"Durante todo o ano de 2007, a maioria dos estabelecimentos teve um registro de chuvas de 60 milímetros e isso fez com que houvesse uma menor quantidade de parições. Os animais estão fracos. Se o inverno for tão duro como ocorreu no ano passado, será letal para o setor", disse o presidente da Federação Rural de Chubut, Juan Carlos Goya.
Os produtores pedem socorro e o governo, a quatro meses de declarada emergência agropecuária, admite que não existem soluções mágicas para enfrentar a seca. Fornece água aos estabelecimentos mais afetados, subsidia a entrega de forragem e alimento balanceado e oferece crédito Propatem, uma linha histórica a nível nacional que se executa para desastres deste tipo.
Segundo dados oficiais, na Província existem 3245 estabelecimentos que se dedicam a produção de ovinos e foram 1650 os que até a semana passada tinham completado os certificados de emergência agropecuária.
Através de um monitoramento de satélite, técnicos de diferentes áreas do governo e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) concluíram que em Chubut se registra uma importante diminuição na biomassa verde em todo o território.
Para o vice-secretário de Recursos Naturais, Rubén Manfredi, o setor ovino deverá redefinir o negócio, pois diante da perda de recurso forrageiro e deterioração crescente do solo, será indispensável diminuir a carga nos campos.
Setenta por cento dos 3245 estabelecimentos que estão em atividade na Província de Chubut têm rebanhos de 1500 a 2500 ovelhas e são os mais castigados. Chubut é a principal produtora de ovinos da Argentina, com 4,5 milhões de lanares. Nesta cidade se processa 95% da lã que a Argentina exporta.
Desta forma, a seca também terá um impacto na próxima safra de lã, tanto na quantidade como na qualidade do produto.
Nenhuma das ações tomadas pelo estado está agradando os pecuaristas. A distribuição de água e forragem é operativamente inviável pelas distâncias a percorrer e pela quantidade de afetados que existe, até os próprios prejudicados admitem que é impossível que esta ajuda chegue a todos.
Os produtores propõem que o Estado fixe uma compensação para quem for obrigado a vender seus animais fracos, um valor fixo por quilo de lã vendida e até uma compensação, se o negócio for mal, para quem investir em alternativas forrageiras para manter seu rebanho.
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