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Alimentos mais baratos seguram inflação da baixa renda

postado em 06/01/2010

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Com um cenário de alimentos mais baratos, a inflação sentida por famílias de baixa renda em 2009 foi a menor dos últimos três anos. A informação partiu do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. A FGV anunciou ontem (05) o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) de 2009, que mede o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos, e subiu 3,69% no ano passado, quase a metade da inflação apurada por este índice em 2008 (7,37%). Na série histórica do índice, iniciada em 2004, o resultado só não é menor do que a taxa anual de 2006 (1,65%).

De acordo com Braz, os alimentos subiram 1,52% em 2009, também a elevação mais fraca desde 2006, quando os preços dos alimentos caíram 1,26%. Em uma listagem das cinco principais quedas de preço em 2009, no âmbito do IPC-C1, todas são do setor de alimentação. É o caso das deflações registradas nos preços de tomate (-27,88%), feijão preto (-44,33%), feijão carioca (-30,89%), arroz branco (-17,02%) e carne moída (-8,80%). Braz lembrou que os preços dos alimentos se mostraram comportados no ano passado, e isso influenciou fortemente o desempenho anual do IPC-C1 - visto que as famílias pesquisadas para cálculo do índice gastam 40% de seu orçamento mensal com alimentos.

A taxa do indicador poderia ter sido mais baixa, não fosse a pressão exercida, em 2009, por aumentos de tarifas e preços administrados. Na lista das cinco mais expressivas elevações de preço em 2009 estão as altas de preço registradas em aluguel residencial (6,69%), gás de botijão (11,57%), cigarros (21,11%), ônibus urbano (2,97%) e batata inglesa (41,92%).

Para 2010, um cenário de alimentos baratos semelhante ao que ocorreu em 2009 não deve se repetir. Braz lembrou que as previsões são de recuperação e crescimento econômico para este ano, com projeções apostando em altas em torno de 5% do PIB. Com a economia aquecida, o mercado de trabalho deve apresentar novos sinais de melhora, aumentando o poder aquisitivo da população, e elevando a demanda. Isso deve puxar para cima a procura por alimentos, o que pode reduzir oferta e, por consequência, elevar preços.

A reportagem é de Alessandra Saraiva, para a Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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