"O governo voltou a ignorar nossos pedidos. É impossível não perceber o agravamento da situação dos produtores, causada pela alta dos custos (de produção), pelo aumento do petróleo e pela queda dos preços internacionais devido à crise financeira mundial", declarou um dos líderes agrícolas, Hugo Biolcatti.
Milhares de agricultores organizaram uma greve este ano, que durou 128 dias e terminou com a rejeição no Congresso de um projeto da presidente argentina, Cristina Kirchner, que tentava aumentar os impostos sobre as exportações de grãos, especialmente a soja.
A Argentina é o maior exportador de farinha e óleo de soja do mundo, o segundo maior de milho, o terceiro maior de soja em grão e o quarto maior de trigo, segundo dados do Departamento de Agricultura americano. As exportações de matérias-primas agrícolas e agroindustriais representam mais de 50% das vendas externas do país.
A nova greve não bloqueará estradas da região central do país, mas uma marcha de produtores será organizada até Buenos Aires, terminando com o abraço simbólico do prédio do Parlamento, na quarta-feira. "Queremos a eliminação plena das retenções (impostos sobre as exportações). Que sejam reduzidas a zero", disse Biolcatti.
Em agosto, Cristina Kirchner admitiu que houve uma desaceleração do crescimento econômico no país, atribuindo o fato à greve agrária, e criticando o setor financeiro e as agências de classificação de risco.
A matéria foi publicada na Folha Online, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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