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Alta do preço do milho atenua queda de área plantada

postado em 06/10/2010

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O preço do milho subiu 38% nos dois últimos meses e a expectativa de renda voltou a animar o produtor paulista. As exportações em alta e a possível falta do produto em razão da queda na área plantada estão levando muitos agricultores a reverem seus planos para o grão. Com a volta das chuvas, encerrando um ciclo de estiagem de dois meses, o plantio foi retomado esta semana no sudoeste, principal região produtora do Estado de São Paulo. A previsão de queda de 15% na área cultivada já foi revista para 10%, mas ainda pode ser menor.

No primeiro semestre, agricultores do sudoeste venderam milho por R$ 15 a saca de 60 quilos. Na semana passada, o mesmo produto era vendido por R$ 23,50. Agricultores que tinham desistido do plantio voltaram atrás e, agora, causam uma corrida às lojas de sementes.

De acordo com o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, técnico da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado em Itapeva, a área do milho só não vai ser maior porque, apreensivos com a estiagem, os produtores optaram pela soja, outro grão com boa cotação no mercado internacional - na semana passada, a saca era vendida por R$ 42. "Estamos sob influência do fenômeno La Niña e a soja resiste mais a uma possível falta de chuvas", diz Silva. Se ocorrer um veranico em novembro ou começo de dezembro, as perdas no milho seriam bem maiores do que na soja, segundo o agrônomo.

O custo de produção da oleaginosa também é menor do que o do milho. Na região de Itapeva, o plantio da soja vai subir de 67 mil hectares em 2009 para 75 mil nesta safra. O do milho deve cair de 90 mil para 80 mil hectares.

Na região atendida pela Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, havia a previsão de que a área para cultivo de verão fosse dividida em 80% para a soja e apenas 20% para o milho. De acordo com o gerente Luiz Carlos Mariotto, a chegada das chuvas e o bom preço levaram alguns produtores a rever a decisão de plantio. "A área do milho pode chegar a 40%", disse. Os produtores da região acreditam que a cotação do milho continuará favorável ao produtor, sobretudo porque o o governo fez leilões e acelerou as exportações, deixando os estoque baixos.

A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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