O assunto foi discutido nesta segunda-feira (14) no primeiro dia da 30ª Conferência Regional da FAO para América Latina e Caribe, que vai até sexta-feira no Itamaraty, em Brasília. "Não temos, neste momento, propostas, soluções imediatas. Não existem fórmulas rápidas para a solução de um tema que tem várias questões envolvidas", afirmou um dos técnicos da FAO envolvidos no estudo, Guilherme Schultz.
Os EUA, que destinarão 31% da safra de milho para produção de álcool, foram alvo de críticas. "Não é o cultivo mais adequado tecnicamente para produzir álcool", disse Schultz. Segundo o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, a Europa também distorce o comércio de alimentos com subsídios para a produção de biocombustíveis e tarifas na importação de produtos agrícolas. "O Brasil produz sem subsídio e de uma forma que não compete com alimentos", destacou.
Para o relator especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, a queima de centenas de milhares de toneladas de trigo, cereais, arroz e outros produtos para produzir biocombustíveis é um fator primordial para as altas do preços dos alimentos. Apesar disso, ele admitiu que os combustíveis não são os únicos responsáveis.
Outros fatores apontados pelo relator da ONU para a disparada da inflação dos produtos alimentícios foram a especulação dos mercados e a política do FMI (Fundo Monetário Internacional) que, segundo ele, obriga muitos países em desenvolvimento a priorizar sua produção agrícola para a exportação ao mesmo tempo em que têm uma economia voltada à subsistência.
As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Vicente Romulo Carvalho
Lavras - Minas Gerais - Trader
postado em 16/04/2008
Estamos cansados de manchetes sobre a preocupação dos governantes com os preços do alimentos. E, não vemos nenhum preocupação com o preço do barril de petróleo. A turma do petróleo pode tudo, os produtores de alimentos, nem um preço justo podem. Com comida não se brinca, a coisa é séria e o dia que os produtores encontrarem um preço justo, tudo vai se normalizar, vamos aguardar.