Dados do Serviço Meteorológico Nacional (SMN) revelam que as chuvas ocorrem abaixo da média desde o ano passado, em conseqüência do fenômeno La Niña conjugado com um inverno excepcionalmente seco - algo parecido foi visto apenas nos verões de 1962/1963 e 1988/1989.
No último dia 22, o governo argentino declarou estado de emergência e anunciou o envio de US$ 3,6 milhões (pouco mais de R$ 6 milhões) a cinco províncias: Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, La Pampa e Chaco. Todas elas são lembradas como representativas do que se convencionou chamar, no passado, de "celeiro do mundo".
Trigo e milho são as culturas mais afetadas. A pecuária também. Cálculos de entidades rurais indicam que 700 mil cabeças de gado já morreram em razão do clima seco e da ausência de água e pasto. A produção leiteira, como conseqüência, teve redução de 30% em relação a 2007.
O diretor de operações do SMN, Víctor Jorge Leis, explica: "o que provoca o La Niña é um resfriamento abaixo da média da temperatura do mar. A água esfria o ar, que absorve menos vapor e provoca menos chuvas. A situação tende a se reverter, mas não de imediato."
No Rio Grande do Sul, meteorologistas têm monitorado o quadro argentino. "Por enquanto, nada indica que o fenômeno ocorra por aqui. Mesmo na fronteira, o quadro é de chuvas acima da média. É algo, aparentemente, localizado" - interpreta o meteorologista Flávio Varone, do 8º Distrito.
A reportagem é de Léo Gerchmann para o jornal Zero hora/RS, adaptada e resumida pela equipe AgriPoint.
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