Após realizar um ato na zona rural, as entidades responsáveis pelo protesto, que representam cerca de 290 mil produtores, iniciaram uma caravana de 170 quilômetros rumo a Buenos Aires, onde devem realizar um "abraço" simbólico à sede do Parlamento que marcará o fim da paralisação.
Durante o locaute, de seis dias, os produtores não enviaram cereais às indústrias nem aos exportadores. O gado bovino também não foi totalmente fornecido aos mercados.
O ministro da Justiça, Aníbal Fernández, disse que o locaute agropecuário foi "inoportuno" e "inconveniente", além de considerar que "há um âmbito adequado para essas discussões".
"Fizemos uma contribuição, não incomodamos o povo", disse por sua vez o presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, ao destacar que, ao contrário das anteriores, este protesto não incluiu bloqueios de estradas.
Buzzi afirmou que "o campo constitui uma oportunidade para a crise financeira global não afetar o interior do país" e acusou o governo de "ter uma atitude de ressentimento" com o setor.
O embate entre o setor agrário e o governo vive um impasse desde julho, quando o Parlamento rejeitou a proposta de impostos móveis às exportações de grãos que detonou o conflito em março.
Apesar de os impostos voltarem a serem aplicados sob uma taxa fixa, desde então, os produtores asseguram que sua situação é pior do que a de março por causa de aumento de custos, redução dos preços internacionais dos grãos e uma seca que muitos consideram a mais grave do último século.
Segundo uma pesquisa divulgada esta semana, 71,2% dos argentinos não concordam com o locaute como mecanismo de protesto e o 29,4% discordam das exigências dos produtores rurais.
As informações são da Folha Online, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
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