"Mesmo assim, hoje já temos muito mais conhecimento que há cinco ou 10 anos", diz. A deficiência na produção tem reflexo, ainda, no desempenho dos frigoríficos baianos. A Bahia possui cinco que vendem este tipo de carne. "Desses, quatro estão com dificuldade de abastecimento", afirma Souza.
O veterinário acredita que isso se deve ao "descompromisso" da produção local. "Este sistema está totalmente dependente da chuva. Se não chove, não tem pasto e os animais não engordam", explica. Outro problema na cadeia produtiva, diz, é o abate clandestino. "Noventa e oito por cento do abate de ovino no Nordeste é ilegal", estima Souza.
Algumas iniciativas já surgem no sentido de melhorar a qualidade da carne baiana. O frigorífico Baby Bode, de Feira de Santana, por exemplo, firmou parceria com 70 criadores de Manoel Vitorino, município a 130 km de Vitória da Conquista, para a melhoria da produção das carnes de cabrito e cordeiro. "Os parceiros entram com a propriedade, o rebanho, os insumos agrícolas e a mão-de-obra familiar. O frigorífico fornece reprodutores de alta linhagem Dorper e Boer, além de assistência técnica, através do convênio com o Senar-Sebrae/Idan", diz o gerente do Projeto Riocon/Frigorífico Baby Bode, Yuri Lyra.
Na opinião de Lyra, o mercado está aquecido. "O preço oferecido pela carne de cordeiro em Salvador já está muito próximo do preço de São Paulo", afirma. O criador José Ranulfo Guimarães completa. "Para vender para a Bahia, teriam que pagar o mesmo que São Paulo já está pagando", ressalta Guimarães.
As informações são da Seagri, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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