Após 16 horas de debates, a votação do projeto do governo acabou em empate. O voto de Minerva coube ao vice-presidente Julio Cobos, que também é presidente do Senado. Contrário ao projeto, Cobos chegou a cogitar votar com o governo para evitar o agravamento da tensão política. Mas acabou votando contra.
Cobos implorou aos senadores que realizassem um recesso para "encontrar um consenso". As lideranças kirchneristas, no entanto, recusaram-se a aceitar maiores demoras. Cobos é o representante dos "Radicais-K", como são denominados os integrantes do setor dissidente da União Cívica Radical (UCR) que há dois anos decidiram aliar-se aos Kirchners.
Durante a madrugada, a reta final da sessão do Senado foi acompanhada por panelaços em Buenos Aires e nas principais cidades do interior em protesto contra Cristina. Os Kirchners apostaram seu prestígio político nesta votação e perderam. Os analistas indicam que Cristina - que ainda tem quase três anos e meio de governo - ficará altamente debilitada. Diversas especulações indicam que ocorreriam eventuais mudanças no gabinete de ministros nos próximos dias.
Os ruralistas protagonizaram durante os últimos 128 dias um intenso conflito com o governo Cristina. Ao longo de quatro meses realizaram quatro locautes, que incluiu marchas de protesto e piquetes nas estradas. Agora, os ruralistas despontam como um novo poder político na Argentina.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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