A unidade, a primeira administrada na Bahia por uma cooperativa, tem todos os equipamentos instalados e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) já fez a vistoria e liberou o SIE (Serviço de Inspeção Estadual) para que o equipamento possa funcionar.
Segundo o presidente da cooperativa, Diomécio Juvêncio dos Santos, quando estiver em pleno funcionamento a unidade vai abater cerca de 100 animais/dia de toda a Bacia do Jacuípe. "Além disso, pretendemos integrar outras cooperativas e prestar serviço de abate", ressalta Diomécio.
Apesar de a carne de ovinocaprino ser saudável, com baixo teor de gordura, muitos consumidores resistem em consumi-la por não ter certificação. "Cerca de 80% do abate feito na região é de origem clandestina", afirma o presidente da cooperativa.
Diomécio informa em 2005 a Disop, uma organização não-governamental belgo-brasileira, juntamente com a prefeitura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), financiaram a construção do abatedouro e do caminhão frigorífico. "Depois buscamos a parceria do Governo do Estado e do Sebrae, que passou a atuar na capacitação para gestão e acesso a mercado".
Em paralelo ao processo de implantação do abate, técnicos estão fazendo um levantamento do rebanho para conhecer e orientar os produtores da região. Segundo o veterinário Hugo Dultra Gordiano, coordenador técnico da Agtec (Assistência Gerencial Tecnológica), já foram cadastradas 159 propriedades, mas a meta é atingir todas as 400 fazendas dos sete municípios da Bacia do Jacuípe.
"Com os dados sobre o rebanho, o tipo de pastagem e o manejo, vamos poder dar uma assistência gerencial adequada ao criador, que vai aprender a controlar o fluxo de caixa, a taxa de desfrute do rebanho, peso ao desmame, entre outros fatores", destaca Hugo.
Os criadores esperam que o abatedouro melhore o preço pago atualmente pelo quilo do animal, além da garantia de compra. Ênio Santo de Lima, por exemplo, tem um rebanho de 65 matrizes de caprinos. Hoje, o produtor recebe cerca de R$ 75,00 por arroba.
Quando estiver funcionando, o abatedouro vai prestar serviço para toda a região. "Num raio de 50 km, será cobrado R$ 20,00 por cabeça", ressalta Edemário Marques de Almeida, gerente do abatedouro e membro da cooperativa. Além da organização dos produtores, os órgãos públicos também estão ajudando. Existe um comitê gestor formado por representantes da prefeitura, Sebrae, ADAB, EBDA, cooperativa, Banco do Nordeste e Sicoob, que se reúne uma vez por mês para corrigir rumos, propor alternativas e dar encaminhamentos.
As informações são a Agência Sebrae de Notícias.
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