A presidente do banco estatal La Nación, Mercedes del Pont, tentou passar alguma tranqüilidade ao mercado, diante dos rumores e de correntes de e-mails alarmistas. Ela disse ontem que "na Argentina não há nenhuma condição objetiva para que se possa desencadear um choque no mercado financeiro, fuga de capitais ou disparada do dólar".
As mensagens eletrônicas que se espalharam nos últimos dias alertam para a possibilidade de um novo "corralito", como o que ocorreu durante a crise política e econômica de 2001, quando o governo congelou os depósitos bancários dos argentinos.
"Não podemos ser ingênuos. Entre aqueles que apostam em um dólar a 3,50 [pesos] ou mandam e-mails dizendo que vai haver "corralito", há interesses econômicos", afirmou Del Pont.
Com a procura ao dólar, o peso vem se desvalorizando, e a moeda americanafechou ontem a 3,21. O governo argentino mantém uma política de "câmbio competitivo", com o dólar valorizado em relação ao peso. Mas especialistas afirmam que o valor de 3,20, que deveria ser o teto, pode ser um novo piso para a conversão.
Os rumores de uma possível crise aumentaram após a declaração de um novo locaute do setor agropecuário na quinta-feira passada, depois de 37 dias de uma negociação frustrada com o governo. Os ruralistas reclamam contra o aumento de impostos sobre a exportação de soja e girassol e interromperam a venda de grãos ao exterior.
As informações são do jornal Folha de São Paulo.
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