Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Você está em: Cadeia Produtiva > Especiais

FAO: Previsões para o mercado mundial de carnes

postado em 14/06/2007

1 comentário
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

O último relatório da FAO sobre mercado mundial de carnes, lançado neste mês, afirma que os preços das carnes se fortalecerão em 2007 à medida que a demanda se recupera, mas os maiores preços dos alimentos animais estão pressionando a lucratividade das fazendas.

O mercado global de carnes está progressivamente caracterizado por caminhos divergentes entre aumento na produção e tendências de maior consumo dos países em desenvolvimento contra dinâmicas mais estáveis nos mercados maduros dos países desenvolvidos.

O índice de preços de carnes da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) se recuperou do baixo valor de 112 atingido em março de 2006 para 121 pontos em março de 2007 (1998-2000=100). O aumento ocorreu apesar da recuperação menor do que a esperada no consumo global de carnes e maiores ofertas de carne bovina em um curto período chegando aos mercados internacionais vindas da Oceania, onde a seca está estimulando o abate dos rebanhos. O aumento nos preços afetou os três principais grupos de carnes - bovina, suína e aves - a uma extensão similar.


Clique na imagem para visualizá-la melhor.

Tabela 1. Mercados mundiais de carnes


1 Janeiro-Março 2007
Fonte: FAO

Produção

A produção global de carnes em 2007 deverá aumentar em 2,3% para quase 283 milhões de toneladas, um aumento de mais de 6 milhões de toneladas com relação ao ano anterior, dentro do contexto de uma recuperação na confiança dos consumidores nos produtos de carne. Cerca de dois terços dos ganhos na produção deverão derivar de expansões na Ásia, particularmente na China, responsável por três quartos da expansão na Ásia. O contínuo alto crescimento econômico está suportando o aumento no consumo per capita na Ásia e estimulando a expansão global na produção de carnes.

O potencial da América do Sul para ganhos muito maiores na produção poderá ser afetado por um aumento nos custos dos alimentos animais, um baixo estoque de carne bovina no Brasil e recentes desenvolvimentos políticos no setor de carne bovina da Argentina. De acordo com as atuais previsões, a produção de carne pelos países em desenvolvimento poderá crescer em 3% em 2007, mais de três vezes mais rápido do que o esperado para os países desenvolvidos. Isso deixará a participação dos países em desenvolvimento na produção global de carnes inalterada, em cerca de 60%, após ter aumentado de 43% no começo dos anos noventa devido aos contínuos investimentos no setor.

A produção global de carne ovina deverá atingir 13,9 milhões de toneladas em 2007, um aumento de 2,1% com relação ao ano anterior. A maior parte deste crescimento deverá se concentrar na Ásia, que representa mais de 60% da produção global e em particular na China, no Irã e no Paquistão. As previsões de produção para Austrália e Nova Zelândia são totalmente instáveis, devido à situação de clima desfavorável. Isso está dificultando a avaliação se os abates induzidos pela seca na Austrália vão parar em pouco tempo ou se os produtores poderão ser forçados a vender alguns de seus principais reprodutores em resposta à falta de comida e água. A produção na Argentina e, em particular, no Uruguai, está se recuperando rapidamente, principalmente apoiada pelos programas do Governo voltados à renovação do setor que vem sendo severamente limitado desde o final da década de noventa pelos baixos preços da lã.

Utilização

À medida que o crescimento econômico global para 2007 permanece forte, a maior confiança dos consumidores juntamente com a redução dos surtos de doenças resultou em uma maior demanda nos países em desenvolvimento da Ásia. Por outro lado, os mercados de carne mais maduros dos países desenvolvidos deverão registrar somente um aumento modesto na demanda em 2007.

À medida que as preocupações com a saúde humana relacionadas à influenza aviária diminuem, o consumo per capita de carnes deverá aumentar em 1%, para quase 41 quilos por ano, o que é mais do que o nível antes da doença. Com os consumidores nos países em desenvolvimento diversificando suas dietas, deixando de lado os principais cereais e adotando dietas e práticas de consumo mais ocidentalizadas, cerca de 80% do crescimento na utilização de carnes deverá ocorrer nestas regiões. Enquanto os níveis per capita nos países em desenvolvimento deverão aumentar um pouco mais de 0,5 quilos, para 32 quilos em 2007, este nível ainda é menos da metade do das regiões desenvolvidas.

Comércio

Os surtos de doenças animais nos últimos anos têm afetado os padrões comerciais estabelecidos para produtos de carne e criado instabilidades de curto prazo em importantes países exportadores líquidos, permitindo que países exportadores livres de doenças ganhassem uma maior participação no mercado. As importações líquidas de carnes de muitos dos maiores países importadores deverão aumentar em 2007, incluindo aquelas na Europa, China e Japão. Após um declínio em 2006, a dependência das importações de carne dos LDCs (países menos desenvolvidos que se encontram no patamar mais baixo de desenvolvimento) deverá aumentar de 8% em 2006 para 8,7% em 2007.

A recuperação no consumo pode preparar o caminho para um aumento de quase 5% no comércio de carnes em 2007, para 22 milhões de toneladas. Embora as previsões comerciais para a maioria das carnes pareçam favoráveis, o setor de aves deverá ser responsável por 59% de toda a expansão, beneficiando-se principalmente de uma retirada das restrições comerciais relacionadas à influenza aviária. Em 2004, o Brasil ultrapassou os EUA como o maior exportador de carne do mundo e manteve cerca de 25% de participação no mercado mundial desde então. As exportações de carne do Brasil deverão se expandir em 9% em 2007, apoiadas pela maior demanda nos tradicionais mercados africanos e Oriente Próximo.

O comércio de carne ovina deverá ser de 0,9 milhões de toneladas em 2007, quase sem mudanças com relação ao ano anterior. Com as menores ofertas de carne de cordeiro, parcialmente devido aos menores números de ovelhas, as exportações de carne ovina da Austrália deverão cair em quase 9%.

Esta redução deverá ser compensada pelo aumento de 13% nas exportações da Nova Zelândia. A indústria de carne de cordeiro deste país está passando por um período difícil domesticamente, à medida que os produtores enfrentam competição de carnes alternativas, especialmente aves e suínos, o que está estimulando a liquidação de rebanhos ovinos. Conseqüentemente, as quantidades disponíveis para exportação estão altas. As exportações da Oceania, que compreendem 85% das exportações globais, estão sendo estimuladas pela maior demanda de importação em China, Europa, México e América do Norte.

Equipe FarmPoint, com dados da FAO

Avalie esse conteúdo: (5 estrelas)

Comentários

Joaquim Ferreira de Lima

Uberlândia - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 18/07/2007

Estamos trabalhando aqui no norte de Minas para que o consumo de carne ovina cresça a cada dia gerando emprego e renda para os produtores da região. Um abraço e muito sucesso a todos que fazem o mesmo em sua região.

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade