"Estamos expostos a múltiplas interpretações, muitas delas sendo críticas negativas radicais e até mal-intencionadas, criando situações que maculam gratuita e injustamente a nossa imagem por isso precisávamos nos defender e apresentar a agenda positiva de nosso setor", afirmou Carlo Lovatelli, presidente da ABAG. "Nosso objetivo é que o Congresso seja o corte seccional entre a velha e a nova era de comunicação do agronegócio", ressalta.
Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, acrescentou que o projeto tem o intuito de divulgar o agronegócio brasileiro por isso será institucional, ou seja, impessoal, sem assinatura e sem privilegiar nenhuma personalidade ou entidade. "Com isso resolveremos o principal problema de nosso setor que é o branding", explica. O termo é utilizado para definir o conjunto de práticas e técnicas que visam a construção e o fortalecimento de uma marca.
O problema foi identificado por Roberto Duailibi, sócio-diretor da DPZ Propaganda. "O agronegócio significa muita coisa: é leite, é commodities, é carne, é maquinário, é manifestações, é leilões, entre outros. Não existe uma imagem ou palavra que resuma o setor. É preciso criar uma marca que defina todas as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro", ressaltou.
O executivo contou sobre o caso do café da Colômbia, que criou o personagem Juan Valdez como marca, e hoje é conhecido mundialmente como um produto de qualidade com share superior ao do Brasil.
Segundo Duailibi, quando esta identificação positiva se torna forte o bastante, a marca passa a valer mais do que o próprio produto oferecido. "O agronegócio brasileiro precisa apresentar seu core business para o mundo que é abastecer todos os lares", explicou. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico reforçam essa afirmação já que em 10 anos a demanda mundial por alimentos crescerá 20% e o Brasil será responsável pelo abastecimento de 40% deste percentual.
De acordo com José Luiz Tejon Megido, presidente da TCAI Consultores, é a primeira vez que a comunicação é colocada como tema em um evento do porte do 9º CBA. "O Brasil desconhece a nova classe média produtora que é distinta dependendo de sua localidade e mais diferente ainda se comparada ao imaginário da maior parte da população. Precisamos reunir essa classe com a nova classe média brasileira para mostrar que não há distinção entre elas", explicou.
Hiran Castelo Branco, presidente do Conselho Nacional de Propaganda, sugere que antes de definir alguns pontos no projeto é preciso realizar uma pesquisa com a população urbana brasileira para saber como ela percebe o agronegócio e o campo. "Assim será possível identificar os gargalos que precisam ser superados para que a população tenha a percepção correta sobre o setor", completa. O presidente ainda propôs ao diretor de pós-graduação da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing, Licínio Motta, que a faculdade ajudasse na análise dessa pesquisa. Proposta aceita por Motta.
Segundo o presidente da Abag, o plano ainda não está fechado e a entidade, juntamente com outras associações representativas de classe, estão no momento de captação de recursos. Enquanto tenta fazer caixa para o programa, alguns grupos de trabalho trabalham em paralelo para traçar as estratégias a serem adotadas.
As informações são da Abag, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Pedro Rocha Marques
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Gestão em Produção de gado de corte
postado em 10/08/2010
Muito bom saber que as pessoas que estão nas instituições do Agronegócio entenderam que a imagem que o consumidor tem do nosso produto é muito importante para que ele possa consumir com a consciência tranquila.Nesse contexto,o consumo de produtos do Agronegócio brasileiro podem até aumentar, mas o mais importante é a fidelização do consumidor,pois ao comer com consciência tranquila ele consumirá sempre e esse fato é muito importante.Desse modo, vejo que o trabalho inicial é para esclarecimento de informações distorcidas e apresentação da real forma de produção de alimento no Brasil para o consumidor urbano que ainda não conhece essa real produção brasileira.