos que podem ser planejados para que os animais tenham maiores necessidades nutricionais em épocas mais favoráveis à produção de alimentos.
Reconhecemos que o desafio é enorme e nossa contribuição muito pouca, mas o desejo por informações que possam trazer soluções não deve prevalecer ao embasamento técnico, pois há risco de direcionarmos os recursos de forma errada.
A primeira providência seria utilizar técnicas validadas e recomendadas, com reais possibilidades de adoção e que realmente tragam benefícios aos sistemas de produção. O recurso gasto com assistência técnica é um bom investimento e talvez seja o melhor conselho para que cada um seja atendido da melhor forma. Se um produtor sozinho não puder custear um zootecnista, talvez 10 produtores possam!
Abraços e Feliz Ano Novo a todos”
*créditos da foto de capa: Instituto Federal Norte de Minas Gerais (IFNMG).
Equipe FarmPoint
Simon Galileu Ramos
São Joaquim São José - Santa Catarina - Produção de ovinos de corte
postado em 10/01/2014
Boa tarde sr. Geraldo.
Gostei muito de seu comentário(muito produtivo).
Aproveito para lhe fazer um questionamento.
Estou planejando implantar um pequeno plantio de alfafa(para prensar e enfardar) para suplementar os animais e aumentar a lotação por hectare. O sr. acredita que é mais vantajoso a compra de farelo?
Obrigado.