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ARG: Província de Chubut vive momento de crise

postado em 04/11/2008

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A principal província produtora de lã da Argentina, Chubut, vive um momento de crise. A seca, que afetou a Província, as cinzas do vulcão chileno Chaitén, que esteve em erupção por várias semanas desde 2 de maio, e as geadas antecipadas acabaram com milhares de cabeças ovinas.

As retenções de impostos nas exportações de grãos foi o ponto que paralisou a produção no campo por mais de 100 dias. No entanto, em Chubut, também existem as retenções nas vendas de lã, principal produto de vendas ao exterior da Província. Cerca de 94% da lã de Chubut e de Santa Cruz são destinadas aos mercados externos, explicaram dirigentes da Sociedade Rural de Comodoro Rivadavia.

"O problema depois da seca, da nevada, da queda dos preços, é o desaparecimento de centenas de pequenos e médios produtores. O que ocorrerá é um processo de concentração da terra", disse o presidente da Sociedade Rural de Comodoro Rivadavia, Federico Pichl.

No dia 15 de outubro a Federação de Sociedades Rurais, que reúne as sete Sociedades Rurais de Chubut, reuniu-se com o ministro da Agricultura e Pecuária da Província, Leonardo Aquilanti. Durante a reunião, foram expostas as condições desfavoráveis pelas quais o campo da região está passando.

O sul de Buenos Aires, Santa Cruz e Chubut concentram 66% da produção de lã da Argentina, de acordo com informações da Federação Laneira Argentina (FLA). A entidade calculou que a safra de lã de 2008 foi 7% menor que em 2007, ficando em cerca de 60 milhões de toneladas.

A FLA estimou que 62% do que se produz é lã fina, 35% corresponde à lã média e 3% lãs grossas. A nível nacional, 66% da commodity se destina aos mercados internacionais e outros 34% abastecem o mercado interno. Os principais mercados internacionais são China, Alemanha e Itália, países que concentram 62% das exportações de lã da Argentina - que foram de US$ 231 milhões na última safra.

Outro dado desanimador é que o rebanho ovino de Chubut se reduziu em 800 mil animais como conseqüência dos fenômenos naturais de 2008. Se no ano passado havia 4,5 milhões de cabeças, este ano se fala em menos de 3,7 milhões.

Um estudo da Área de Economia Agropecuária, dependente do Ministério da Agricultura e Pecuária de Chubut, indicou que uma propriedade de 4 mil animais tem rentabilidade negativa. O nível de equilíbrio ocorreria somente para os produtores que tenham mais de 8 mil cabeças ovinas. A Sociedade Rural de Comodoro Rivadavia estima que, dos 3,8 mil produtores ovinos de Chubut, 72% possui menos de 2,5 mil cabeças. Somente 96 estabelecimentos superariam os 8 mil animais requeridos para obter rentabilidade.

Neste contexto, o Governo de Chubut firmou o Decreto 1.240/08 que estabelece a Emergência Agropecuária por um ano, a partir de 1 de setembro de 2008. Esse decreto é uma prorrogação, uma vez que desde 1 de setembro de 2007 já funciona a mesma medida.

A reportagem é do ElPatagonico.net, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.

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