O evento contou com a presença de 54 convidados e importantes representantes do setor como: Cezar Amin Pasqualin (Instituto Emater/PR),Edilson Maia (Presidente das câmaras setoriais da ovinocaprinocultura da CNA e do Mapa), João Antônio Salomão (Secretaria de Política Agrícola - Mapa), Arizone Mendes de Araújo (Presidente da Capripar e coordenador da comissão técnica da ovinocaprinocultura da Faep/PR), Valter Bianchini (Secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná), Enio Queijada (Sebrae Nacional), Arnaldo Bandeira (Presidente do Instituto Emater), José Antônio Baena (Seab), Valmor Pietsch (Presidente da Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do oeste do Paraná), Ricardo Luca (Presidente da camara setorial da Ovinocaprinocultura do Paraná), Araquem Pedro Dutra Telles (diretor da Arco), além da entidade Cooper Aliança. O FarmPoint também foi convidado.
"Esse apoio entre as entidades é fundamental para o bom andamento da cadeia produtiva. A cultura de caprinos e ovinos é a oportunidade de diversificação nas propriedades. O melhoramento da produção paranaense é uma das prioridades do Governo do Paraná", afirmou Valter Bianchini.
Na abertura do evento, as autoridades relataram pontos muito importantes a serem considerados no setor. Arizone Mendes ressaltou sobre a importância de reunir os formadores de opinião para discussão da cadeia e relatou que o estado do Paraná tem participado ativamente no desenvolvimento da cadeia produtiva nacional.
O presidente das câmaras setoriais da ovinocaprinocultura da CNA e do Mapa, Edilson Maia, quer que essas duas culturas façam parte da economia nacional. "Trabalho há dez anos com essa cadeia produtiva. No início a cadeia era desarticulada, hoje já conseguimos muitos avanços e sempre tive o Paraná como espelho", disse.
Neste ano a ovinocaprinocultura foi incluída no programa "Mais Alimentos" do Governo Federal, com uma linha de crédito criada no Plano Safra 2008/09 para reforçar a infra-estrutura das unidades produtivas da agricultura familiar.
Araquen Pedro Dutra Telles, da Arco, fez uma análise da cadeia ao dizer que "sem cadeia organizada não há preço de produto, não há escala, não há demanda. E o que falta para essa estruturação é muita união e vontade, pois todos os elos da cadeia se encontram muito individualizados, o produtor prefere vender o animal para o abate informal porque é remunerado um pouco melhor, o frigorifico compra a carne do vendedor informal porque este lhe vende mais barato e assim por diante".
Cezar Amin Pasqualin, da Emater, relata a importância em superarmos as importações da carne ovina, promovendo internamente o estabelecimento de sistemas de produção competitivos e qualidade absoluta do produto, com produção em escala e frequência na oferta do produto, sendo isto possível através de uma matriz estabelecida na esfera nacional de organização da cadeia produtiva nos Estados.
Compareceu ao evento também Luciano Bartolomeu, Secretário da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes, finalizando a participação de todos os elos da cadeia produtiva. "Podemos dar uma colaboração muito grande, mas precisa de mais comunicação entre os elos para podermos disponibilizar constantemente os produtos no mercado.", disse.
Arnaldo Bandeira, presidente da Emater, falou sobre a atualização que a extensão rural precisa ter, pois ela sempre colocou seus esforços na produção, ou seja, "da porteira para dentro" e agora o desafio é o mercado. Precisa-se primeiramente analisar o mercado para daí organizar a produção, a cadeia produtiva tem que ser coordenada do consumidor para trás "de fora para dentro da porteira".
O FarmPoint falou sobre como pode ajudar a cadeia produtiva, para que haja uma maior comunicação entre os elos da cadeia, pois existem diversas iniciativas no setor hoje que não são levadas ao conhecimento de pessoas do Brasil todo. O FarmPoint atua na difusão de informação, conhecimento e tecnologia, contribuindo assim para o aperfeiçoamento da cadeia.
No dia 18, quinta-feira, foi realizada uma viagem à Castro (PR) para conhecer o projeto Cordeiro Castrolanda, coordenado pelo médico veterinário Dr. Tarcísio N. Bartmeyer.
O Cordeiro Castrolanda é um produto diferenciado, pois os animais são criados de acordo com as orientações técnicas do Programa de Estruturação da Cadeia Produtiva de Ovinos da Cooperativa. Os animais são abatidos ainda jovens, com idade máxima de 120 dias, seguindo rigorosas normas de inspeção sanitária. Por estas características, a carne de Cordeiro Castrolanda é, reconhecidamente, mais macia, saborosa e saudável.
Dois associados do programa também foram visitados, a Fazenda Portão Vermelho, do proprietário Taeke Greidanus, com o intuito de conhecer animais para genética e a propriedade do Sr. Willi, para conhecer animais destinados a produção da carne de Cordeiro Castrolanda .
No encontro foram debatidos temas como o cenário da ovinocaprinocultura no Paraná, o programa paranaense de estruturação das cadeias produtivas dos ovinos e caprinos, multiplicação genética, projetos de capacitação e o papel da extensão rural na organização das cadeias produtivas.
O evento se encerrou com uma salva de palmas pelo sucesso adquirido e pelos objetivos alcançados que eram reunir formadores de opinião do setor para discussão e aprimoramento da cadeia.
Figura 1: Representantes do setor
Figura 2: Projeto Cordeiro Castrolanda
Figura 3: Participantes do evento
Nei Antonio Kukla
Porto União - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 08/10/2008
Brilhante iniciativa dos paranaenses.
Sabemos que o maior gargalo da cadeia da ovinocaprinocultura hoje é a organização dos criadores e a comercialização. Ao levar para o debate o senhor Luciano Bartolomeu representando a Associação de Bares e Restaurantes demonstrou que os criadores já tem consciência da importância do cliente neste elo, sendo na minha opinião, a peça mais importante da cadeia, pois é quem diz que tipo de produto ele quer consumir.
Cabe a nós técnicos, produtores fazer a nossa parte para podermos surpreender nossos clientes que , como diz o Professor Marins, o cliente sempre tem razão.
Vamos ao trabalho porque há muito a se fazer.