"Para defender nosso negócio, a primeira coisa que temos que fazer é defender o emprego rural", disse o coordenador do Comitê de Ovinos da Sociedade Rural Argentina, Carlos Vila Moret, com o fim de informar que os produtores ovinos não estão em condições de enfrentar todas as cargas sociais de seus empregados. Esse é o gasto mais importante dos produtores, porque não somente absorvem o custo do salário, mas também, cobrem quase todas as necessidades de seus empregados. Ainda há a particularidade de que no Sul, onde se concentra mais de 65% da produção ovina do país, tudo fica mais caro por causa da distância.
"Nós propusemos um sistema de co-responsabilidade corporativa", disse Moret. "Os custos subiram muito por causa da inflação", disse o administrador da estância El Condor, que tem mais de 100.000 animais, Marcelino Díaz. Enquanto os custos aumentaram, os preços internacionais baixaram. Por exemplo, a lã caiu em 50% desde setembro do ano passado. Hoje, o quilo está em torno de US$ 1,60.
Segundo os produtores ovinos entrevistados pelo La Nación, poderia ser constituído um fundo para subsidiar o setor a partir de impostos de exportação cobrados para a lã e para a carne de cordeiro. Moret crê que a melhor maneira de fazer isso é através da União Argentina de Trabalhadores Rurais e Estivadores (Uatre), por isso, espera que a Comissão de Enlace entre em contado com o presidente sindical, Gerónimo Venegas.
Outro requerimento que pretendem apresentar é que se re-impulsione o regime de restituição para portos da Patagônia. Esse instrumento previa uma devolução do imposto de exportação para as mercadorias que saíram do país por portos do Sul. Foi implementado com o fim de estimular o uso de centrais portuárias mais ao sul, prejudicadas pela distância. Em seu melhor momento, a porcentagem de restituição chegou a ser de 10%; hoje, é de pouco mais de 1%.
"A situação é terminal. Talvez não tenhamos repercussão no PIB, mas sim, socialmente: entre 30% e 40% do território do país vive de produção ovina", disse Moret. Justamente, trata-se de terras que não apresentam outra alternativa de produção agropecuária. "Hoje temos um estoque de 10 milhões de cabeças, Em 2005, com o tipo de câmbio alto e melhores preços internacionais, chegamos a US$ 15 milhões. Agora, temos medo de desandar o caminho", disse Moret.
A reportagem é do La Nación, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.
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