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A atuação do SAI na ovinocultura de SP

postado em 22/08/2006

1 comentário
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O Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) é uma metodologia de trabalho desenvolvida pelo Sebrae de São Paulo em 1998, com o objetivo de ajudar a transformar os pequenos produtores - que correspondem a 92% das propriedades do país - em empreendedores rurais, promovendo o seu acesso a novas tecnologias, tanto relacionadas ao ambiente produtivo quanto da gestão dos empreendimentos.

O SAI funciona por meio de parcerias interinstitucionais, envolvendo o Sebrae, a Secretaria da Agricultura do estado de São Paulo - por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (CATI) - e uma entidade gestora, que pode ser uma cooperativa, uma empresa de consultoria, uma universidade e até mesmo sindicatos rurais.

O Sebrae é responsável pela metodologia e suporte financeiro do programa, o que possibilita desde a realização de treinamentos, capacitações, dias de campo, viagens, assistência técnica, até a formação de associações, desenvolvimento de novos produtos, registro de marcas e patentes e, conseqüentemente, a manutenção de renda e trabalho no campo.

Além disso, o Sebrae aplica no programa o conceito de empreendedorismo e gestão de projetos orientada a resultados. Com o knowhow que vem adquirindo nos projetos que desenvolve em diversas atividades no Brasil inteiro, o Sebrae atua na garantia do desenvolvimento empresarial do programa.

A CATI utiliza sua estrutura de distribuição geográfica no estado para atuar como ponto de apoio do programa nos municípios, além de facilitar a comunicação necessária entre o SAI e o governo do estado. Também é de responsabilidade dos técnicos da CATI a assistência técnica aos produtores atendidos pelo programa.

A terceira entidade do convênio é a responsável por operacionalizar o sistema, disponibilizando uma equipe técnica especializada em consultoria e gestão de empreendimentos rurais, organizando e aplicando as atividades do programa ao cotidiano dos produtores. Os agentes da entidade orientam os produtores a se organizarem e trabalharem em grupo. Além disso, a entidade também oferece a estrutura física para a realização das reuniões e treinamentos dos grupos.

A ideologia do SAI prega a aglutinação das pequenas propriedades sob um objetivo comum. Dessa forma, cada pequeno proprietário ganha mais representatividade e força de negociação, reduzindo custos, uma vez que, juntos, podem administrar escala e regularidade de produção para garantir a oferta constante do produto.

O SAI trabalha, entre os integrantes do programa, a valorização e a importância do trabalho em equipe, e treina os produtores para coordenarem as atividades tanto dentro das propriedades como entre elas. O programa possibilita a organização social de grupos de produtores, sua capacitação para a gestão da atividade produtiva e adequação dos produtos a novos canais de comercialização.

Para participar do programa, basta procurar o Escritório Regional do Sebrae mais próximo, onde haverá um técnico para prestar consultoria e orientação, possibilitando sua adesão a algum grupo existente ou formação de um novo grupo. A prova de que o programa vem dando bons resultados é sua rápida expansão. No início de 1999, logo após a implantação do programa, o SAI atendia 147 municípios paulistas. Em 2000, já estava em 400 municípios e em 2004 em 643.

Casos de sucesso

Região de Piracicaba

A região de Piracicaba conta com 17 municípios e desde 2004 conta com o apoio do SAI Piracicaba na ovinocultura. O grupom que inicialmente tinha 8 produtores, hoje já conta com 25 integrantes assíduos. Uma associação foi idealizada no último mês de fevereiro, com a realização de um evento organizado pelos próprios produtores com auxílio do SAI, e está sendo formalizada neste mês de agosto.

A constituição da Associação de Caprino-Ovinocultores da Região de Piracicaba (ACOPI) contou com a estrutura do SAI em todos os momentos, desde o planejamento das propostas até a criação e o registro associação.

O SAI ainda coordena as reuniões semanais do grupo, mas o objetivo é torná-lo cada vez mais independente. Uma vez por mês é realizada uma oficina de capacitação com o técnico da Aspaco, Chico Fernandes, como parte de uma ferramenta do Sebrae chamada SebraeTec. As oficinas buscam apresentar soluções para os problemas de manejo enfrentados pelos produtores e muitas vezes são realizadas nas próprias propriedades.

Segundo Angelo Bosqueiro, agente de desenvolvimento do SAI responsável pelo município de Piracicaba, a principal mudança observada no grupo foi a maneira de encarar a atividade. "Com os treinamentos, o contato com a Aspaco, as visitas técnicas, os produtores passaram a enxergar a atividade do ponto de vista profissional", afirma Angelo.

O próximo passo é gerar uma oferta constante de cordeiros, desenvolvendo canais de comercialização para a carne produzida pela participantes da associação. Também está nos planos criar uma marca que identifique o produto da Acopi.

Região do Noroeste Paulista

A região do Noroeste Paulista compreende 45 municípios e a atuação do SAI na ovinocultura ocorre de maneira muito particular. O grupo de ovinocultores é formado por empresários de outros setores que decidiram investir na atividade de produção de carne ovina.

Há dois anos o grupo formou a Associação do Noroeste Paulista de Ovinocultores (Anpovinos) e solicitou apoio do SAI para organização do grupo e desenvolvimento de suas atividades. Para atingir a meta da associação, de agregar um rebanho de 70.000 animais em 2 anos, o SAI dividiu o programa em dois módulos, "dentro da porteira" e "fora da porteira".

"Dentro da porteira", o SAI coordena a disseminação de novas tecnologias, por meio de oficinas realizadas em parceria com uma empresa de consultoria técnica. As oficinas acontecem uma vez por mês, nas próprias propriedades e tanto os produtores como seus funcionários participam do treinamento.

"Fora da porteira", o SAI está realizando, por meio do Sebrae, um trabalho de consultoria de marketing e legislação, que visa a comercialização do produto. A atuação envolve desenvolvimento de marcas e embalagens, sistema de inspeção para cortes especiais e divulgação do produto.

O próximo passo do programa é a participação em exposições com o objetivo de divulgar a carne produzida pela Anpovinos e desenvolver novos mercados para absorver a produção crescente do grupo, hoje já com 24 produtores.

Marina A. Camargo Danés, Equipe FarmPoint

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Comentários

Valter Biaggi Bombonato

Santana de Parnaíba - São Paulo - empresário/ind, plástica
postado em 24/08/2006

Achei muito importante e oportuna a publicação deste artigo. Uma andorinha só não faz verão. As informações advindas de entidades, principalmente, mas não só governamentais, são o respaldo para os pequenos produtores, na medida em que transportam a teoria para a prática, quer no manejo fisico como no administrativo, viabilizando o empreendimento.

Atenciosamente

Valter Biaggi Bombonato

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