De acordo com reportagem do La Nación, a seca, somada às baixas temperaturas registradas no inverno, elimina os bons resultados que os produtores ovinos argentinos obtiveram após a desvalorização do peso. Os animais estão fracos e debilitados.
Com este panorama desanimador no início das parições e na época de tosquia pré-parto, a província estuda a viabilidade de solicitar ao Governo que determine a emergência agropecuária. No entanto, o Ministério da Indústria, Agricultura e Pecuária de Chubut, chefiado por Valentín Pitiot, não está convencido disso.
"Isso não é algo que se faz de um dia para o outro, porque é necessário cumprir com o que diz a lei 5206: para declarar a emergência precisa existir uma perda na produção de 50% e isso não ocorreu", disse Pitiot.
A província de Chubut é a principal produtora de lã da Argentina, com cerca de 5 milhões de cabeças ovinas e a lã produzida na região é exportada.
Os produtores de lã da Argentina devem se reunir nesta semana para discutir alguns pedidos a serem feitos aos Governos federal e provincial, incluindo a eliminação dos impostos à lã suja (10%) e à lã processada (5%), a redução das cargas sociais que pagam pelos funcionários, entre outras coisas. No momento, o Governo prestou assistência aos produtores menores com partidas orçamentárias destinadas à compra de forragem e disponibilizaria, através do Banco de Chubut, de linhas moderadas para produtores médios.
Para mitigar os efeitos da seca, os produtores reduziram a carga de animais por hectare, mas não têm muito mais o que fazer. O setor ovino argentino vem de dois anos (2002-2003) de alta rentabilidade devido ao bom preço da lã no mercado mundial, em momentos em que no país, cada dólar se convertia em três pesos. Depois, os custos internos começaram a aumentar e hoje estão em níveis semelhantes aos que tinham durante a convertibilidade (quando um peso equivalia a um dólar).
A seca prejudica duplamente os produtores de Chubut não somente pela perda de animais, pela menor quantidade de parições e pela morte das ovelhas mães, mas também, porque se perde o excelente momento que o mercado internacional atravessa, pagando preços muito bons pelas lãs mais finas.
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