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Brasil: importações de carne ovina uruguaia (de jan a ago) cresceram 33,8% comparado a 2011

Por Raquel Maria Cury Pereira (FarmPoint)
postado em 21/09/2012

4 comentários
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De janeiro a agosto desse ano, o Brasil importou do Uruguai 2.977 toneladas de carne ovina, crescimento de 33,84% quando comparado ao mesmo período de 2011. Os cortes que o Brasil prioritariamente importou são peças não desossadas congeladas e carnes desossadas congeladas. Além delas, houve um quantidade significativa de carcaças e meias carcaças frescas, refrigeradas e congeladas. No total, em agosto, o Brasil importou 413,4 toneladas (Gráfico 1).

De acordo com o Inac (Instituto Nacional de Carnes do Uruguai), no período de 01 de janeiro a 08 de setembro de 2012, as exportações totais de carne ovina expressa em peso com osso do Uruguai foram de 9.424 toneladas, 8,4% a mais do que no mesmo período do ano anterior, quando foram exportadas 8.691 toneladas. Os principais mercados foram, em ordem de importância, Mercosul, União Europeia (UE) e China, concentrando 69% do total.

O número de cabeças abatidas nos estabelecimentos habilitados a nível nacional foi de 506.803 com as ovelhas representando 23% do total, os capões 12% do total e os cordeiros, 59% do total.

Devido a retenção de matrizes e o consumo crescente de carne ovina não só nas churrascarias como também nos supermercados, as exportações ao Brasil aumentaram esse ano.

De acordo com a Emater/RS, embora o inverno tenha sido rigoroso, foi baixa a mortalidade dos animais. Portanto, deverá haver boa oferta no final deste ano. O índice de natalidade do rebanho ovino também foi alto e houve baixa mortalidade de cordeiros nascidos. O estado corporal dos ovinos debilitados ao longo do inverno está em recuperação, pois o campo nativo reiniciou a brotação e as pastagens cultivadas aprestam boa produção de massa verde, propiciando boas condições de engorda e desenvolvimento dos cordeiros.

Gráfico 1 - Quantidade de carne ovina importada do Uruguai de janeiro a agosto de 2012 (Dados MDIC, elaboração FarmPoint).



Em agosto, o quilo da peça não desossada congelada custou US$ FOB 6,38 e o quilo da carne desossada congelada US$ FOB 8,29. A média de preços das peças não desossadas no período de janeiro a agosto desse ano foi de US$ FOB 5,47 e das carnes desossadas foi de US$ FOB 8,44 (Gráfico 2).

Em 2011, a média de preço por quilo das peças não desossadas congeladas fechou em US$ FOB 6,70 e das carnes desossadas congeladas em US$ FOB 8,41, o que demonstra pouca variação de preço comparado aos valores desse ano.

Gráfico 2 - Valores por kg das peças não desossadas congeladas e das carnes desossadas congeladas de janeiro a agosto de 2012 (Dados MDIC, elaboração FarmPoint).



Em valores totais (não apenas para o Brasil), as exportações de carne ovina uruguaia no período (01 de janeiro a 08 de setembro de 2012) foram de US$ 40,004 milhões, 6,6% a menos que no mesmo período do ano anterior, quando foram exportados US$ 42,846 milhões. O valor gerado pelos países que formam a UE, o Mercosul, junto com a Jordânia, representa 74% do total exportado em dólares.

Argentina e Chile

A Argentina exportou para o Brasil de janeiro a agosto 190 toneladas de carne ovina, crescimento de 102,88% comparado ao ano passado e o Chile exportou 114 toneladas, queda de 57,21% comparado ao ano passado.

O principal exportador de carne ovina para o Brasil é o Uruguai, porém, desde 2011, o Brasil retomou as importações argentinas e chilenas buscando suprir a demanda constante pelo produto.

Elaboração FarmPoint com dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e INAC (Instituto Nacional de Carnes do Uruguai).

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Comentários

Marco Antonio Bohn

Estância Velha - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 24/09/2012

Bom dia, Raquel!

Sou Engenheiro Agrônomo e pretendo produzir cordeiros para carne.
Gostaria de saber qual é o tamanho do rebanho mínimo para iniciar neste negócio e ganhar o suficiente para me sustentar e ainda obter lucro.
Vamos começar que terei que arrendar campo, mais um custo a acrescentar, apesar que acho que, mesmo se a terra fosse minha, deveria ter um custo "terra" na análise econômica.
Consegues me mostrar todos os custos e receitas deste investimento?
Minha área de atuação é a ambiental e florestal, portanto tenho pouco conhecimento da ovinocultura de corte.
No aguardo de teu contato, subscrevo-me.
Atenciosamente,Marco Bohn

José Oton Prata de Castro

Divino das Laranjeiras - Minas Gerais - Produção de ovinos e caprinos - corte
postado em 27/09/2012

Ola Dra. Raquel.
É lamentável um país como o Uruguaio botar este gigante no chinelo. ACORDA BRASIL...
Raquel, ainda não recebi nada a respeito das palestras do simpósio de ovinos em Marília, como prometido. Tive uns problemas de saúde quando retornei, mas graças a DEUS já superados. Foi enviado alguma coisa paro os participantes. Agradeço desde já uma resposta. Atenciosamente José Oton.

Raquel Maria Cury Pereira

Piracicaba - São Paulo - Mídia especializada/imprensa
FarmPoint - postado em 28/09/2012

Olá José Oton, bom dia. Pois é, ainda somos bastante dependentes do Uruguai, mas, quem sabe essa realidade não vai mudando aos poucos? O Brasil pode sim ser um grande produtor, porém, precisamos "lapidar" a cadeia produtiva, ainda temos muito chão. Já conversei com o pessoal da administração, que está entrando em contato com você para ao envio do certificado e do material do Simpósio ok? Um grande abraço e pedimos desculpas.

Raquel Maria Cury Pereira

Piracicaba - São Paulo - Mídia especializada/imprensa
FarmPoint - postado em 28/09/2012

Olá Marco Antônio, bom dia, tudo bem? Primeiramente obrigado por sua participação.

É difícil falarmos em números sem conhecermos ao certo a sua propriedade, os seus animais, a dieta fornecida, o manejo, o sistema de produção, etc.

Nós temos aqui no site uma seção chamada Gerenciamento. Nela você vai encontrar ótimos artigos sobre custos e que podem te dar uma base, mas saiba, que é um negócio que precisa ser muito bem estudado antes de implantado, assim como qualquer outra atividade.

Um forte abraço, Raquel

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