Ele disse durante a conferência World Merino, ocorrida no mês passado na França, que a lã tem sobrevivido ao "teste do tempo" devido a suas propriedades naturais únicas e, com todas essas qualidades naturais, ainda é uma fibra valiosa. Ele disse que os ovinos são os animais domésticos mais antigos e que sua lã vem sendo usada para vestuário há cerca de 10.000 anos por diferentes tribos e nações em todo o mundo. Assim, ele disse que a lã "só precisa de uma segunda vida e encontrar novos nichos de mercado".
Existem três passos principais para a evolução da participação do mercado mundial da lã, de acordo com du Potet. Em 1940, a lã representava 134 milhões de quilos, aumentando em 1980 para 1,599 bilhão de quilos e caindo em 2008 para 1,191 bilhão de quilos. Em 2008, a participação da lã no mercado foi de 1,6% comparado com as fibras sintéticas (65,3%), algodão (32%), linho (0,9%) e seda (0,2%). Em 1980, a participação da lã no mercado têxtil era de 5%.
Du Potet disse que novos produtos de lã precisam ser desenvolvidos usando tecnologias inovadoras. "A forma como a indústria de lã inova e antecipa as tendências dos estilos de vida dos consumidores determinará o futuro da indústria de lã". A promoção de produtos de lã precisa ser de acordo com isso, mas não pode ser somente para roupas de moda, precisando também ser de produtos técnicos e inovadores, usados em outras áreas". Du Potet disse que pesquisa e inovação também são necessárias em laboratórios para encontrar novos usos para a lã.
"A lã, com todas as suas qualidades e propriedades naturais é, ainda, com relação às fibras feitas pelo homem, uma fibra moderna. É uma das fibras mais adaptadas aos requerimentos dos consumidores em roupas, têxteis domésticos e mercado de têxteis técnicos".
Nas últimas duas décadas, o processamento europeu de produtos de lã caiu drasticamente, especialmente devido à globalização e aos baixos custos trabalhistas. As atividades da indústria têxtil, incluindo a indústria de lã, estão distribuídas em toda a Europa, mas as principais áreas de produção estão concentradas na Itália, Alemanha, Reino Unido, Espanha e França, e, juntos, esses cinco países são responsáveis por 80% da indústria têxtil e de vestimentas da União Europeia (UE). A Itália é o maior produtor da Europa e está bem a frente dos outros países.
Du Potet disse que em 1900, houve um declínio na demanda por lã devido às tendências modernas focadas nas fibras sintéticas que, em muitos casos, não eram tão duráveis ou isolantes como a lã. "Em 1966, a indústria viu um importante declínio e o preço da lã começou a cair ano após ano e muitos produtores de ovinos mudaram para a produção de carne à medida que eles não podiam vender sua lã na Europa. Felizmente, modernas tecnologias foram aplicadas à lã e isso levou a uma certa recuperação nos anos 70, quando produtos como a lã super-lavada foram desenvolvidos."
O número de ovinos na Europa permanece relativamente estável. Em 2008, houve um declínio de 89.024 cabeças, em contraste com a população mundial de ovinos, que apresentou queda de 1,008 bilhão de cabeças.
A reportagem é do FarmOnline.com.au, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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