Segundo Farquharson, a Austrália vem apresentando uma grande substituição na produção de lã por carne entre os produtores de ovinos à medida que os preços da lã caíram. Durante os próximos cinco anos, o abate de cordeiros deverá aumentar de 16,5 para 20 milhões, se aproximando do abate de 25 milhões da Nova Zelândia.
Apesar de o mercado doméstico consumir 65% dos cordeiros abatidos na Austrália, quase todo o aumento na produção deverá ser destinado ao mercado de exportação. Isso está levantando preocupações na Nova Zelândia. A Austrália tem reclamado da grande cota de carne de cordeiros da Nova Zelândia para a União Européia (UE) e tem tentado agressivamente aumentar sua participação no mercado dos Estados Unidos.
No entanto, Farquharson disse que a Nova Zelândia não precisa se preocupar com isso. "Os mercados da Austrália e da Nova Zelândia são complementares e eu não acredito que os dois países sejam competitivos. O futuro da Austrália está na Ásia e o país sempre teve os EUA. A Europa é da Nova Zelândia".
No entanto, a Nova Zelândia também tem mercado na Ásia. As exportações neozelandesas ao Japão aumentaram 30% no ano passado, à medida que os medos de doenças fizeram com que os consumidores desse país reduzissem o consumo de carne bovina e de frango. A China é o terceiro maior mercado da Nova Zelândia, que tem esperança de que o comércio com a China aumente quando for assinado um acordo de livre comércio.
No entanto, a Austrália também está buscando um acordo de livre comércio com a China e os observadores da indústria de carnes disseram que este país deverá conseguir o acordo primeiro, já que não é tão preocupado com os direitos humanos como a Nova Zelândia. Além disso, a Austrália passou à frente da Nova Zelândia em um acordo de livre comércio com o Japão.
Farquharson baseia suas opiniões na crescente afluência dos países asiáticos. O consumo de proteínas aumenta à medida que aumenta a renda, disse ele. Ele disse que os mercados da Ásia são de "elite" e que a carne de cordeiro é um produto de prestígio. Entretanto, ele criticou bastante a forma como a Austrália promove seus produtos.
Farquharson ressaltou que o sabor da carne de cordeiro dos dois países é diferente também. Segundo ele, os australianos estão dando mais grãos de trigo e milho para terminar seus cordeiros e ao mesmo tempo mudando sua estrutura de gordura para remover o diferente odor ao cozimento que afasta muitos asiáticos.
Merino é a principal raça criada na Austrália, mas as raças britânicas estão sendo cada vez mais usadas para produzir cordeiros para exportação - 22-28 quilos de peso carcaça. O país cria a maioria dos ovinos a pasto, mas vê um crescimento nos estabelecimentos de engorda.
A reportagem é do site:
Envie seu comentário: