A região do semiárido abriga 1,6 milhão de estabelecimentos rurais, sendo que 95% - ou seja, 1,52 milhão – são de agricultores familiares. As medidas anunciadas visam garantir segurança produtiva e facilitar a convivência com a estiagem. Serão disponibilizados R$ 7 bilhões em crédito para a região, sendo que R$ 4 bilhões são para a agricultura familiar.
O Plano Safra do Semiárido se baseia em seis ações estruturantes, que visam a convivência produtiva com a estiagem. São elas: orientação para instauração de sistemas produtivos com reserva de água e sistemas produtivos com reserva de alimentos para animais; fortalecimento das culturas típicas da região; recuperação e fortalecimento da pecuária leiteira; estímulo à industrialização e agregação valor; e facilitação da implantação de sistemas de irrigação.
“É importante dizer que nós não pensamos no apoio à agricultura apenas com as políticas de crédito, de compras públicas ou de assistência técnica. Nós queremos o desenvolvimento rural sustentável e pleno”, ressaltou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Ele destacou a importância de programas do governo e do uso da tecnologia a favor do produtor familiar para alcançar este objetivo.
Mais estradas
O evento também marcou a entrega de 323 máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). As 130 retroescavadeiras e 193 motoniveladoras ampliarão o parque de máquinas de 269 prefeituras baianas. A ação marcou a conclusão da entrega de retroescavadeiras para os 1140 municípios brasileiros em situação de emergência. A previsão é finalizar a doação de motoniveladoras para estas localidades até o final de julho.
Os equipamentos ajudarão na manutenção e construção de estradas vicinais, reduzindo os impactos da estiagem e melhorando a condição de vida de 2,8 milhões de pessoas que vivem e trabalham na zona rural. Ao todo, 5.061 municípios no Brasil serão beneficiados com o conjunto de máquinas: retroescavadeira, motoniveladora e caminhão-caçamba. Já as localidades em situação de emergência devido à seca vão receber também uma pá carregadeira e um caminhão pipa, cada.
O agricultor Romildo Satélis Nazaré, veio de América Dourada (BA), para acompanhar o anúncio do Plano Safra Semiárido. Ele considera o momento único e de grande importância para os produtores da região. Das medidas anunciadas, a que mais o interessou foram as melhores condições de crédito. “Um crédito pensado de forma diferenciada para nós é muito importante para assegurar o nosso crescimento”, assegurou.
As máquinas que chegarão ao município também são esperadas com ansiedade. “Vai facilitar tudo para nós. Com a condição atual das estradas fica difícil nos locomovermos até a cidade, seja para ir ao hospital ou para levar nossos produtos,” explicou o agricultor. A expectativa de Romildo é que a melhoria das vias reflita na renda da família, uma vez que a produção chegará com mais qualidade ao mercado consumidor e, consequentemente, com maior valor.
Desenvolvimento social
A cerimônia também marcou a entrega simbólica de um milhão de documentos pelo Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR), executado pelo MDA. Foram doados ainda 68 ônibus escolares do Programa Caminhos da Escola, 64 dos quais atenderão alunos da área rural. Além disso, foi assinado acordo de R$ 126 milhões, pelo Ministério da Integração Nacional, para construção de cisternas na região, a fim de minimizar os impactos da seca.
O Plano Safra do Semiárido é uma ação do governo federal, desenvolvida a partir de diálogo com governos regionais e movimentos sociais, que além do Ministério do Desenvolvimento Agrário, envolve também os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Integração Nacional; Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Clique aqui para saber as medidas anunciadas para o Semiárido.
As informações são do Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Paulo R. F. Mühlbach
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 06/07/2013
Some-se aos R$ 7 bilhões em créditos os gastos com a megalomaníaca transposição do Rio São Francisco; dez anos depois e consumidos já R$ 8,4 bilhões, os canais não transportam um gota d'água sequer.
Quem pagará a conta?