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Cepea analisa panorama do mercado de milho e soja

postado em 07/08/2008

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Segundo estudo elaborado pela equipe Cepea/Esalq-USP, em março, abril e maio as cotações internas e externas do milho seguiram firmes, sustentadas pelos baixos estoques mundiais do produto, pela menor produção americana e pela demanda firme. A valorização do petróleo também contribuiu para os aumentos de preços do cereal. Recordes freqüentes foram observados nos contratos da bolsa de Chicago (CBOT) durante o trimestre.

As cotações da soja - depois de alcançar recorde nas bolsas internacionais e também no Brasil, em dólar - tiveram um expressivo decréscimo na primeira quinzena de abril, voltando a se recuperar e estabilizar no período seguinte. Mesmo assim, pode-se dizer que a comercialização da safra brasileira ocorreu a preços considerados atrativos aos produtores.

Agentes sinalizavam que os valores do milho estavam baixos se comparados aos da soja e do trigo nos EUA, tornando-se um mercado atrativo para especuladores. Além disso, dados do USDA, divulgados no final de março, sinalizaram redução de 8% na área plantada com milho nos Estados Unidos, voltando para 34,8 milhões de hectares, depois de atingir em 2007 área recorde. Segundo o Departamento, essa diminuição pode ocorrer devido aos preços favoráveis de outras commodities, ao maior custo com insumos e à necessidade de rotação de culturas. Ainda assim, a área permanecerá em níveis altos em relação aos anos anteriores, sustentada pelos preços elevados e pela necessidade de atender à demanda para produção de etanol - dezenas de usinas de álcool de milho devem entrar em operação em 2008.

Em abril, os preços internacionais da soja caíram em decorrência dos primeiros dados sobre a safra norte-americana 2008/09 divulgados pelo USDA, em 31 de março. O aumento da área a ser plantada com soja nos Estados Unidos, a partir de meados de abril, estimada pelo órgão, superou as expectativas do mercado. Devem ser cultivados 30,27 milhões de hectares naquele país, área 18% maior - o que corresponde a 13 milhões de toneladas a mais - em relação à safra anterior (2007/08).

No mercado interno, os preços da soja subiram até meados de abril. Em março, as altas ainda refletiam o plantio tardio de 2007 e, consequentemente, o atraso da colheita em 2008. As chuvas em fevereiro também paralisaram as atividades, limitando o volume disponível. A demanda não chegou a pressionar o mercado, mas os baixos estoques também sustentavam os preços internos. As elevadas cotações da soja e do trigo não deram espaço para desvalorizações do milho, ao mesmo tempo em que reduziram o interesse por expansão da área de milho.

A partir da segunda quinzena de maio, porém, os preços do milho caíram nas principais regiões produtoras do Brasil. A pressão veio principalmente da colheita da safrinha e do maior interesse de produtores em negociar, temendo baixas ainda maiores. Além disso, algumas cooperativas/cerealistas/traders precisaram abrir espaço nos armazéns para a entrada da safrinha.

Somando-se a produção de milho nas safras de verão e de inverno 2007/08, a oferta nacional deverá ser recorde. Além do aumento de área, os ganhos de produtividade devem reforçar o total a ser colhido. Segundo a Conab, a área plantada em todo o país é de 47,25 milhões de hectares ou 2,2% maior que a do ano passado, que foi de 46,2 milhões de ha. As terras ocupadas pelo milho total cresceram 4,3% (de 14,1 para 14,7 milhões de ha) e a soja 3% (de 20,7 para 21,3 milhões ha). A produção nacional de grãos já é 9,1% maior que a da safra passada, que foi de 131,8 milhões de toneladas.

Com as cotações externas mais firmes, é esperado que as exportações aumentem e amenizem a pressão da oferta recorde no mercado doméstico. Vale ressaltar, entretanto, que até início de junho os contratos da BM&F apontavam queda de preço do milho até setembro e recuperação posterior, seguindo pelo menos até março de 2009.

Para a soja, mesmo com as quedas os fundamentos continuam altistas, pela demanda crescente e estoques apertados. Nem mesmo o crescimento da produção em uma safra será suficiente para equilibrar oferta e demanda, ou melhor, para evitar que os preços sigam em alta. Foi esta situação que fez com que as cotações se recuperassem e praticamente se estabilizassem na casa dos 13 dólares por bushel na Bolsa de Chicago. Esta situação, consequentemente, foi transmitida ao mercado interno, que seguiu com demanda ativa, para atender os mercados interno e externo.

Em maio, a expectativa era de preços maiores para a soja durante todo o segundo semestre de 2008. Entretanto, com a colheita da safra americana, a partir de outubro, poderá haver alguma pressão sobre os valores, devido à maior produção. Para os agricultores brasileiros, resta identificar o melhor momento de negociar e/ou efetuar a melhor estratégia de comercialização do restante da safra 2007/08 e da nova safra (2008/09), com vistas a garantir rentabilidade que faça frente aos maiores custos de produção.

As informações são do Cepea e da Conab.

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