A concessão do cargo de vice-diretor da OMC é uma retribuição ao apoio dado pela China na eleição de Azevêdo. O escolhido é Yi Xiaozhun, embaixador da China na OMC desde 2011 e um dos mais altos diplomatas no governo chinês.
Questionado logo após sua eleição sobre o papel de Pequim na OMC, Azevêdo foi categórico: "A OMC era uma antes da entrada da China e é outra agora", disse. Pequim aderiu à entidade em 2001 e, hoje, é um dos membros mais ativos. Nesse período, se tornou o maior exportador do planeta e a segunda maior economia do mundo.
Não é segredo para ninguém que a China, desde que entrou na OMC, buscou uma posição de influência, depois de passar alguns anos "estudando" o local. O atual diretor, o francês Pascal Lamy, não aceitou abrir espaço na cúpula da entidade para um chinês.
O brasileiro também distribuirá cargos para Estados Unidos e Europa, regiões que não votaram integralmente nele. A África, de onde veio mais de um terço dos votos de Azevêdo, também ganhará um cargo de vice-diretor. O escolhido é o nigeriano Yonov Agah. A Nigéria havia prometido votar pelo brasileiro e levar votos africanos, caso seu candidato inicial não vingasse.
Se por um lado Azevêdo vai retribuir seus aliados, por outro, ele também atuará de forma pragmática. Os dois cargos restantes ficam com EUA e Alemanha. Assim, o governo americano manterá um dos cargos de vice-diretor, com David Shark, posto que lhe é cativo desde a criação da organização. Azevêdo terá um grande desafio: convencer a administração de Barack Obama a voltar a dar atenção à OMC.
A UE rachou na votação. Reino Unido e Holanda seriam dois países que não seriam atendidos. O escolhido é Karl-Ernst Brauner, da Alemanha, país que teria apoiado o Brasil. "Essas pessoas terão um papel vital em fazer avançar os objetivos da OMC", disse Azevêdo. Segundo ele, porém, a seleção dos quatro nomes foi baseada no compromisso desses diplomatas ao sistema multilateral do comércio e suas experiências.
As informações são da Agência Estado, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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