A taxa teria como objetivo evitar que os produtores agrícolas deixem o mercado interno desabastecido, encarecendo o preço dos alimentos no país. Segundo o secretário de Comércio da Argentina, Alfredo Chiaradia, a situação do mercado internacional é um estímulo às exportações, já que os preços são bem mais altos do que um produtor poderia conseguir internamente. "Se não houvesse a taxa, toda a produção seria exportada", alertou.
Segundo notícia do Jornal do Comércio/RS, Buenos Aires acenou que estaria disposto a tratar do assunto na próxima cúpula do Mercosul, em meados de dezembro, no Uruguai. Mas o Itamaraty admitiu que o setor privado brasileiro não quer nem ouvir falar nessa proposta. "Vamos dar um tiro no pé se adotamos algo assim", afirmou um funcionário do governo.
O Ministério da Agricultura vê na iniciativa argentina uma tentativa de frear a perda de mercados externos provocada pela política de retenção de seus produtos. "Ocupamos espaço da Argentina no mercado mundial de carne e vamos fazer o mesmo na soja e no milho. Vejo a iniciativa como uma idéia para evitar uma perda de espaço ainda maior para o Brasil", avaliou, por telefone, de Roma, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto.
"Estamos mais para incentivar as exportações, inclusive com recentes subsídios ao algodão e à soja. Eles vivem um retrocesso em política agrícola. A Argentina tem punido quem é mais competitivo. No Brasil, seria um contra-senso tributar um setor tão dinâmico e competitivo", afirmou em reportagem do Valor Econômico.
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