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Brasil: queda nas importações de carne ovina uruguaia em fevereiro

Por Raquel Maria Cury Pereira (FarmPoint)
postado em 16/03/2011

5 comentários
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Uruguai

No último mês de fevereiro, houve queda de 49,3% nas exportações de carne ovina uruguaia para o Brasil, o que totalizou 294 toneladas ante 580 toneladas exportadas em janeiro. Porém, comparando o total exportado dos dois meses (janeiro/fevereiro) com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 63,3% nas exportações para o Brasil.

Tabela 1 - Quantidade de carne ovina uruguaia importada pelo Brasil nos meses de janeiro e fevereiro (em toneladas) e variação entre os anos. Fonte: MDIC, elaboração FarmPoint.



Comparado a janeiro, tanto o preço das peças não desossadas de ovinos congeladas como o valor das carnes desossadas de ovinos congeladas apresentaram queda, de 8,6% e 2,3% respectivamente.

Gráfico 1 - Valores praticados de janeiro de 2010 a fevereiro de 2011 (US$/kg). Fonte: MDIC, elaboração FarmPoint.

Clique na imagem para ampliá-la.
Fonte MDIC, elaboração FarmPoint

Chile

Desde novembro de 2010, o Brasil retomou as importações de carne ovina chilena. Em 2009 o Brasil importou aproximadamente 6000 toneladas, porém, de janeiro a outubro de 2010 não houve negociações. Em 2011, as importações vêm crescendo novamente e de janeiro a fevereiro deste ano, aumentaram 52,6%, totalizando 104 toneladas. Apesar do crescimento, deve-se lembrar que a quantidade total de carne ovina chilena importada é bastante inferior quando comparado ao Uruguai.



De dezembro de 2010 a janeiro de 2011, o preço do kg de peças desossadas de ovinos congeladas cresceram 45,3% e de janeiro a fevereiro, caíram 21%.

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Comentários

Edemario Marques de Almeida

Pintadas - Bahia - Abate beneficiamento e comercialização de ovino/ca
postado em 16/03/2011

Prezada Raquel,
É extremamente importante o trabalho realizado para nos informar e ao mesmo tempo nos questionarmos! Gostaria que fossem tecidos alguns comentários a respeito de como fica nossa produção diante das crescentes importações? por ex. aqui estamos à quatro meses vendendo mal ou seja tentando empurrar nossa produção de 20/30t mês no mercado da Bahia e Salvador, sem sucesso tivemos que dar férias ao pessoal da indústria até que o mercado reaja. Se tem mercado pra tanta importação pq estamos estaguinados? Estamos concorrendo com as importações?
Abçs,
Edemário Maques

Raquel Maria Cury Pereira

Piracicaba - São Paulo - Mídia especializada/imprensa
FarmPoint - postado em 16/03/2011

Oi Edemário, boa tarde, tudo bem? Obrigado pelo comentário.

Pois bem, com certeza devemos nos questionar.

Bom, essa quantidade importada do Uruguai agora em fevereiro (294 toneladas) é a mais baixa desde maio de 2010, quando foi importado 198 toneladas. Já em dezembro de 2010, importamos 1115 toneladas do Uruguai (pico da safra de cordeiros no país), lembrando que no 2º semestre também ocorre a safra brasileira, fatos que contribuíram para o bom abastecimento do nosso mercado.

Conversei com alguns especialistas e estes me disseram que há muitos estabelecimentos que estão com bons estoques de carne ovina. Esse pode ser um motivo para a redução nas compras.

Procurei no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e 75% das carnes importadas do Uruguai chegam nos portos e rodovias do Rio Grande do Sul e apenas 10% chegam pelos portos do Nordeste (Fortaleza e Recife), o que comprova que essa carne importada já possui alguns nichos de mercado específicos. Podemos dizer que em partes, concorremos sim com as importações, inclusive, em algumas situações, acaba sendo mais barato a importação do que o transporte da carne interestadualmente (devido às dimensões do nosso país e ao atual valor do dólar).

Acredito que essas sejam possíveis respostas para sua dúvida.

Um grande abraço e continue participando!

Priscila Oliveira Blois do Amaral

São Paulo - São Paulo - Frigoríficos
postado em 17/03/2011

Raquel (rs) ótimo artigo amiga!

Muito importante a consideração a respeito dos estoques de carne ovina no mercado nacional reduzindo as compras. Mas sugiro também fazer um levantamento sobre a produção de ovinos no Uruguai no periodo avaliado em 2011 e 2010 pois sabemos que as confições climáticas afetaram a oferta de animais para abate, tanto ovinos como bovinos, fazendo com que a maioria dos frigorificos Uruguaios não operassem com capacidade total das fabricas reduzindo assim também o volume de carne disponivel para comercialização.

Beijos e saudades da irmã de república!

Priscila Blois.

Raquel Maria Cury Pereira

Piracicaba - São Paulo - Mídia especializada/imprensa
FarmPoint - postado em 17/03/2011

Prezada Priscila, boa tarde! Que bom que está participando do FarmPoint e lendo os artigos sobre mercado, obrigado, continue participando e enviando cartas.

Ótimo. Você levantou uma questão super importante. O rebanho do Uruguai, na última década, apresentou queda brusca no número de cabeças e continua apresentando. A condição climática foi sim um dos agravantes. Não podemos esquecer (isso já foi bastante frisado em artigos anteriores) que a queda nas exportações para o Brasil se deveu também à abertura de novos mercados que pagam mais pelos produtos uruguaios (como Canadá, recentemente o México, e outros).

Um grande abraço,

Raquel

Domingos Arabutan Correia da Rocha

Maceio - Alagoas - OUTRA
postado em 19/08/2011

Prezada Raquel.
Sou economista, vi um confinamento de 65.000 carneiros em 10 ha, através de pesquisas no sertão alagoano conseguimos produzir quinzenalmente 30kg de massa verde a partir da forragem hidropônica do milho, o equivalente a 600 t/ha/mês, 7.200 toneladas/ano, utilizando como substrato: Bagaço de cana hidrolizado, silagem de milho, exterco curtido, palha de arroz, etc., o equivalente para criar 6.600 ovinos ou cabrinos por ha. Gostaria de conhecer o mercado de carne de ovinos e pergunto: Quantas toneladas/ano o Brasil importa para suprir o mercado interno? Quais o volume importado de carno de ovinos, ano a ano, desde 2000?

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