Primeiramente, Edilson Maia, presidente da Câmara Setorial de Ovinos e Caprinos falou sobre as ações da câmara setorial, o desafio da governança e fez um panorama do setor. "A câmara setorial se reúne 4 vezes por ano em Brasília com todos os elos da cadeia. Nessas reuniões, buscamos melhorais para a cadeia, discutimos diversos assuntos de interesse e mostramos para os políticos que essa atividade é importante para o Brasil", disse ele. Edilson apresentou algumas conquistas e realizações da câmara setorial de ovinos e caprinos:
Conquistas
-maior e melhor integração e coordenação entre os elos participantes;
-melhor interlocução, exposição e negociação das dificuldades e das demandas do setor de ovinos e caprinos junto ao MAPA e demais agentes públicos e privados;
-encaminhamento de propostas mais estruturadas, etc.
Realizações
-criação da linha especial de créditos;
-ampliação do limite de custeio;
-audiência pública na câmara dos deputados - setembro de 2007;
-audiência pública no Senado - julho de 2008 (presença de 6 senadores);
-três mesas redondas para debater o setor: Região Sul (Expointer - 05/09/08), Região Nordeste (Expoagro Macéio - 31/10/08) e Região Sudeste e Centro-Oeste (Brasília 11/12/08).
Em seguida, Marlon Vinícius Brisola, pesquisador colaborador da UnB (Univerisade de Brasília) e integrante do Grupo de Estudos sobre Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio, apresentou o Estudo Complexo do Agronegócio de Caprinos e Ovinos, um trabalho de estruturação e governança da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura. O Estudo visa realizar encontros de lideranças para desenvolver oficinas de alinhamento estratégico sobre o complexo da ovinocaprinocultura. Juntos, grupos de líderes, em pontos estratégicos do país, discutem a cadeia, resultando num apanhado de informações. O grupo responsável pelo Estudo já esteve em alguns Estados do Nordeste, alguns do Centro-Oeste, Estado do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo e finalizarão a pesquisa indo para outros Estados da Região Sul e para o Estado do Amazonas - Região Norte.
Com esse mapeamento, o grupo pretende detectar os problemas regionais e nacionais da ovinocaprinocultura, o que as pessoas pensam e o que está sendo feito. No final deste ano, todos os dados serão consolidados e a ideia é divulgar e publicar um relatório com todas essas informações. De acordo com Marlon, "as peculiaridades da ovinocaprinocultura devem ser pensadas. Cada região tem as suas, como comercialização e fomento de apoio, e há algumas que afetam todas as regiões".
Figura 1 e 2 - Edilson Maia (presidente da Câmara Setorial de Ovinos e Caprinos) Arnaldo dos Santos Vieira Filho (presidente da ASPACO) e Alexandre Toloi (presidente no N.O.B.R.E).
Na primeira etapa do Encontro, cada participante respondeu 3 perguntas em público:
1) Quais os problemas atuais da cadeia da ovinocaprinocultura?
2) O que a entidade que você trabalha representa e/ou faz pela atividade?
3) O que você acha que precisa ser feito?
Todas as informações foram anotadas pelo representante do Estudo para concluir quais são as informações que mais aparecem naquela região (maior intensidade, média intensidade e baixa intensidade).
Diversos problemas foram citados e discutidos pelos participantes, como:
-ausência de pesquisas voltadas para a realidade do produtor e pouca transferência de tecnologias da universidade para o campo;
-importância da associação/união dos produtores para gerar escalonamento de produção;
-falta de cultura técnica;
-falta de profissionalismo na atividade;
-pouca mão de obra especializada (pouco interesse das pessoas em trabalhar no campo - êxodo rural);
-ausência de marketing (com a pouca oferta de carne ovina no mercado, a presença de uma estratégia de marketing hoje, pode não ser benéfica, pois os consumidores não acharão o produto no mercado;
-pouco uso de escrituração zootécnica para o conhecimento dos custos de produção e outros dados, etc.
Arnaldo dos Santos Vieira Filho, presidente da ASPACO destacou a importância dos produtores tratarem a ovinocaprinocultura como primeira opção e citou que devemos pensar em todos os atores da cadeia. "Neste momento o preço interno está ótimo, há uma euforia nos preços e a produção de carne ovina internacional diminuiu. A indústria aumentou e é uma atividade nova no país. O perigo é os produtores venderem as ovelhas para o abate, pois a retenção de matrizes é uma necessidade para a estruturação da cadeia. O marketing deve ser feito para os produtores, mostrando as oportunidades atuais, já que as indústrias estão com capacidade ociosa".
A segunda etapa do Encontro teve 3 rodadas de perguntas. Em cada rodada, foram sorteados participantes diferentes para cada grupo (A,B,C) de modo que todos se encontrassem ao menos uma vez. Como no Encontro haviam líderes apenas da cadeia ovina, todas as perguntas foram respondidas focando a ovinocultura no Estado de São Paulo.
Perguntas da 1ª rodada:
1) Quais são as principais limitações para a produção de ovinos de qualidade?
2) Quais são as principais barreiras que o setor apresenta para a implantação de novas tecnologias?
Perguntas da 2ª rodada
1) O que tem sido feito para estimular a produção de ovinos de qualidade?
2) O que tem sido feito para estimular a comercialização de carne?
Perguntas da 3ª rodada
1) Quais as alternativas para garantir melhores condições de produção e investimentos?
2) Que alternativas devem ser acessadas para estimular a venda dos produtos oriundos de ovinos em SP?
Após a finalização da pesquisa, o relatório também será apresentado para a Câmara Setorial de Ovinos e Caprinos para melhorias futuras.
Em breve, o FarmPoint publicará as entrevistas realizadas no evento.
Equipe FarmPoint
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