"Facilmente o IPC chegará a 5% em 2008, se o grupo alimentação subir 11% este ano", destacou o coordenador do índice, Márcio Nakane, informando que a inflação de abril foi de 0,54%.
Por causa desse resultado e de novas pressões de preços detectadas nos alimentos e nos produtos industriais no atacado, Nakane reviu a previsão do IPC para o ano de 4,1% para 4,5% e considerou a possibilidade de que o índice chegue a 5% em 2008.
Na estimativa de 4,5%, o economista considerou o aumento de 9% dos preços da alimentação. Mas ele próprio disse que a projeção de alta de 9% para os alimentos "nesta altura do ano é um cenário muito otimista". Em 12 meses até abril, os preços da alimentação subiram 12,32%, quase o triplo da inflação no período. Em 2007 a comida aumentou 12,37%, informou reportagem de Márcia De Chiara, do jornal O Estado de S.Paulo.
Para se ter uma idéia do peso, sem a pressão dos alimentos e o reajuste dos remédios, a inflação teria ficado em 0,30% no mês passado. No caso das carnes bovinas, elas subiram 0,42% no IPC quadrissemanal e tiveram alta de 2,62% na ponta. O leite longa vida, com aumento de 3,48% em abril, foi outro produto que começou a pressionar a inflação, ao lado dos derivados de trigo.
"Os preços dos alimentos básicos vão continuar pressionados nos próximos meses", lembrou Nakane. Além da escassez de oferta no mercado internacional, ele atribui uma parte da pressão à elevação de custos do setor agrícola, como fertilizantes e defensivos.
Vicente Romulo Carvalho
Lavras - Minas Gerais - Trader
postado em 07/05/2008
O setor produtivo há muito se arrasta, enfrentado os altos custos de produção, notadamente em razão dos preços públicos e, cansado de suportar a concorrência desleal de outros paises, aplaudida pelos nossos governantes insensiveis que ao invés de criarem mecanismos para proteger o setor produtivo, o ameaçava e muitas vezes praticava as importação predatórias. Agora, que parece que não há produto para dar guarita àquelas aplaudidas e predatórias importações, vem com esta de que os preços dos alimentos estão subindo e ameçam a volta da inflação. Ora, aquilo que estava desequilibrado, está, apenas, tentando achar o ponto de equilibrio e, parece que muita gente não quer este equilibrio. Todos, principalmente nossos governantes, precisamos trabalhar juntos, para que este ponto de equilibro aconteça, pois o produtor precisa de um preço justo para seu produto, antes que seja tarde.